8.08.2016

Ela dorme no chão.

Um dia, decidi pôr a Irene a dormir no chão. 

Por vários motivos que expliquei aqui:



  • Ela dormia muito mal, acordava imensas vezes durante a noite e poderia ter que ver com o facto de já não ter espaço para dormir à vontade (não foi isto que resolveu, mas acho que passou a dormir mais feliz, sim). 
  • Eu ouvia os pontapés e cabeçadas que ela dava na grade, mesmo com o contorno de berço e ficava sempre preocupada que ela se magoasse a sério. 
  • Era desesperante a gestão de adormecê-la toda curvada com ela no berço ou, então, o baile de pega ao colo e põe na cama e chora. 
  • Senti que ela estava a deixar de gostar de estar na cama por associar sempre ao stress que era adormecê-la para as sestas ou para a noite.

Li sobre Montessori e sobre o que isso implicaria no quarto dela e a cama no chão pareceu-me uma solução muito interessante. 

Foi muito complicado nos primeiros dias, porque a Irene, por se mexer muito, caia muito da cama. Apesar de me dizerem que "faz parte do processo", não aguentei mais vê-la no meio do quarto, mesmo com tapetes e afins. 

Rendi-me a umas protecções de cama que entalei entre o colchão e o estrado e, até agora (mais de um ano depois), só tenho a dizer maravilhas. A nossa vida mudou por completo. 

Vantagens de ter a cama no chão? 

  • Não existir uma separação física entre mim e ela. Posso adormecer com ela na cama, posso dormir com ela se me apetecer. Não existe um "largá-la" enquanto ainda está meio acordada. Estamos as duas ali, sem pressas. 
  • Ela tem autonomia para entrar e sair quando lhe apetecer (felizmente a Irene não tenta sair da cama quando sabe que é para dormir, mas também está tão escuro que ela não teria muito sítio para onde ir). 
  • Posso amamentá-la durante a noite e relaxada por estarmos deitadas, por ela adormecer e rebolar sozinha para o outro lado e eu, se adormecer, estar tranquila também. 
  • Ela tem espaço para dormir à vontade e para brincar. 
  • Por não ter que a levantar para a por junto a mim para consolar com maminha ou sem maminha, desperta menos durante a noite e, por isso, não se criam rotinas desnecessárias.
  • Se quisermos adormecê-la os dois, temos espaço para isso. Apertadinhos, mas podemos estar em família. Claro que também podíamos fazê-lo na nossa cama, claro.
Lembrei-me de vos escrever sobre isto porque, no outro dia, fui ao Parque da Serafina e uma leitora (a Vera, que adorei conhecer), veio ter comigo (OBRIGADA, VERA ;)) e falámos um pouco sobre a dificuldade em adormecê-los e os problemas do berço, etc. Pode ser que assim ajude mais pessoas a pensarem no assunto. 

 
Sempre que nos virem, venham falar connosco. Adoramos conhecer-vos, mesmo. ♥

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Carreguei-o nos braços, ainda sem respirar.

A minha cabeça é como aquelas zonas em que há um ecoponto, mas que se está toda a gente a borrifar. Está tudo baralhado e, à noite, enquanto durmo, bem que tenta "arrumar a casa", mas acho que para o fazer, tem que tirar tudo e voltar a pôr.

Lembro-me frequentemente de sonhos. Também me esqueço facilmente depois. No entanto, este ficou aqui gravadinho só mesmo para me azucrinar. 

Percebo umas coisas de interpretação de sonhos (acho eu), por prática, por leituras e por ter feito uma espécie de psicanálise durante uns tempos. "Percebo". Quer dizer, até que ponto é que aquilo que se acha hoje em dia que são leituras próximas da verdade, realmente o são? Um dia virá um Freud qualquer dizer que, se sonharmos com terra, que quer dizer que temos saudades de um esquilo de uma das nossas vidas passadas, por isso, o saber aqui - como em tantos outros campos - é tão, mas tão relativo.

