4.09.2018

Finalmente já não tenho que a abanar mais para a adormecer!

Há imensa gente que sabe do que estou a falar. Somos muitos os prisioneiros de um mecanismo qualquer de adormecimento nos nossos filhos. 

No meu caso e da Irene começou por ser com a maminha. Mais tarde, negociado, tive de arranjar outro recurso para a adormecer  ou, até mesmo com a maminha, quando a punha no berço, arranjar maneira para que ela lá ficasse (foi até bastante pacífico graças à Constança do Centro do Bebé). Desenvolvi, visto que ela não falava, o "abanar o rabo". 

E atenção que nada era pacífico no momento de a adormecer. Dava-lhe mama sentada e depois punha no berço e acordava e chorava. Ou dava-lhe mama em pé a vaguear pelo quarto e ela não parava de chorar. Ou tentava não lhe dar mama ela chorava na mesma. Punha-a só no berço e chorava. Nunca foi fácil. Nunca. 

A quantidade de vezes em que me escorriam lágrimas enquanto tentava adormecê-la... Cansada, irritada de não conseguir mas, acima de tudo, cansada. Não dormia. Mesmo quando dormia não dormia e adormecê-la era como uma prova de resistência, daquelas que fazíamos na escola de correr durante 10 minutos sem parar ou mais. 

Voltava para a sala com ela, milhões de vezes. Em que tinha de respirar fundo, tinha de chorar. Tinha de a pousar algures para voltar a sentir os meus braços, mas sempre com a cabeça a "lixar-me o juízo": "não dormiu agora, vai adormecer mais perto da hora do lanche e depois para pegar o sono da noite vai ser pior". E, se me permitem, naquela altura, pior que tudo isso? Eu não podia ter tempo para mim. Nem apenas uma hora em que fingiria que iria dormir a sesta só para estar um bocadinho sozinha ou em que tentaria mesmo dormir. 

Tentei muitas coisas. A contar números até ao infinito, a contar histórias sem nexo (ela ainda não falava) e que, às vezes, até resultavam porque eu própria me perdia nos enredos e acabava por me acalmar até que descobri: abanar o rabo. 

Virá-la de barriga para baixo e cantar ou contar uma história enquanto lhe abanava o rabo ao mesmo tempo que fazia com que ela ficasse imobilizada (nossa, que violência), fazia com que ela fosse obrigada a descontrair o corpo. Já tinha de estar na cama também, o que ajudava. Depois, para tirar a mão era outro terror. Tive de desenvolver técnicas e timings ninja para conseguir tirar a mão sem que ela acordasse, mas sempre melhor do que a ter ao colo durante horas (eram mesmo horas,  às vezes). 

Confesso que foram algumas as vezes em que, mesmo assim, chorando de desespero, lhe abanava o rabo. Às vezes, se calhar, rápido demais para a distrair ou para lhe fazer um snap out of it. Agora, olhando para trás, o cenário, se alguém nos tivesse visto, seria impressionante, seria mesmo de quem precisaria de alguém que nos ajudasse. E precisávamos.

Pelo meio passou a dormir a noite toda (aos 3 anos). Isso fez com que eu conseguisse ter um pouco mais de paciência e de esperança e de - vocês sabem - vontade de viver. 

Abanar o rabo passou a ser o sistema. A rotina é ler a história, dar mama, pôr na cama, e abanar-lhe o rabo enquanto canto uma música que o pai inventou para conseguir adormecê-la quando voltei ao trabalho tinha ela 1 ano e meio. E assim tem sido até recentemente. 

Aos poucos têm surgido outras possibilidades e, de repente, já não tenho de ficar com o braço dormente e tentar trocar de braço sem que ela repare. Ou estar sempre a cantar a mesma música ou... De repente, o que "surgiu" foi fazer-lhe cafuné, festinhas e massagens nas costas ou nas pernas quando dorme sem calças... Caramba. Como tudo mudou e para tão melhor. 

Acabou a prisão - até ver - de lhe abanar o rabo e agora tenho só de lhe fazer miminhos - que chatice!! Agora quase que nem tenho pressa para que ela comece a adormecer sozinha. Gosto tanto. De repente, o pior momento do dia passou a ser um dos meus preferidos. Aquele é que me recalibro. 

Desculpa, filha, a Mãe estava tão cansada... Ou às vezes está tão cansada... 


Isto, claro, quando não "tenho pressa". Senão perco-me toda na mesma, mas agora com mais margem de conversa visto que a miúda já tem 4 anos. :)

Como é que vocês os adormecem?

Tudo o que já escrevemos sobre o sono aqui
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Nunca pensei vir a dizer isto mas... tenho uma linha de sapatos!

Já vos posso revelar! Sou embaixadora de uma linha de sapatos da Hiebabuena! A Ana Quiñones, que conheci o ano passado mas parece que já foi há uma década, desafiou-me a embarcar nesta aventura com ela e eu não consegui recusar: ainda bem!

