11.02.2015

É hoje.

É hoje que volto ao trabalho, mas mais ou menos. Afinal hoje vou só a uma reunião para me designarem as minhas tarefas. Ontem foi um dia complicado. Tanto me parecia um dia normal, como rebentava em ataques de choro. O pior foi quando acordei da sesta (aproveitei para fazer a sesta dela porque as noites têm sido do piorio). Acordei com um peso enorme em cima do peito (e não é das maminhas descaídas de amamentar há 19 meses). Acordei com aquela sensação de que algo tinha mudado imenso na minha vida e que não havia como voltar atrás. Sensação semelhante a quando acabamos um namoro e nos apercebemos disso no dia seguinte, não sei como explicar. 

O desafio agora é grande. A Irene e eu estamos habituadas a um ritmo, a partilharmos tudo uma com a outra a toda a hora. Não digo que, com esta mudança, não surjam coisas óptimas para nós porque vão surgir, mas vai custar o desmame. Talvez me custe mais a mim. As músicas que eu danço e canto com ela são as que vou ouvir no meu trabalho, ela vai ficar em casa com o pai e ele vai enviar fotografias...  Sei que são tudo "problemas", mas vai ser difícil. 

Acima de tudo preocupa-me como vai ela interpretar as minhas saídas. Ao longo da vida dela, quando saí, foram raras as vezes em que saí com ela acordada. Agora vou ter que me despedir. Sei que isto são "problemas", mais uma vez. Sei que tudo podia ser pior, mas não deixa de se fazer sentir como mau para mim, no momento. 

Resta a pergunta, como é que se aproveita todo o tempo quando o tempo deixa de ser todo? 

Entretanto vou focar-me em comprar um bloco novo para o trabalho, uma caneta, maquilhar-me e vestir qualquer coisa que me fique bem. Não sei porquê mas ajuda. Comprar cadernos e canetas sempre me ajudou, vá-se lá saber porquê. 

Bem sei que isto não é "um post", é mais um desabafo, mas não conseguiria escrever sobre outra coisa hoje. 

Estou pronta para o pior e depois para o menos mau e depois para um novo "normal". 



Obrigada pelo apoio <3