4.26.2015

a Mãe desbronca-se (#05) - uma catrefada de respostas!

Boa semana! ;) Sei perfeitamente que estão a ler isto ainda numa de "ganhar ritmo" para pegar o trabalho a sério. Ainda me lembro de como era. Apesar de no meu último ano de rádio ter de acordar já toda cheia de pica às 6h30 por fazer manhãs, assim que o programa acabava, sentia que tinha direito a prolongar um pouco mais a disposição do fim-de-semana. Uma espécie de "já vai, vou só ver isto, fazer isto, fumar um cigarro e depois logo não sei quê". Percebo-vos. 



Vou tentar despachar umas quantas perguntas (sempre com muito carinho, claro) porque vejo aquilo a acumular-se ali no separador d'a Mãe desbronca-se e já estou a ficar com aquela ansiedade de ter a cozinha toda por arrumar. Sabem como é, não sabem?


Olá "anónimo". Apesar de não respeitar as regras da nossa rubrica ("as perguntas são feitas em forma de comentário a este post e os anónimos ou assinam com o seu próprio nome ou, então, à la stripper, inventam um nome artístico. Não pode ser "La máquina" que esse já é o da Ana Malhoa"), claro que sou minimamente humana e tive de lhe responder na mesma. O meu caso creio ter sido parecido com o que está a sentir. Quando a Irene nasceu eu não senti nada por ela, nem por ninguém e creio que tal terá acontecido devido a alguns factores: parto violento, eu sofrer de ansiedade, muita novidade para a minha cabeça, baby blues, etc. Sugiro que leia este post que escrevi se não se importar. Acho que é muito normal demorarmos a reajustarmo-nos à nova realidade. É normal que os nossos sentimentos mudem. Talvez o que sinta não seja amar menos o marido, simplesmente esteja mais focada no seu bebé e o seu marido tenha passado, por enquanto, para um segundo plano muito longínquo. A novidade (atenção que sou só mãe, não sou psicóloga) é que o facto de ter consciência dessa mudança é muito positivo. Há muitas mães que nem se lembram que o marido existe enquanto "indivíduo" e não só como pai do nosso filho ou nosso "moço de recados" durante muito tempo. Continuamos a gostar deles, mas é um "já vai". E é isso o expectável, a meu ver. O bebé está muito dependente de nós, é o nosso papel estarmos totalmente focadas nele durante algum tempo. Eles precisam de nós para sobreviver e para se sentirem seguros. Se conseguir tente dar a entender ao seu marido que nota que está mais ausente, mas que, mais tarde, irá retomar. Tente pontuar a vossa relação com alguns apontamentos que o faça sentir especial, como elogiar algo que ele faça por vocês ou a roupa que ele escolheu, o cabelo, qualquer coisa. Nem acredito que estou a dar destes conselhos. Sempre quis fazer algo deste género. Se achar que nada do que eu disse tem cabimento, compreendo perfeitamente e não levo a mal. ;) No fundo é isto: esteja aberta a mudanças de toda a ordem. A diferença poderá não ser para pior e tenha em conta o contexto de cansaço, novidade, recuperação mental e física, etc. 

 Olá Sandrinha, meu amor lindo. Como estás? Estou a brincar. Sei que não te conheço, mas se fazes perguntas de tia, levas com este tipo de discurso. Ando muito indecisa, sabes? Como tenho uma idealização muito muito forte da maternidade, da presença da mãe na vida dos filhos, não sei bem o que fazer. Por um lado, adorava que a Irene tivesse já um irmão e que crescesse com ele, adorava despachar já isto das gravidezes e das noites mal dormidas. Por outro, quero dedicar-me muito à Irene e que ela se sinta muito especial. Não quero que ela esteja na fase de querer ir ao Jardim Zoológico e que eu, por causa de uma noite mal dormida (sou uma besta com sono) me recuse a ir e seja menos a mãe que quero ser por causa disso. Se calhar, da mesma maneira que a Irene foi planeada, mas decidida num ímpeto (basicamente estavamos a ver televisão e tirei o Nuvaring e pu-lo no cinzeiro da sala - blergh eu sei), talvez o Frederico também venha a ser assim. O que achas? 


