4.17.2019

O que fazem a tantas amêndoas e ovos da Páscoa?

Já tive uma postura mais fundamentalista (ou consciente, vai depender sempre de quem lê isto e do que pensa sobre estas questões) quanto a ovos de chocolate e amêndoas de chocolate nesta altura do ano.

Quando a Isabel tinha dois anos acabadinhos de fazer eu não achava bem dar-lhe ovos da Páscoa. Escrevi este post: Cá em casa não há ovos de chocolate e ponto. Sinceramente, acho que estava certa. Nenhuma criança, com dois anos, precisa de se encher de doces, ainda para mais não pedindo, nem sentindo falta. Quanto mais tarde, melhor.

Mas - adoro usar adversativas - com a segunda filha não consegui estender tanto tempo o período de isolamento (estou a usar esta expressão com um toque de humor, ok?, calma), uma vez que a mais velha já dava as suas "facadinhas" em doces. No entanto, a Luísa não gosta de coisas muitoooo doces e há chocolates que não consegue mesmo comer e deita fora, por exemplo. 

Ora bem, não me preocupa minimamente que comam um chocolate de quando em vez e quem diz chocolate diz gelado, diz sobremesa, diz doces no geral. No outro dia, comprei-lhes os gelados (de congelador) que cada uma quis, sem olhar a rótulos. Estão ali praticamente cheios ainda porque sabem que não se pode comer todos os dias. Nem pedem. Acredito muito na lei da compensação e se fizerem todos os dias uma alimentação saudável, acho que há espaço para uns doces de vez em quando. 

Adorei que a vizinha lhes tivesse dado ovinhos e até fiquei comovida com o gesto (que amor, que generosidade), mas depois a juntar aos que receberam dos avós e dos que ainda vão receber da família, já começa a roçar ali a dor de barriga de 138 horas (e se fosse só isso). 

Posto isto, nada de errado em se oferecer (todos o fazem com boa intenção), mas eu tento controlar o que se come - não consigo fazer diferente. Aliás, até elas já percebem que têm de fazer essa gestão e sugeriram oferecer alguns às primas e dar uma caixinha à vizinha. Ficam umas negociadoras natas, as espertalhonas, também. E já sabem que nem todos os ovos da caça aos ovos são para comer (essa parte da brincadeira eu adoooooro).

Quero saber, o que fazem a tantas amêndoas e ovos? Guardam muito tempo numa gaveta (eu preferia não os ter por perto para não os devorar, se é que me entendem...)? Dão a outras pessoas? Instituições? Não sei, fico perdida. :)




P.S. há receitas para amêndoas caseiras bem boas [não encontro o post que já fiz sobre isso, paciência, mas basicamente levam a amêndoa, cacau derretido e mais qualquer coisa - será tâmaras?] - não vou fazer, mas fica a dica.

4.16.2019

Já espreitaram a minha coleção de sapatos?

"Era uma vez” uma menina que nunca sequer tinha sonhado que um dia teria a sua coleção de sapatos, quanto mais duas!

É verdade, este é o segundo ano consecutivo em que assino uma coleção de sapatos com a Hierbabuena. 

E são eles: "melancia", "fresa", "citron" e "cactus", já que a Isabel e a Luísa estão sempre a querer saber como tudo se diz noutras línguas. E porque elas são a minha principal inspiração e força.








 Espero que esta coleção com sabor a verão vos alegre os dias, que eu, desde que recebi a prova final, fiquei radiante e cheia de vontade de vos contar! Que alegria!!!

Mais cosinhas: 

🍋 são pintados à mão e, por isso, cada sapato é único
🌵 são laváveis na máquina a frio
🍉 vão do número 19 ao 30
🍓 mães de meninos, aguardem que vêm aí novidades também para eles



Um grande obrigada à Ana da Hierbabuena pela confiança, pelo coração enorme e pelo amor que coloca em tudo o que faz. Parabéns por esta nova área “atelier” da Hierbabuena.

Todos os pormenores estão no site!

