9.21.2016

Venha o que vier.

Hoje já chorei. Primeiro desceu em mim uma calma de quem está a racionalizar tudo e a afastar o pensamento do "coitadinho", a calma de quem quer soluções e a esperança de que, no final, vai ficar tudo bem. Mas depois, no quarto, deitada com a Luísa, agarrada a ela, chorei. 

Já andava há duas semanas a achar estranha a posição do pé direito da Luísa quando simulava que a punha a andar. O pé ia todo para dentro, zero planta do pé em contacto com o chão, com a cama, o que fosse. O esquerdo também, mas menos, muito menos. Pensei "deve ser de ser ainda tão pequenina, não sabe o que fazer com os pés". Mas hoje perguntei à enfermeira, no centro de saúde. Ela foi chamar a médica. Ok, afinal não deve ser assim tão comum. O meu coração começou a acelerar mais, mas tentei controlá-lo e racionalizar. Ela está aqui à minha frente, linda, saudável, calma, não é grave, tudo se resolverá. A médica chegou, analisou e disse-me que lhe parecia ser "pé equinovaro". Chinês, claro, mas eu, que costumo ser toda de fazer perguntas, não as fiz, como se nem precisasse de saber mais. Assumi que era pé torto e comecei a imaginá-la com uns sapatos ortopédicos e nada grave. A médica disse-me que ia pedir consulta na ortopedia do hospital para breve e que entrariam em contacto comigo. Depois fiquei à conversa com a enfermeira, sempre atenciosa e disponível. Não me tentou acalmar porque eu estava calma, sempre estive. 

Mas já devia saber que o Google me ia lixar muito a cabeça. Entretanto já liguei a uma amiga cujo filho teve pé boto, que me sossegou. O que quer que seja, terá solução. 

Agora estou a escrever para me mentalizar disso mesmo. Não vale a pena sofrer por antecipação, é esperar pela consulta, pelos exames, pelo tratamento, se assim tiver de ser, e a Luisinha vai ficar boa, não tarda. Às tantas é ligeiro e nem será preciso tudo aquilo que já vi do gesso, dos aparelhometros... Não que isso seja o fim do mundo, mas nenhuma mãe quer que o filho tenha de passar por isso. Queremos tê-los bem, saudáveis, fortes. Queremos protegê-los de todo o mal do mundo, no nosso regaço. E quando algo ameaça essa muralha, quando sentimos que não podemos controlar tudo, parece que estamos a tentar fazer magia com a cartola e o coelho desaparece. Mesmo sem coelho, temos de prosseguir com o espectáculo e fazer magia. Basta coragem. Amor já há que sobre para aguentar tudo. Venha o que vier.

Susana Cabaço, Fotografia
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9.20.2016

Que choque!

Caramba. Sei que é este o propósito deste vídeo: fazer-nos pensar. Desde que a Irene nasceu - aliás, até antes de nascer - que estava preparada para ser mais activa, para passear mais, para ver o mundo com outro grau de pormenor e mais devagar. 

Verdade seja dita que acho que o facto de não ter saído com ela de casa nos primeiros três meses (conselho da pediatra por não ter vacinas - agora não faria isto, claro) acho que contribuiu e muito para que tudo fosse mais difícil neste começo de vida a três. 

Antes de ser mãe não sentia nada disto, não me sentia grata por termos a sorte de ter um país onde podemos aproveitar tanto de um pouco de tudo. 

           
Já viram? Vejam. Sim, foi a Skip que fez este vídeo, mas esta publicidade agrada-me: publicidade com emoções e que não ande à boleia delas. Como é que isto é possível?

Como é possível que os reclusos tenham direito a duas horas de ar livre e as "coisas" estejam organizadas para que não consigamos dar isso aos nossos filhos? Temos de os ir buscar - e isto é ser optimista - ao final da tarde, sermos pais e ainda prepará-los para irem dormir e, pelo meio, onde podemos viver todos juntos a magia de estarmos "lá fora"? 

Há coisas que são menos importantes como escrevi aqui. Podemos não ter duas horas, mas podemos fazer com que aqueles 15 minutos sejam os melhores dos dias de todos. 

Mais importante do que isto: será que conseguimos mudar alguma coisa neste sistema? Será que podemos propor novas actividades, passeios, visitas na escola? 

E nós e os nossos filhos? 

Publicidade desta? Sim. Obrigada, Skip, por nos terem feito chegar este vídeo.

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Estou que nem posso com a porcaria do ranho!

Eu já me tinha apercebido de que é uma condição quase que obrigatória a todos os miúdos que andem na creche. Parece que todos têm de ter ranho. A minha ideia é de que se trata de uma forma do corpo expulsar ou estar a reagir a infecções ou algo do género.

Deixem ler. Já volto. 

Obrigada Wikipédia. Não percebi um rabo. Odeio quando a enciclopédia das pessoas se arma em fina. Esperem aí, vou ver se percebo melhor noutro sítio. 

Ok. Já percebi. 

Aprendi duas coisas: 

Só se deve usar o lenço de papel uma vez para nos assoarmos (quando é muco sem ser o aquoso) e devemos sempre lavar as mãos a seguir. 

As cores do muco importam muito porque querem dizer coisas diferentes. Isto é o que os médicos lá aprendem nos cursos deles, mas nós mães já podemos saber se nos devemos preocupar mais ou menos com isto. Li neste site que me pareceu fiável. 

A minha questão é... a Irene antes NUNCA andava ranhosa, nunca. Agora é uma criança "normal", mas ainda não sei como posso mesmo ajuda-la à noite. Ela fica muito entupida do nariz e eu quero que ela durma melhor. Queria coisas naturais, mezinhas giras antes de partir para o bombardeamento químico.

Não existe uma espécie de truque da cebola, mas para o ranho? 

Sniff. Sniff. Infectário... Sniff Sniff. 




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*Obrigada pelas correcções à palavra creche, por serem homófonas, confundi :) Não percam fé em mim que juro que sabia escrever!