Olá Rita! Infelizmente tens a pior Joana das duas para te responder a esta questão, mas posso aconselhar-te a Joana Bandeira do Love Lab que fez um óptimo trabalho com a festa de aniversário da Isabel e, além disso, sigo o blog dela e a adoro as fotografias e os tratamentos. E, acho que se fosse a JPB a responder que te diria, sem dúvida, a Crush e a Ties. Eu não sou muito de sessões fotográficas deste género mas adoro ver as dos outros. Ah! Só agora li que é no Porto. Grrr. Desculpa. Sendo assim vamos ver se outras mães que leiam este post podem dizer qualquer coisa porque não faço a mínima ideia. Sorry.


Olá Ninfa! :) Obrigada pela pergunta (e a todas as outras que fizeram também, não sei por que é que só agora me lembrei disto). Engravidei aos 26. :) Acho que nada tem que ver com a idade (segundo dizem, quanto mais tarde, maior o risco de problemas de gravidez), acima de tudo acho que tem que ver com o teu estilo de vida. Se tiveres 20 mas andares a fumar 4 maços de LM por dia e fores alcóolica, acho que não seria boa ideia. Tem também que ver com aquilo que precisas para te sentires segura e não paranóica. O teu ordenado com o da tua pessoa fazem com que consigam viver tranquilamente? Não estão a contar tostões? Se estiverem, acho melhor repensarem algo ou organizarem as vossas finanças antes de incluirem um bebé na vossa dinâmica familiar pois isso pode ser um grande motivo de stress (e até mais para o pai que é quem mais se preocupa com essas coisas). Acho que aos 30 não é minimamente tarde. A Fernanda Serrano não está agora grávida aos 40? Mulher, ama o teu útero e parece que podes parir até aos 70. Tens tempo, mas fala com a tua ginecologista, ela lá saberá coisas do teu pipi que eu não sei. 

Principais despesas antes de ter um bebé? Depende muito da família. No nosso caso houve uma competição muito saudável entre os avós e praticamente não compramos nada. Também tudo depende do teu estilo de vida. Será que um trocador é mesmo necessário? Podes perfeitamente mudar um bebé em cima de uma cama normal se puseres uma espécie de resguardo ou toalha para não sujar a colcha, percebes? Será que precisas dum berço? Eu passei directamente para a cama com grandes. Atenção que ainda podes pedir emprestado a amigas tuas que tenham essas coisas ou então entrares nalguns grupos de mães aqui na net e fazeres umas compras mais baratas. Dinheiro para toalhitas? Se quiseres usar. Senão tens uma alternativa mais saudável e mais barata: compressas de tecido não tecido (eu sei, é uma confusão) que podes humidificar um pouco com água e com o gel de banho do bebé. Há sempre alternativas para tudo. Pensa naquelas famílias menos afortunadas e que conseguem que não falte nada aos bebés, que mesmo assim têm tudo o que precisam para crescerem saudavelmente. Tudo depende das TUAS exigências. Eu sei que não estou a ajudar grande coisa, desculpa. Se quiseres uma resposta mais concreta, precisas de: cama de grades, lençóis de baixo, sacos de dormir, toalhas de banho, trocador, resguardos, fraldas, toalhitas, shampo, gel de banho, termómetro para a banheira, bodies, pijamas, roupa para sair (embora eu não entenda por que é que se há de por roupa a sério em recém nascidos e não os deixar estar de babygrows), creme hidratante, uma mantinha, isofix ou um bom ovo para o automóvel, carrinho/transportador de bebé/sling. Se quiseres, falamos por e-mail porque acho mesmo que mais de metade do que te disse, se for preciso, é altamente dispensável. A sério. Será mesmo preciso termos toalhas de banho específicas para o bebé? Entendes? Onde gastei mais dinheiro foi no aquecimento, isso sim. 

