2.06.2018

E quando a Irene é empurrada na escola?

Não vejo a agressão como rótulo de "boa ou má pessoa". Tenho vindo a tentar construir um raciocínio diferente de que a agressão e a violência são formas primárias e animais de manifestação de sentimentos. E, nas crianças, além de terem a imaturidade que justifica muitos comportamentos, também poderá ser sinal de que algo não está bem. 

A Irene - que é a minha filha (e custou quando aconteceu) - já teve momentos em que foi ela a agressora e eu conheço-a. Por isso, se "até a Irene" poderá ter dessas fases/momentos, os outros miúdos também e não é por serem tiranos ou por terem pais que isto ou aquilo, embora seja essa a primeira (e compreensível) reacção. 

Preocupa-me, porém, não poder controlar tudo e protegê-la de tudo (sei que não seria positivo também, mas de certeza que vocês compreendem esta vontade). E, por isso, não lhe dizendo "quando te baterem, chega-lhes também" e não querendo a imaginar a minha filha a ser "mal tratada" por um colega a nível físico e ela lhes responder verbalmente (como andava eu a ensinar) com "não me faças isso, estás a magoar-me", surgiu aqui outra opção para já.

A minha bff, a Susana, assistiu a uma das nossas conversas em que tentei contextualizar a agressão de uma colega da Irene como estando a amiga com "o menino zangado na cabeça" - aconselho o Divertidamente/Inside Out. E a Susana decidiu partilhar uma solução que descobriu quando era pequena, dizia "Xau, Beijinhos". 

Nunca tinha visto isto como solução: o mero afastamento. Claro que me refiro a estes episódios mais característicos da idade da Irene. 

Infelizmente tenho vindo a tomar conhecimento de outras formas de maus-tratos em escola pelos colegas que me deixam muito preocupada e afilita por não conhecer ferramentas que permitam ajudar a travar o comportamento e a resolver o melhor possível a situação. 

Porém, neste momento a solução parece-me muito interessante e acho que passa a mensagem certa à Irene. Vamos vendo, com o tempo, como responder a cada fase sendo que, no entretanto, se trabalha a empatia e a confiança - o melhor que sei, valendo isso o que vale. 

Quero educá-la a pensar no contexto o máximo possível para que não cresça a pensar que as pessoas se dividem assim. Todos nós somos tudo em momentos diferentes. 

Mas claro, que no meio desta aparente calma, preferia que a minha filha não desse nem levasse tareia... 

O que fazem vocês? 

Fotografia: Yellow Savages  Jumpsuits: Little Jack Baby Clothes


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2.05.2018

E definir a custódia?

A brincar, a brincar já passou quase um ano desde "o meu" divórcio. Nem sempre é fácil, mas tanto o pai da Irene como eu continuamos a ter uma das coisas que mais nos ligou: o humor. É o que nos tem ajudado a lidar periodicamente com birras, maus humores ou incompreensões de parte a parte (se nos entendessemos mesmo bem, teríamos continuado juntos, "lolinho"). 




Como os meus pais também se divorciaram, não me custou muito imaginar as coisas pela perspectiva da Irene, o que eu queria para ela, o que eu acharia melhor para ela de acordo com os meus princípios e aquilo que quero transmitir à Irene adaptado à minha visão da família (podemos estar divorciados, mas acho que somos uma família na mesma).  Não teço aqui comentários a outras maneiras de organizar as coisas, cada família saberá melhor o que funciona para a(s) criança(s) e para os adultos envolvidos. 

Apesar do Frederico e eu termos acordado que ele poderia ver a Irene sempre que quisesse durante a semana desde que dormisse em minha casa (claro que se um dia quisesse dormir com ela, nunca diria que não), acordámos que o cenário standard seria: todas as quartas-feiras a iria buscar à escola e depois a levaria a minha casa para jantar; e que, de resto, seria fim-de-semana sim, fim-de-semana não. 

Porém, achei que, para a Irene, passar do registo em que estava para este registo abruptamente dadas todas as outras mudanças envolvidas (deixar de viver com o pai, por exemplo) seria demasiado intenso e, por isso propús irmos mais devagarinho: desde que nos separámos até agora, a Irene dorme todas as sextas com o pai e vem ter com a mãe ao final da tarde de Sábado. Assim tem metade do fim-de-semana para cada um e tem sempre um dia por semana, todas as semanas para sentir o pai a dar-lhe banho, a adormecê-la, a cozinhar para ela... 

No entanto, tem vindo a crescer em mim outra perspectiva. Não sendo hipócrita, claro que a nível de gestão de tempo é muito mais prático ficar um fim-de-semana para cada um - tanto para poder passear sem a Irene como para poder passear com a Irene. Neste momento, tendo só a tarde e a manhã de domingo para ir aos avós ou para passear com ela, cada escolha se apresenta como uma decisão importante por ser "o meu fim-de-semana com ela". 

Idealmente, em breve iremos começar a cumprir o acordo tal como tínhamos previsto. Sendo que nada é estanque. E qualquer excelente ideia se sobrepõe e é conversada. A Irene tem a sorte de ter dois pais que - independentemente dos altos e baixos - comunicam um com o outro e, por isso nada precisa de ser tão recto e castrador. 

Aquilo que sei é que nenhum de nós alguma vez irá falar mal do outro em frente à Irene. Nunca o desautorizaremos e não a tentaremos virar contra o outro. E isto, para ambos, é regra de ouro. Seja qual for a birra do momento entre os dois - se houver - a mãe da Irene é sempre maravilhosa e a melhor mãe do mundo e vice-versa. 

Fotografia: Yellow Savages 

Mais uma mudança. Tudo com calma. 



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