1.04.2016

Bebé, meu bebé

Bebé, meu bebé,

Quando canto, não canto para ti, mas para a tua irmã. 
Quando danço, os meus movimentos não são para te embalar, mas para fazer a Isabel rir. 
Quando massajo a barriga com cremes, apressada, não é a ti que observo, é para a tua irmã que o meu olhar se dirige. 
Quando sentes solavancos e pés e confusão, cá fora, é a tua mana quem faz de mim um colchão elástico. 
Quando falo de ti, com o teu pai, não me vens nunca sozinho ao pensamento.
Não te sonho as vezes que devia, não te dedico horas, nem fico a imaginar-te, sem pensar em mais nada. Não tenho fotografado a minha barriga. Mas quero que saibas, bebé, que já te amo de coração cheio, com lágrimas de emoção e que, por dentro, sou uma miúda aos saltos. Já fazes de mim a pessoa mais feliz do mundo. Nunca pensei que pudesse ser ainda mais feliz. Os beijinhos que sentes são os da tua irmã mais velha que, todos os dias, se lembra que vens aí. Já sentes o carinho dela? Prepara-te, vem aí muito mais. Vais ser muito amado. Mesmo que não sejas o primeiro, vais sê-lo. Vai haver espaço para os dois, de forma igual, prometo-te.

Bebé, meu bebé,
Sonhei com o teu cheiro. Já te ouvi chorar, baixinho. Já vi as tuas preguinhas e já beijei o teu narizinho. Já te dei banho, sem pressas. Já me deixei ficar, num namoro sem fim, contigo ao colo, a mamar, até passar pelas brasas. Sonho pouco contigo, bebé. Mas, prometo-te, vamos viver muito, ser muito, estar muito. Sou a tua mãe. E serei a melhor mãe do mundo. A tua.

1.03.2016