No post em que vos agradeci todo o amor e carinho, por ter sido abordada por uma leitora (a Inês ;)) à saída do jardim com a Irene, escrevi que:
"Fui com o meu cabelo extremamente oleoso, as minhas rosáceas (eu acho que são duas, apesar de muita gente insistir em usar no singular como "a calça"), camisola qual a qual durmo se não me apetecer trocar de roupa, enfim. Estava no meu melhor (e completamente a borrifar-me para isso)."
Num dos comentários (atenção que o "a borrifar-me para isso", acrescentei numa pós-edição) surgiu um anónimo (que, como tenho um pouco a mania da perseguição, acho sempre que sei quem é) que disse o seguinte:
Este anónimo (o primeiro, que os outros adorei que existissem) cometeu o erro de julgar que a minha vontade de não me arranjar tinha alguma coisa que ver com a minha dedicação à minha filha. Sim, dedico-me muito à minha filha, mas o que é isso tem que ver com o facto de ser preguiçosa para me vestir?
Sempre fui casual. Sempre fui de tshirt e ténis. Agora gosto de me arranjar de vez em quando para me sentir toda bonita, mas é nalgumas ocasiões.
Gosto de estar de pijama o dia inteiro. O meu marido vê-me de pijama. Às vezes tomo banho e visto um pijama. Tenho pijamas do Jumbo. Tenho pijamas de quando era adolescente. No outro dia dormi com roupa de aeróbica.
E isto já era assim antes de decidir ficar em casa com a Irene. Era assim ao fim-de-semana, era assim nas minhas férias e, confesso, que dado o meu gosto por roupa, era assim aos dias de semana também.
O que nos move, a nós mulheres, vai variando. O que nos faz sentir vaidosas também. A maneira como nos sentimos bem connosco próprias não é sempre a mesma.
Gosto de sair de casa e de não me arranjar tal como gosto de sair de casa e até ter pintado as sobrancelhas, mas nem sempre.
Acredito e respeito que muitas mães se desleixem um pouco quando têm muita coisa para fazer. A aparência não é das coisas mais importantes quando há horários a cumprir e pessoas de quem cuidar, parece-me. Porém, não é esse o meu caso. Não me desleixo por causa da Irene, nem sequer me desleixo.
Isto sou eu.
Quem é o que parece não se desleixa, às vezes apetece-lhe é ser outra coisa. É diferente.

