12.09.2014

Não me façam demonstrações

A sério, não. Não, obrigada!

-Ah mas é só uma demonstraçãozinha, eu recebo comissão só pela demonstração, não me quer fazer esse favor? O nosso produto cozinha, aspira, lava a roupa e passa a ferro, ajuda os miúdos com os TPC e faz massagens.

-Pronto, se assim é, está bem.

NÃO FAÇAS ISSO MARTA MARGARIDA!!! (não tenho Margarida no nome, só achei que dava mais impacto).

Principalmente porque sou daquelas pessoas que fica com pena dos vendedores e depois compro tudo o que estiverem a vender, mesmo que não precise! E depois fico irritada e chateada comigo mesma e a achar-me estúpida por não ter sido capaz de dizer que não!

-Ah mas é só uma demonstração, não tem de comprar nada...

Tem de ser como se estivesse a educar o meu filho. Não é não.

-Não, obrigada! Passe um bom dia.

Já agora, só para enquadrar a coisa, fizeram-me uma demonstração, onde limparam o colchão do Lucas, que ainda nem um ano de uso tem. Conseguem imaginar o que aconteceu? Fiquei a sentir-me a pessoa mais imunda à face da terra e a pior mãe do mundo... Como era possível tirarem de lá tanta porcaria? Eu precisava de ter um aspirador daqueles!!! Já se sentiram assim? Isto tudo com uma demonstração! Por isso, não quero mais, obrigada.

Vai um rotativo nas trombas do Henrique?

O pai da minha cria tem razão. Há um momento em que as músicas do Baby TV nos deixam tudo menos relaxados. Começa a subir um calor pelo corpo e percebemos que nem temos o aquecedor ligado. 
As músicas e as vozes dos bonecos, normalmente estridentes e irritantes, despertam em nós um lado Kill Bill. Começamos a imaginar-nos a enfiar uma cabeçada no meio dos olhos do Billy e do Bam Bam. Ou então um rotativo nas trombas do Henrique.
os mariquinhas Billy e BamBam
o burro gordalhufas do Henrique
Para quem não sabe quem são estas personagens (nem sabem o que os espera...), passo a explicar: o gato mexicano gordalhufas, Henrique, vai todos os dias a um restaurante e nunca há o que ele quer. O dono do restaurante sugere-lhe que vá à mercearia, mas também nunca tem o alimento desejado. E ele acaba por ir ao limoeiro buscar o limão e leva-o ao dono do restaurante para ele confeccionar o prato, estão a ver a ideia? É isto. Todos os dias. Todos-os-dias!!! Raio do gato esfomeado e masoquista!
O Billy e o BamBam estão os dois sempre a dar gargalhadas, felizes da vida e arranjam sempre maneira de se divertirem com todos os objectos que lhe aparecem à frente, seja uma folha, uma meia, uma laranja. Tão queridos e tão mariquinhas.
Mas mais irritantezinho ainda é o Dinis, um bebé que começa a andar e que tem de levar com uma voz das mais esganiçadas do mundo a cantar. Digam-me, o que é aquilo?
O Charlie e os números, a música das garrafas verdes... só mesmo estando enfrascado se suportaria aquilo. 

Já tentei mudar para a Casa do Mickey Mouse e dei de caras com um rato com uma voz extremamente aguda. Sempre foi assim? Ou sou eu que agora valorizo muito mais o silêncio? 

Confessem: também têm odiozinhos de estimação?

12.08.2014

Simba

Calma, não vou aqui debitar o Rei Leão (Embora fosse capaz. Sim, sei aquilo de cor, e depois?).

O Simba é o meu gato de estimação e era o meu filhote antes de saber que ia ter o Lucas.

Quando soube que estava grávida, e como não estava imune à toxoplasmose, pedi com jeitinho à minha mãe se poderia ficar com ele até o Lucas nascer. A probabilidade de vir a apanhar o que quer que fosse era ínfima, não só porque eu apanhava os cocós dele com a mão dentro de um saquinho que virava do avesso e ao qual dava um nó (xiiii... granda descrição! mas deu para perceber, não deu?), mas também porque ele só saía à rua para ir ao veterinário. 

A minha mãe lá aceitou, e o Simba vive com ela, a tia, até hoje. Primeiro, era porque o Lucas ainda era tão pequenino, coitadinho, depois, era porque havia coisas para arrumar na nossa casa, e hoje é simplesmente porque sim. O facto é que eles, o Simba e a minha mãe, adoram-se mutuamente. A minha mãe mima-o e ele... pronto, é um gato. Um gato simpático e querido, meio totó e zarolho, mas um gato. Também fazem companhia um ao outro.

Mas o melhor disto tudo é mesmo a festa que o Lucas faz quando vai a casa da avó, e dá de caras com o amiguinho cor de laranja. Ri, guincha, gatinha a toda a velocidade atrás do Simba e agarra-lhe o pêlo e os bigodes. O outro, desgraçado, deixa-se ficar um bocadinho até achar que já chega, que não está para aturar aquilo, e põe-se na alheta assim que possível. E eu, mãe babada dos meus dois pequenos, derreto-me toda...

Agora estou na dúvida. Por um lado, adoraria ver aquela alegria na cara do meu filho todos os dias, mas por outro, sei que o Simba e a minha mãe estão tão bem um para o outro... Além disso, a questão da higiene preocupa-me. Principalmente nesta altura em que eles só gatinham e passam o dia ora com as mãos no chão ora na boca. Os amantes de animais dirão com certeza que isso não tem mal algum, mas eu não sei. E vocês? O que fariam?

Aqui fica uma amostrazinha do filme que é ver estes dois juntos (Música: Ain't it Fun - Paramore).