11.29.2014

Deus no céu e Aero-om na Terra

Aposto que com este tema as opiniões se dividem, mas também tenho a certeza que há muitas mães que estão comigo. Eu sou fã do Aero-om!

Felizmente agora já não preciso, pois o Lucas não só já não sofre de cólicas, como já se consegue acalmar com outras coisas.
No entanto, quando ele era recém-nascido, até cerca dos seus 4/5 meses, eu usei e abusei deste medicamento maravilha. Era a maneira que eu tinha, esgotadas as outras hipóteses, de conseguir que o Lucas se acalmasse e fechasse a boca à chucha. Ele sempre gostou de chucha, mas às vezes estava de tal maneira irritado que precisava de um empurrãozinho para fechar a boca e começar a chuchar. As duas gotas que eu deitava na boca dele serviam quase como um abanão ou uma palmada na cara, ao estilo snap out of it. Eram o click que ele precisava para ficar mais calmo.

Compreendo que quem não concorde diga que aquilo tem montes de açúcar, que tem álcool, etc... (só para informar, já não tem álcool há mais de 10 anos) Eu própria tinha muitas dúvidas. Cheguei a pensar se ele às vezes não ficaria mais agitado, já que o açúcar costuma acelerar-nos, mas o facto é que aquilo funcionava e ajudava a acalmá-lo. Isso mais as manobras de embrulhar ao estilo do Dr. Harvey Karp. O facto é que ele quando se irritava era a sério (na verdade ainda é assim...), contorcia-se todo e a casa quase ia abaixo. Quem não o conhecesse, e a nós, vá, era capaz de pensar que estávamos a espancar a criança. Tinha medo de o aleijar tal era a força que ele fazia. Por isso vou montar um altarzinho em honra do Aero-om no aparador, junto à televisão.

Se voltava a usar? Sem dúvida!


A minha mãe é melhor que a tua!

As mães são seres únicos e especiais. Também os linces da Malcata.
As mães conseguem parecer bichos de dentes afiados prontos a morder o lombo gorducho de outra mãe que as contrariem. As mães são defensoras exageradas das suas crenças.
As mães babam-se com as novas gracinhas dos filhos e não conseguem parar de as partilhar com os outros. As mães perdem o filtro.
As mães conseguem ter dúvidas e certezas absolutas ao mesmo tempo. As mães são bipolares.
As mães gostam de comentar, nem que seja baixinho, as escolhas das outras mães. As mães julgam.

As mães gostam de ajudar outras mães, dão-lhes conselhos e emprestam-lhes coisas. As mães são generosas.
As mães conseguem identificar o cansaço nos olhos das outras mães e estão prontas para uma palavra de conforto. As mães são boas.
As mães sabem, já estiveram ali, já passaram por aquilo. As mães conseguem ser, muitas vezes, mães das mães.
As mães conseguem ser as melhores amigas.

Às vezes as mães gostam de competir, mas no fundo sabem que o que realmente interessa é serem as melhores mães que os seus filhos podem ter. Esse é o único campeonato que importa.
E eu dou por mim a querer entrar neste concurso, em que só eu compito.

Quero fazer o melhor bolo de chocolate.
Mas mais do que isso quero ter a companhia da minha filha a bater os ovos ou a rapar o tacho até ficar com bigode de chocolate.

Quero fazer o melhor dos trabalhos de casa.
Mas mais do que isso quero que nos divertamos a fazê-lo juntas e que ela ganhe prazer em descobrir e em aprender.

Quero ser a mais bonita aos olhos dela.
Mas mais do que isso quero ensiná-la a ter confiança e auto-estima, independentemente dos bonitos olhos.

No fundo, não preciso que a minha filha diga: "a minha mãe é melhor que a tua!".
Quero que diga: "a minha mãe é a melhor mãe do mundo".