6.07.2015

Punham o vosso bebé a dormir dentro de uma caixa?

Começo por agradecer à Dalila o e-mail muito muito querido que nos enviou no outro dia (se calhar já passou imenso tempo, desculpa, Dalila).



Já tinha apanhado esta notícia na net.  Resumidamente, a Finlândia tinha uma taxa de mortalidade infantil muito elevada (são todas elevadas, não é, basta existirem, mas...)  há umas dezenas de anos e, por isso, o governo decidiu entregar uma caixa de papelão (que servirá de berço para os bebés, se os pais assim desejarem) e outros essenciais como colchão, roupa unissexo, etc. Essa caixa é de graça e é entregue a todos os pais, sejam eles ricos ou não, aquando do nascimento do bebé. 

Sendo eu a favor de coisas de graça, claro que adoro a ideia. Acho que, acima de tudo, além de ajudar pais com maiores dificuldades económicas, ajuda também a desligar o complicometro. Aquela caixa diz: o vosso bebé pode dormir nesta caixa de papelão. E isso é um facto: pode. Sendo que, ainda por cima, é um país frio, claro que pode. 

Agora, onde é que ele deveria dormir? Muitas teorias, mas eu tornei-me adepta da teoria do co-sleeping (apesar de nunca ter praticado, a Irene nem nunca chegou a dormir mais do que uma noite no nosso quarto, só para que tenham noção). O bebé, ainda para mais nos primeiros três meses, deve estar em máximo contacto com a mãe. Aquilo a que se chama de cólicas são, muitas vezes, consequências do nosso "abandono". Eu lembro-me que, às vezes, deixava a Irene acordada no berço no quarto dela enquanto eu e o pai estávamos a ver televisão. Ela não fazia barulho, portanto, tanto dava, certo? Não. Ela estaria muito melhor comigo, ao meu colo e eu com ela. Precisávamos uma da outra. Só vim a descobrir isso depois, apesar do meu instinto me dizer que aquilo que estava a fazer não me parecia 100% certo. 

Acho giro. Acho óptimo. Espero que não dêem chuchas e leite artificial (claro que tinha de vir a salvaguarda) como ofertas para estes primeiros tempos, mas acho giro. E bom.

Complicamos muito, não complicamos? 

Acho que a maior parte dos "problemas" que temos por resolver no início da maternidade é pelas coisas terem sido complicadas, desnecessariamente, ao longo dos tempos. 

As mães são descerebradas (ou sou só eu)?

Nós, mães, sabemos que depois de o sermos, nada fica igual. Andamos mais cansadas, mais esquecidas, mais parvas. No início então, parecemos descompensadinhas. Choramos como se o mundo estivesse a acabar e rimo-nos logo de seguida como se tivéssemos uma Joana Gama a dizer piadas ao nosso ouvido.

No meu caso, nada mudou. Já era assim, só com mais umas horas de sono em cima. Já chorava por tudo e por nada e já tinha ataques de riso até fazer xixi nas cuecas. Já era muito emotiva. E, antes de ser mãe, já era muito despassarada. Para a escola não, sempre tudo em ordem. Para o trabalho  também. Mas para a vida e para os outros, parecia ter esse lado do cérebro intermitente. Carteira, cartões, telemóvel, chaves, pagamentos da água, da luz ou do gás, aniversários, chamadas não atendidas que ficavam penduradas dias sem lhes dar resposta, receber mensagens, pousar o telemóvel, e esquecer-me de responder. Eu sou assim. Já era. Não é por desinteresse, os meus amigos e família sabem-no. Acho que não se pode ser perfeito (ai de vocês se dizem que conseguem ser excelentes profissionais, excelentes amigas, excelentes mães, que são já interditadas de aqui estar), e eu estou muito longe disso. Comecei a usar a agenda do telemóvel para as consultas e para as coisas mais importantes (sim, porque ter um homem à porta a dizer que nos vai cortar a luz não é bonito).

O mais engraçado nisto é que quase tudo o que diz respeito à Isabel, eu raramente me esqueço. Nunca me esqueci dela no carro, nem a deixei em casa sozinha. Palmas para mim. Mas a sério, as coisas dela são preparadas com mais antecedência e raramente falhamos, as datas das consultas ficam na cabeça, esse género de coisas. Este fim-de-semana, em que estamos em Óbidos, as coisas dela vieram. Biberons, roupas, fatos de banho, sopas, iogurtes, fruta, água, fraldas, brinquedos.

AGORA A MINHA MALA? Ficou em Lisboa. Sim, só um par de cuecas, e vestidas, umas calças, e ainda por cima brancas, e uma camisola. Nada de escovas de dentes, de pijama ou de carregador de telemóvel. Nada do David também, porque partilhamos mala. E o pior de tudo, os fatos de banho! Sim, porque apesar da casa onde estamos instalados aqui (e que por aqui chamam villa, que chique) ter piscina privativa, achamos que há mínimos de classe e chiqueza e não quisemos ir de roupa interior.

Nada grave, aproveitámos uma sesta da Isabel no carro para ir até às Caldas da Rainha e aproveitei para comprar um bikini giro (que chatice...), escovas de dentes e mais umas coisinhas. Mas acho que este episódio espelha bem como vão estes cérebros.

Ah! E o David já tinha perdido a carteira na 5a feira. O que vale é que há pessoas honestas e que até foram à FNAC para conseguir entrar em contacto com ele! Não é fantástico?

Pronto, agora vamos ali apanhar um solinho e respirar fundo, está bem?




6.06.2015

Às vezes não tenho força ou paciência.

Às vezes não tenho força ou paciência. E nada tem que ver com ela. Às vezes, simplesmente, não consigo imaginar-me mais 4 horas a fazer o que fazemos todos os dias até serem horas dela ir dormir. Às vezes sinto que passeio porque eu preciso, para ver se me passa o mau feitio e para a Irene ter de volta a mãe que gosta de brincar e de sorrir. 

Sem nenhum motivo em especial. Para além da habitual privação de sono e da provável ciática, às vezes, simplesmente, não me apetece. Em casa? O tempo passa tão devagar. Temos mesmo de ir sair. 

Neste dia a Irene não tinha feito a sesta da tarde, não tinha conseguido adormecê-la. Já passava das 17h e, portanto, mais valia aguenta-la mais um bocadinho até ao jantar e ia dormir mais cedo. 

Fomos "lá abaixo". Peguei no carrinho leve (escolham sempre o carro mais prático e não o mais design, eu lixei-me à pala disso e agora tenho dois...) e fomos. E foi como se fosse um reset. Soube bem às duas. Aconselho. Sempre que estiverem "fartas", desopilem e levem-nos convosco! 


Acham que ela estava com sono? :( Foi melhor do que estarmos as duas em casa a aturarmo-nos uma à outra, acreditem.