11.04.2015

5 coisas parvas que gostava de ter sabido antes

Sabem aquelas coisas que gostávamos de ter sabido antes, mas que no fundo não mudava quase nada se as soubéssemos? Coisas que na altura parecem o fim do mundo, mas depois vai-se a ver e são só parvas? 
Cá está uma lista mais ou menos aleatória de idiotices que nos podem moer nos primeiros dias na maternidade: 
#05 olhos tortos
É normal que os recém-nascidos tenham um olho a olhar para o burro e outro para o infinito. Por isso, nada de, ainda na maternidade, ficarem cheínhas de medo que a vossa filha se pareça com a Rita Pereira (se bem que até não ficavam mal servidos, que é gira que se farta)
#04 ventosa
Quando o vosso filho não está a querer sair nem por nada pelo vosso pipi por variadíssimas razões, a equipa médica pode ter de usar ventosa - tipo desentupidor de canos, estão a ver? E como é que a médica pede a dita? Achavam que dizia "ventosa, ófaxavor?" Não, não. Fala em código, neste caso com um som "bahbah" (onomatopeia inventada agora com som de desentupir canos).
#03 miauffff
O vosso filho pode nascer com uma cara que parece ter sido arranhada por um gato ou ficar com ela assim logo nas primeiras horas. A Isabel nasceu com unhas de fazer inveja a muitas mães e uma cara que parecia um quadro de Miró. Não sei se já alguém concorreu ao Guiness com isto, mas eu posso apostar que foram as unhas mais compridas de um recém-nascido. Comprei logo uma lima (wrong! tesoura, tesoura, tesoura) e ainda tentei solucionar aquilo, mas já foi tarde.
#02 calor tropical
Como nasce no Inverno, três babygrows quentinhos, três casaquinhos, três pares de colants, botinhas de lã, gorrinhos, mantas. Mala de maternidade pronta. Danger, senhoras! Perigo de verem os vossos filhos a derreter! Encarem a maternidade como uma viagem ali ao Brasil, estejam preparadas para temperaturas a rondar os 60 graus e para as visitas que ainda aquecem mais o ambiente. (Ou seria eu que estava em brasa? Digam-me: não sentiram que estavam numa sauna?)
01 mecónio 
Meconiquê? Na maternidade, uma enfermeira vai fazer um número de contorcionismo com o vosso bebé, para o ajudar a fazer cocó, e vai parecer que o estão a tentar encaixar numa mala de viagem a abarrotar. Agarra as pernas, encolhe as pernas, espreme o puto, até começar a sair o mecónio. Não, não descobriram uma reserva de petróleo, aquela é a cor do primeiro cocó dos bebés.
Mães grávidas, que tempo mais bem gasto das vossas vidas com dicas e alertas importantíssimos! Só que não. Comprem mas é o livro do Mário Cordeiro, que aqui não se aprende nada.


Coisas que só nós (mães) sabemos.

Nada contra as miúdas que conseguem perfeitamente sacar daqueles calções que mostram metade do rabo sem terem nem frio nem um buraquinho que seja de celulite. Nada contra, mas podiam ir todas parar debaixo de um camião da Luís Simões. Brincadeira. Não há cá ressabiamentos e essa é a primeira coisa que só nós, mães, sabemos. 



Não há tempo para mesquinhices.

O quê? Aquela colega do trabalho disse que o outro afinal tinha comentado que tínhamos saído mais cedo, mas ela própria chegou 1 hora mais tarde e tem "consultas" toda as sextas à tarde? Who cares. Tenho vida pessoal, tenho família, não preciso de coisas que não têm valor para ocupar o meu tempo. 



Afinal, o tempo dá para tudo.

Só nós sabemos o quanto o tempo estica. 24 horas dão para muito. Conseguimos trabalhar, abraçar de uma maneira como só as mães abraçam os filhos, tratar de coisas da casa, quase dormir e, mesmo assim, no dia seguinte, saímos de casa como "se não se tivesse passado nada" e aparentemente flawless.



Chorar ajuda.

