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7.02.2019

E se o ideal for ser apenas uma mãe boa o suficiente?

Sim, é mais do que "moda" estar sempre a falar das mães perfeitas. Não porque as haja, mas porque todas lutamos de uma maneira ou de outra para nos sentirmos melhores mães. Pode ser pela maneira como contra-balançamos as nossas atitudes e ou acontecimentos na nossa cabeça ou até quando ponderamos fazer algo que não seja evidentemente e exclusivamente a favor dos nossos filhos.

Consoante o nosso próprio crescimento, amadurecimento e dores de infância temos uma luta ou um desafio maior e mais aflitivo pela frente ou até mais ou menos consciente. Varia de mãe para mãe, dependendo também dos pais que cada uma de nós teve ou não teve, etc.

É uma angústia sentir os nossos fracassos, principalmente se os encararmos assim. Do que tenho percebido (quase), tudo na vida tem um ângulo mais positivo e outro menos positivo. Claro que, sendo nós responsáveis pelas nossas crianças (e por as amarmos) queremos prever o futuro na altura das decisões, mas a única coisa que podemos fazer é jogar com o que temos, desde que sintamos que o nosso coração além de estar "no sítio certo",  está a ter o ambiente e nutrientes suficientes para funcionar em condições.

Digo isto porque a clarividência, a sanidade mental não pode ser vista - digo eu - como algo adquirido. São fases. Quando eles nos chamam 10 vezes por noite, diria que mesmo a mais sã das mães é capaz de vacilar um pouco e de querer atirar-se moderadamente de uma janelinha ao som do Baby Tv... 

... isto para já não falar no instinto que temos de levantar a mão quando existem contrariedades. Foi o que fizeram connosco e só agora percebemos isso. "Giro".


Houve um pediatra e psicanalista inglês chamado Donald Winnicott que surgiu com a teoria da "mãe suficientemente boa".

in Happy de Derren Brown, citando Donald Winnicott. 

Se quiserem saber mais sobre este ângulo podem lê-lo aqui. Claro que a interpretação de cada uma vai variar e vão arranjar maneira de justificar as suas atitudes e comportamentos de forma a se sentirem mais confortáveis convosco para se sentirem mãe mais perfeitas ou, neste caso, a partir de agora, mães perfeitas a serem boas o suficiente. Confuso? 

Acredito que mesmo apesar de todos os nossos esforços de "socorrermos" as nossas crianças ao longo de todo o crescimento muitas irão ser as vezes em que não estaremos presentes e que não conseguiremos. Dificilmente acho necessário que essa atitude seja consciente a não ser em momentos pontuais do crescimento. Acho que talvez isto nos ajude a diminuir a culpa que sentimos e tornar as coisas um pouco mais fluídas.

Ajudou-vos? 


1.12.2017

O telemóvel está a ajudar muito a Irene.

Como vos contei aqui e aqui, mudámos a Irene de escola. A adaptação dela a esta nova escola, para já (tento não ter as expectativas muito altas, mas acabo sempre por ter um pouco de esperança, claro), está a ser fenomenal. 

Quando vê a educadora, sem que ela a chame, vai ter com ela aos abraços e aos beijinhos. Quando se fala da escola, mostra muito interesse em ir. Não quer ir embora quando a vou buscar. Entra na sala sem hesitações, vai a correr sempre.

Logo se vê como é a médio e longo prazo porque, "mal comparado", no início dos namoros também achamos que podemos vir a ficar com eles para sempre, não é? Parece que vos oiço a dizer: "não, Joana, nem por isso".  

Houve uma táctica que esta maravilhosa educadora por quem me apaixonei (espero que não fique esquisito entre nós, caso leia o blog) pôs em prática e que me fez muito sentido: dizer que tem o número de telefone da mãe e do pai e que, portanto, se ela quiser falar ou precisar de alguma coisa que pode sempre. 

Acabou por haver uma situação muito engraçada que correu ainda melhor por causa disso. A Irene, ao lanche, viu que um colega tinha umas bolachas de chocolate e pediu à educadora. A educadora disse para falar com a mãe que talvez ela comprasse. 

Confirmei, quando a fui buscar nesse dia, que "um dia" compraria as bolachas. No dia seguinte, enviei mensagem à educadora (cheia de medo que ela me ache muito chata) a perguntar ao certo que bolachas eram e, quando cheguei à escola, a Irene já sabia que eu ia aparecer com elas. Isto é, percebeu que a mãe e que a educadora têm uma relação entre elas e que, portanto, ela é da nossa confiança. Digo eu, "com os nervos" - expressão que aprendi recentemente e que gosto muito. 

Os olhos da Irene a brilharem quando teve a minha confirmação foram impagáveis. Claro que também poderá ter que ver com o facto de saber que ia comer um bocadinho de chocolate, mas cada um vê o que quer ver (ou o que tem medo de ver também - não se aplicando neste caso, claro).

Gosto desta ponte. Muito. E acho que é uma óptima técnica. Na volta é usada em muitas mais escolas, mas só tenho ainda duas experiências. 

Quando a fui buscar, acabamos por ficar no jardim a comer duas ou três bolachinhas e aproveitar o "bom tempo" e a natureza. Senti-me completa e feliz. Ela fez os miminhos que costuma fazer quando está o mais feliz possível (e calma): percorre-me a cara com os dedinhos como se fossem duas perninhas desde o queixo até à testa. 

Estou tão orgulhosa da minha filha. 

 


 

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Outros textos que tenham que ver com a Irene e a escola anterior

- Primeiro dia de aulas aqui.
- Já conheci a educadora da Irene (escola anterior) aqui.
Ela chora imenso quando a vou buscar. aqui

Coisinhas que podem ter achado giras:
 
Casaco - Vertbaudet
Camisola - Zara

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