10.02.2015

Mamã, mamããããããã!

Chegou aquela fase.

Eu, que achava saudável a Isabel sentir-se segura e calma no colo do pai, afinal tive de me confrontar com A fase. A fase em que os nossos filhos só têm olhos para nós. A fase em que a palavra "mamã" é a que mais sai da boca deles. Pelo menos cinco vezes por minuto. A fase em que só nos querem a nós para os adormecer. Para dar lhes banho. Para os tirar do banho. Para brincar. Para mudar a fralda. Para TUDO. Afinal aquela história do pai também ser Mãe, é assim e não é. Pelos menos não aos olhos deles.

E, no meio disto tudo, vejo um pai que ainda não sabe lidar muito bem com isto, até porque ela faz uma birra de morte quando ele a pega ao colo. Até aos 18 meses da vida da Isabel, tudo o que um fazia, o outro fazia. Menos dar mama, vá. O colo dos dois acalmava-a, a voz dos dois confortava-a, as macacadas dos dois faziam-na rir. Agora, só existo eu. A mamã.

Sempre achei que ia rejubilar com o facto de ter alguém absolutamente fanático por mim. Agora, não sei se é de andar muito cansada, mas sempre que, durante a noite, o David vai tentar acalmá-la e a ouço gritar "mamãããã!" (e ultimamente, com a tosse, são 29 vezes por noite), o meu coração acelera muito e fico nervosa. Desde que ela deixou de mamar, com 9 meses, começámos a repartir as idas ao quarto dela durante a noite, para conseguir ter alguma sanidade mental. Agora, sinto que a ando a perder.

Pelo menos durante a noite. Depois, de manhã, tudo passa (menos as olheiras). O meu coração enche-se quando ela me vê e diz, sorrindo, "mamã". Quando ela me vem mostrar as meias da "Mimi" (Minnie) ou quando me mostra o panda pela enésima vez naquela semana, sempre com a mesma satisfação. De manhã, com uma noite bem ou mal dormida (sim, porque se há noites difíceis para nós, para eles também o são), a Isabel encontra nas mais pequenas coisas razões para festejar. Tenho tanto para aprender com esta miúda.  

Desculpa, filha. 
 Amo-te Sempre (mesmo quando não parece),
Mãe