Gostaram? Qual o vosso padrão preferido?

Wish me luck!


Já têm filme para ver hoje à noite!

Epá, as mães que mal dormem por causa dos bebés que me perdoem. Sei bem que a prioridade é aproveitar aquela meia hora em que os putos de certeza não vão chamar para cochilar um bocado. Porém, lembro-me que, no meu caso, era... ficar a ver Netflix na mesma. 

Isto para vos dizer... levei uma bofetadona de reflexão, de realidade, de maturidade e de... arte com este filme: 


A Loja dos Unicórios, é como se chama.


Bem, identifiquei-me imenso com este filme e claro que cada uma de nós fará a sua análise ou, então, até poderá odiá-lo. "Não é um filme para todos", dizem muitas críticas. Mas, também, qual será? Eu não amei o Titanic, por exemplo e tinha uma crush por osmose pelo Leonardo Di Caprio por causa de uma das filhas de uma ex-madrasta minha. Muita informação?

A partir daqui já vou revelar algumas coisas sobre o filme. Quem quiser ver o filme sem se sentir sugestionado nas suas interpretações, por favor, siga para o  parágrafo em que digo "já podem ler" logo no início.

Há vários temas a decorrer em paralelo. Um será o da maturidade, o outro será o de não perder a vontade de brincar e outro ainda será o amor. Normal que aconteçam os três em simultâneo porque, na vida real, também estão os três interligados.

Quando procuramos alguém ou quando queremos alguém na nossa vida, queremos que seja uma relação que tenha tanto de maturidade também como de infantilidade e, a isso, chamaremos de amor. Creio que a diferença será no tipo de amor que se pede (ou que se exige) mediante o caminho que estejamos a percorrer individualmente.

A protagonista claramente ainda tinha que processar várias coisas da sua infância (ou várias coisas da sua vida adulta) e ambas ainda não estavam em sintonia. Ela sente que tem de deixar de ser ela para crescer e que crescer é - como em muitas empresas e para muitos adultos - cinzento e aborrecido. Onde o divertido ou a brincadeira passa a ter um cunho sensual e sexual em vez de meramente alegre e, talvez, sim, infantil.

Em que gaveta, em que idades estarão arrumados determinados tipos de comportamentos? Onde ficam os sonhos perdidos quando nos sentimos socialmente obrigados a sermos mais cinzentos? Onde está a fé em nós próprios e tudo aquilo que adorávamos fazer quando éramos crianças e que, dando uma verdadeira oportunidade, ainda agora adoraríamos fazer só que "os crescidos não o fazem"?

Para ser amada, para se sentir incluída, a protagonista teve de percorrer o seu caminho, de reconhecer o lugar que a sua infância e infantilidade tinham dentro de si (ao em vez de a negar abruptamente) de forma a poder levá-la com isso ao longo da sua restante existência.

Estando em sintonia consigo mesma, tendo sido o seu processo fluído (embora de forma muito bruta, por - por razões que o filme não fecha - ter sido confrontada com isso no momento em que já estava na faculdade, creio), acaba por encontrar um rapaz que a vê tal como ela é por ela também ser quem é realmente.

Isto faz-me pensar em tantas coisas. Quanto mais formos nós mesmas, mais inteiras, mais nos respeitarmos, mais genuína será a nossa vida. Haverá por aí muita gente triste e infeliz e também ansiosa por ainda não ter tido a capacidade, as condições, a coragem e a consciência de se conhecer um pouco mais? E de fazer este processo de maturação, de passagem para a vida "adulta"?

Já podem ler. 

Este filme é crucial. E ajudou-me numa conversa muito interessante na minha relação em que nos conhecemos ainda melhor mutuamente. Senti que foi informação e entretenimento ao mesmo tempo (como quando via a Oprah ou oiço os podcasts dela), mas muito bem embrulhado num filme com uma fotografia exemplar, além de um género de humor menos mainstream, mas interessante e menos impositivo para dar lugar ao que realmente interessa: a reflexão.

Já alguém viu? O que acharam? Vão ver?