4.03.2016

Na quinta do tio Manel...

Ia-ia-ô. Presente mais giro que a avó Isabel (são as duas hehe, mas foi a avó do alentejo) deu à Isabel nos anos! Ela gosta mesmo disto, acho que não há dia que não se lembre de ir brincar com os animais, a cantar a música do tio Manel.









Tirei-lhe estas fotos na "quarentena" da pseudo-varicela, mas ou o bicho está ainda a incubar ou não sobreviveu. :) Hehe Obrigada a todas pelos comentários e preocupação. Foi falso alarme!

Quinta - Bazar Dili, em Évora
(obrigada, avó!)


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4.02.2016

Desabafos de uma mãe.

*Imagem We Heart It
 
"Queridas Joanas,

Sigo o vosso blog já há algum tempo, mesmo antes de ter engravidado, quando mês atrás de mês rezava para que o teste saísse positivo e nada. É como um bálsamo de energia positiva. Obrigada por partilharem um pouco do vosso dia-a-dia connosco, estranhas do outro lado da blogosfera.


Hoje escrevo-vos ainda de pijama, às 11.30 da manhã, enquanto a minha filhota de 3 meses dormita uma das sestas supersónicas dela (nunca mais de 30 minutos, safada).

Demorei ainda uns dias a decidir se vos escrevia ou não. Quando li o post da JG sobre a mãe que tinha levado a filha a ver os patinhos ao parque da Serafina (este) fiquei em lágrimas. Nesse mesmo dia (hormonas, só pode) também eu sentia que estava a falhar. A todos os níveis. Com a minha filha a chorar nos meus braços também eu chorei porque queria protegê-la e não sabia como. Tinha a casa em pantanas e sentia-me uma desilusão. Olhava o espelho e não me reconhecia. 

Faltava-me a mim também alguém que me dissesse “caga”. Mas a família está longe, os amigos (aqueles verdadeiros) contam-se pelos dedos de uma mão e também eles não estão por perto. Sobra o marido, que é 5 estrelas, mas a quem eu também não quero estar sempre a preocupar com as minhas queixas. 

Seguramente não sou a única que põe demasiada pressão nela própria. Queremos ser perfeitas e isso nunca vai acontecer.  Mas eu pensava que podia. Estava errada. Nos primeiros meses eu dizia “isto até nem é tão difícil, consigo tomar duche todos os dias, ir passear e por maquilhagem, ela mama bem, já só falta perder o peso extra”. Mas o peso não se foi, e a casa só fica mais desarrumada, e a pequena tem as suas crises que partem o coração a quem a vê (e ouve).

Muitas vezes dou comigo numa luta mental. “Limpo a casa, tento fazer exercício ou simplesmente tento dormir uma sesta com ela?“ E a luta é tão grande que acabo por não fazer nada disso. E depois vem a culpa. 

Oops. A pequena acordou (o que é que eu disse?) Já volto.

Ok, eu outra vez. Ahh, já sei onde ia. 

Também a mim me apetece dormir em concha e chorar um bocadinho. Também eu me sinto desamparada e sem ser capaz de fazer coisas, quando temos de fazer as coisas mais importantes da vida. Temos um ser humano, pequenino e frágil a depender de nós.

Já não me importo tanto com a casa. Escrevo-vos com um buraco no tecto da cozinha porque houve uma infiltração na casa de banho no andar de cima e agora temos de renovar o tecto. Lá se vai a teoria de ter a casa limpa e em ordem...

Mas é a outra casa, a da alma, que me apoquenta todos os dias. Este corpo não é meu. Também estava convencida que ia tudo ao sítio num par de semanas. Ou meses, no máximo. Uma semana depois da pequenita ter nascido fui correr (já sei, louca que os pontos podiam rebentar!). Mas fez-me maravilhas à alma. 
Mas o corpo continua na mesma, e eu não reconheço o que vejo reflectido no espelho. Quero sentir-me bem na minha pele. Mas até esse esforço me parece alienígena. 
Ontem pela primeira vez fui ao ginásio por uma hora (como não tenho ninguém a quem deixar a pequena, deixei-a na creche do ginásio).  E em vez de gozar o shot de endorfinas, passei a hora inteira e pensar se ela estaria bem, se estava a dormir, se estava a chorar, etc. 

É errado queremos tratar de nós como dos nosso filhos? Seguramente que não, mas por que é que eu penso que sim? 

Ela está a chamar por mim. Já volto.

Eu outra vez. :) Acabei por tomar um duche (com ela acordada, a olhar para mim sentadita no bouncer dela, que é a única maneira de conseguir tomar um duche), dar maminha e agora a pequenita está sossegada. Mais ou menos. 

Ok, o email já vai longo por isso é melhor parar por aqui.

Desculpem o turbilhão de sentimentos e palavras. É reflexo talvez do turbilhão que nos passa na alma a cada dia. Felicidade, tristeza, orgulho, desespero...

Só queria agradecer por serem tão sinceras e por partilharem um pouco da vossa vida connosco. E obrigada por nos lembrarem que somos humanas, a aprender a cuidar de seres pequeninos à nossa mercê, um dia de cada vez. 

Talvez este email sirva de desabafo. 


Muitas vezes precisamos de ser nos a dizer a nós mesmas "caga"."



A A. enviou-nos este email. Que ajude outras mães a dizerem "caga". Obrigada, A. pela confiança. <3 E força.