Já não é um drama enorme termos vontade de chorar. É um direito. Temos e devemos que chorar. Estamos cansadas, temos saudades, estamos felizes, estamos histéricas, estamos eléctricas, estamos apaixonadas, estamos esperançosas, estamos grávidas outra vez... Chorar é bom e já todas sabemos disso. 



Respeitamos mais outras mães.

Finalmente percebemos o quão stressante é termos de desempenhar tantos papéis na nossa vida, agora que somos mães. Sabemos lá se a mãe do outro departamento tem o filho doente ou, se calhar, se nem conseguiu vê-lo ontem por trabalhar tanto? Todas as mães têm direito a ter um bocadinho de mau feitio.



Ser imperfeita é perfeito.

Já conseguimos entender que não somos capazes de tirar 20 a tudo. Há sempre algo que não vai correr como queríamos, há sempre horários que vão sair furados, dias que não correm bem, dias que parecem mais curtos. Ser mãe é saber priorizar. E sabemos perfeitamente o que está no topo da pirâmide. Além de que faz bem não passar a pressão do perfeccionismo para eles.  Faz-se melhor ainda para a próxima. Amor é que não falta de certeza.



Temos uma cabeça incrível.

Antes de sermos mães já tínhamos reparado que temos uma capacidade grande para empilhar tarefas, agora ainda mais. O malabarismo que esta nova profissão pede é extremamente exigente e nós conseguimos fazê-lo. Nunca aproveitámos tanto do nosso cérebro. Também conseguimos fazê-lo por termos o coração tão  bem preenchido, certo? 



Dormir é sobrevalorizado.

Dormir 12 horas seguidas a um domingo? Isso acontecia? Se rezamos para que eles comecem a sair da cama sozinhos, aprendam a fazer o seu próprio pequeno almoço e ponham no Panda sozinhos? Sim. A verdade é que, mesmo privadas de sono, conseguimos sobreviver, trabalhar, amar e chegar a casa e, ao final do dia, sentimo-nos super-mulheres. E, até aproveitamos melhor as poucas horas que dormimos para DORMIR a sério.



Somos mais bonitas agora.

Verdade. Somos mulheres completas, ocupadas, com rumo e resolvidas. Até nós nos casaríamos connosco.


Somos as maiores! E quanto às miúdas dos calções, hão de cá chegar (e são muito bem-vindas) e vestir esses calções aos vossos bebés quando tiverem 3 meses, que é esse o tamanho deles. 



11.03.2015

Para ti, barriga.

Olá, sua coisa.

Nunca te prestei muita atenção. Aliás, passei a minha vida toda a tentar não te prestar atenção, mas prestando. Sempre estiveste aí, sempre estiveste demasiado para fora. Nunca foste lisinha como as das outras. Quando era pequenina achava que era porque tinha tentado arrotar de propósito muitas vezes e, por isso, tinha muito ar preso... Com o tempo fui-me apercebendo que afinal era só muito parva e que não seria disso de certeza. 

Mesmo em pequena, quando comprei o meu primeiro biquini (que me lembre) na Naf-Naf da Figueira da Foz, tinha imensos complexos e estava sempre a tentar encolher-te 

Depois passei por uma fase que achava que se andasse sempre contigo enconhida que passava a ter abdominais, mas não. 

Cheguei a dormir com um cinto a apertar-te para me obrigar de te encolher. 

Desisti. Mesmo com natação, mesmo com ginásio, às vezes com dietas, nunca consegui ter-te como queria ter (deve ser impossível para o meu corpo). 

Comecei a comprar só roupa larga para não mostrar que o meu corpo se assemelha a uma vela a derreter. 

Engravidei. Com muitos menos problemas que algumas mulheres quando se preocupam que vão perder a forma. Não, eu não perderia a forma, a forma de pomar. 

Agora estou igual a antes. Disforme com forma. Uso t-shirts largas. 

Tu foste uma casa. A casa de um bebé. "Tu moraste cá dentro, Irene". 

E, pela primeira vez, barriga... estás a ouvir? Pela primeira vez... não te odeio. A minha filhota até teve mais espaço para dar a volta. 

Agora que sou mãe, tu (barriga) és só isso. "Isso" e a ex casa da melhor coisa do mundo.

Gosto de ti, barriga.