Quanto às despesas mensais: mais uma vez depende. Tudo fica muito muito agradável se amamentares (espero que sim, que te informes, que tentes e que, se ficar difícil, fales com alguém para te ajudar como, por exemplo, alguém da linha da SOS Amamentação). O dinheiro que poupas em leite artificial, em biberões, esterilizadores é impressionante. Além de todos os outros benefícios para TI e para o teu BEBÉ. Depois, se o bebé não for para a creche e ficar com os avós, podes não gastar uns bons 300 euros por mês... Tudo se resumirá às fraldas e aos médicos que, se fores pelo serviço público, também não creio que gastes grande coisa. As vacinas extra plano de vacinação é que são muito caras. Se for um bebé de creche (e também de leite artificial) é muito provavel que fique mais vezes doente e, portanto, gastarás mais dinheiro (não sei se mais ou se só mais cedo) em medicação e consultas. As papas para bebés não são muito caras, também as podes fazer em casa com o teu próprio leite, com ingredientes naturais e, de resto, as sopinhas são feitas com meia dúzia de vegetais, o que não fica nada caro. No meu caso como amamento e vamos ter a Irene até, desejavelmente, aos 3 anos em casa, temos muito poucas despesas. Quanto à roupa, tens sempre a Primark e também podes pedir a outras famílias que te emprestem. Depende de ti e de como queres fazer as coisas. :)

Espero ter ajudado nalguma coisa, apesar de, talvez, só ter confundido. As outras mães que tenham tido a paciência de ler isto, contribuam também que, quantas mais opiniões, melhor. :)


Somos pais e temos amigos!

Incrível, não é? Somos pais e temos amigos. E amigos que não são pais. É possível! 

Vieram cá a casa, comemos petiscos, vimos a bola, os homens jogaram FIFA, as mulheres estiveram a ver roupas giras na net e não se esteve sempre a falar de crianças! Falámos do IRS, do fisco, das empresas, de alimentação, de desporto, de amigas em comum... um montão de temas que não metem ranho, nem dentes, nem noites mal dormidas. 

Afinal não precisamos de ir para os paiólicos anónimos. Afinal até nos sabemos comportar. Devemos ter conseguido estar uns 15 minutos seguidinhos sem falar da filha e, o mais incrível, a Isabel estava aqui connosco!

Afinal os amigos não precisam de fugir de nós! Podem voltar. Já não podemos ir jantar tantas vezes a sítios fixes (só quando a avó Béu cá vem fazer o seu babysitting), já não queremos fazer grandes noitadas, já não vamos estar 100% sossegados onde quer que estejamos, mas conseguimos disfarçar bem! Juro!

Afinal continuamos pessoas minimamente interessantes, apesar de andarmos há 3 dias para ver um episódio do Game of Thrones. Apesar de já não lermos tanto e de andarmos, às vezes, um bocado a leste do mundo. Podem voltar.

Afinal somos os mesmos, não sendo. Nunca mais vamos ser os mesmos, porque simplesmente somos mais, somos maiores, os dois somos três. Mas damos gargalhadas, dizemos disparates, somos divertidos q.b. Podem voltar.

Não tenham medo de incomodar, de ligar, de convidar. Mesmo que não possamos ir ou que recusemos algumas vezes (agora temos de ser mais selectivos, porque temos de dar primazia às sestas dos filhos e ao seu bem-estar, até porque pagamos caro se nos armarmos muito em hippies), podemos sempre arranjar alternativas, combinar almoços, lanches, vêm cá a casa, tudo se arranja.

Acho que, pela curta experiência que tenho nestas andanças, não são os casais com filhos que se aproximam, por livre e espontânea vontade, de outros casais com filhos. São os amigos sem filhos que se desinteressam, que deixam de querer incomodar, de se adaptar às nossas rotinas, que não têm pachorra para fazer programas em família. É legítimo, claro que é. Mas custa um bocadinho, tal como custava quando a colega de carteira na escola começava a preferir ficar ao lado da Cláudia, na fila da frente. Já não era a preferida dela. Mas o Mundo está tão bem feito, que agora aprendemos a relativizar tudo muito mais e já não vamos para casa a chorar. Agora o que é realmente importante está ali no quarto ao lado a dormir e está aqui ao meu lado a jogar FIFA. E são os amigos que, a esta hora, já devem ter chegado a casa.

Obrigada por continuarem a fazer parte das nossas vidas.