O sonho, Joana. O sonho. 

Ok.

Estava deitada na cama da Irene, a dar-lhe de mamar. Era de manhã. Estava nua (costumo estar só de cuecas). Apercebi-me de que algo se passava entre as minhas pernas e senti uma cabeça quente, com cabelo. Como a da Irene quando nasceu. Uma cabeça mole, quente e com imenso cabelo. 

Instintivamente o meu corpo começou a expulsá-la, enquanto dava de mamar à Irene. Tentei que a Irene não reparasse no que estava a acontecer e tudo prosseguiu, para ela, com a devida normalidade. Dei-lhe a "ota maminha" quando ela pediu. 

Fiquei com um bebé nos braços. O meu novo bebé - nem sequer sabia que estava grávida. Ele estava confortável dentro de um casulo transparente (sim, eu sei) e ainda agarrado a mim por um cordão gelatinoso. Depois de dar de mamar à Irene, fui ao nosso quarto e disse ao Frederico que tínhamos de ir para o hospital porque eu tinha feito com o que o bebé nascesse. 

Lá fomos. Entrei directamente para a sala das urgências, sem preencher papeladas primeiro. Achei que era importante a esse ponto. Descalça, com um vestido, mas com o cordão a ir de mim até ao meu colo. Disse a uma enfermeira: "Olá, o meu filho nasceu, pode ajudar-me?". 

Ela disse: "já o aspirou e limpou?". 

Disse que não que, por isso é que estava ali (ui, vieram-me lágrimas aos olhos porque acabei de perceber o significado do meu sonho, que chatice... vocês não imaginam o quão escrever sobre as coisas é importante para mim, isto ter-me-ia escapado...). Ela pegou no bebé e levou-o para o limpar, aspirar, tirar da placenta, etc. Isto imediatamente a seguir a ter cortado o cordão umbilical. 

Perdi-o. 

Não nesse sentido, noutro. Por alguma razão, não decorei para onde foi o meu filho, nem me conseguia lembrar da cara da enfermeira. Corri o hospital todo a perguntar se alguém tinha visto o meu bebé a quem eu tinha pedido ajuda para que ele ficasse bem. Não o encontrei. Todas as pessoas me pareciam iguais, os corredores iguais, além de estar super preocupada com o Frederico (choro outra vez) porque ele não tinha entrado nas urgências comigo e não sabia minimamente o que se estava a passar. 

Decretei-me maluca e fui para a cafetaria. Quando peguei no meu telemóvel velhinho para escrever ao Frederico - sem conseguir com os nervos - "tá td bm". Ele encontrou-me e com os olhos de quem estava em pânico....

Acordei. 

Estou a chorar imenso, caramba. Estou no estúdio sozinha (estou a fazer manhãs hoje) e, por isso, posso. 

Este foi o parto dentro de mim. Isto foi o que o meu corpo registou do meu parto. Esta foi a verdade emocional para mim. 

Estou quase pronta para seguir em frente :) . Sinto isso. 

Eu demoro é a digerir. 

Que alívio.


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8.07.2016

É ir!

Já tinha estado várias vezes no Porto com a família, com uns 12 anos, no Praça da Alegria com os Onda Choc (sim, sim, já escrevi sobre isso, procurem eheh), em trabalho como jornalista, em lazer com o namorado. Desta vez, fui em família. Passeámos por Matosinhos, pusemos um pé na praia, fomos ao Parque da Cidade e fomos a Serralves

Aproveitámos o facto de, no primeiro domingo de cada mês, a entrada ser gratuita de manhã e lá fomos nós passear estes corpinhos e dar um abanãozinho aos dois neurónios que me restam. ;) Foi uma visita curtinha (já não dá para ser como quando tinha 20 anos e não havia cá horários e bocas para alimentar) mas valeu muito a pena. É ir!











Vestido e fofo das manas - Petit Biscuit

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