Para já, apresento-vos tchan tchan tchan... os sapatos Isabel. São azuis, de tecido, têm um pequeno lacinho discreto, têm velcro, o que facilita imenso (e elas gostam de ter essa autonomia) e eu não podia estar mais contente com o resultado. Quando chegaram às minhas mãos fiquei radiante: ficaram ainda melhores do que tinha imaginado. Importa dizer ainda que o fabricante é uma referência, a Batilas, e que os sapatos têm sola de borracha maleável, podem ir à máquina de lavar (lavagem a frio) e têm uma palmilha que deixa o pé respirar.

Encontram-nos online aqui: do 18 ao 30. [Há ainda 4 pontos de venda em loja: Planeta das Ternuras, em Coimbra, Mamã Coruja, na Lousã, Amore Mio, em Canas de Senhorim e Laranjinha em Viseu].

Mas há mais: estes são sapatos solidários - em breve conto-vos tudo o que andamos a preparar.

Não sei onde aprendeu aquela pose mas fica um amor... <3 

Não as aguento.
As manas.



Os vestidos amorosos são da Chicco (são reversíveis: do outro lado são brancos às bolinhas pequeninas azuis: lindos!).

Espero que tenham gostado! <3


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4.08.2018

Muito cuidado com as etiquetas.

Isto parece daqueles posts que vemos partilhados nos fóruns de mães em que há uma alarme gigante para algo que durante anos foi considerado normal. Ja quase evito ler essas coisas porque, de repente, o mundo todo muda só por ter lido aquilo - seja verdade ou não. Já não consumo caldos que começam por K (não, não estou a falar de uma marca chamada Kaldos, ahah) porque não sei quê, há aquela marca que faz não sei quê, as garrafas com palhinha incorporada e que não dê jeito lavar por dentro causam mictoriavite e depois tem que se fazer uma receita de farinha de alfarrobra... 

A quantidade de coisas a que temos de andar a fazer rabias hoje em dia para que tudo corra bem é, no mínimo, enervante. Isto, claro, se pertencerem ao mesmo grupo que eu: o que procura coisas para se enervar. 

Não vou falar das etiquetas da roupa, não. As roupas com etiqueta não fazem com que os vossos filhos, no futuro, consigam andar menos bem a pé coxinho. Não são essas etiquetas. São as outras, as etiquetas que nos atribuímos a nós mesmos, aos outros e, pior, a eles (disclaimer: menos piaducha daqui para a frente, agora). 

Estamos sempre à espera de arrumar coisas.

As pessoas em categorias:

ela é...
boa

estúpida
inteligente
rameira
(...)

arrumarmo-nos a nós mesmas:

feia
gorda
estúpida
trapalhona
burra
(...)

ou ainda aos nosso filhos:

teimoso
burro
trapalhão
mentiroso
lento
terrorista
porco
gordo
preguiçoso
mimado
(...)

As etiquetas que damos a nós mesmas resultam em grande parte das etiquetas que, algures, alguém nos deu (e que deixamos que dessem), sendo que fomos mais vulneráveis às etiquetas dos nossos pais - pessoas em quem confiámos a nossa vida (também não tínhamos grande opção) e, por isso, se dizem que somos gordos ou trapalhões, é porque deve ser verdade. 

O pior é que mesmo os nossos pais, que nos terão etiquetado de determinada forma, poderão fazê-lo (sem mal) para se sentirem melhores com eles mesmos. Por exemplo: para que eu seja reconhecida como a melhor a trabalhos manuais "lá de casa", nunca irei dar espaço (inconscientemente) aos outros para que evoluam ou que façam, assumindo esse título, essa etiqueta.  O mesmo com elegância, inteligência, memória, sentido de humor, dinheiro, sucesso...  Para se ser "o mais", os outros têm que ser "os menos". Enfim. Já deu para perceber a ideia.

Escrevo este post para vos aliciar a pensar nisto (já que estou a tentar também):  

1) Estarmos atentas às etiquetas que andamos a pôr aos nossos filhos e tentarmos desconstruí-las. Ninguém é nada aos 4 anos (por exemplo, mas muito menos antes). Ainda estão em formação. Se começarmos a tratá-los como se fossem teimosos, eles assumirão esse papel. Muito como quando namoravam e a vossa melhor amiga dizia "Eish, o teu tipo novo é muito feio" e, de repente, no dia seguinte... já vos parecia mais feio. É importante que tentemos afastar-nos desta tendência que temos de arrumar as pessoas. Para uma criança ser teimosa, por exemplo, são precisos dois. E ninguém "é", as pessoas "vão sendo" ou "estão a ser". Eu já fui uma pessoa muito isto, mas noutra fase sou outra coisa. Agora até sou mãe. Impensável antes.

2) Desconstruirmos as etiquetas que nos puseram. Não é porque a nossa mãe ou o nosso pai um dia nos terem dito - zangados ou frequentemente - que nunca vamos ser nada ou que somos qualquer coisa desagradável que o somos e muito menos para sempre. Não é porque tivemos um namorado possessivo e porque nos fazia sentir isto ou aquilo que o somos verdadeiramente ou que o vamos ser para sempre. Temos de recuar. Pensar. Desconstruir. Limpar. 

Por sabermos o quanto as etiquetas nos poderão magoar, temos de ter cuidado com as que usamos nos dia-a-dia. Em nós, nos nossos filhos, familiares...

Podem ver o que quiserem ver nesta fotografia. Etiquetarem-me como quiserem. O que eu vejo é uma miúda a não saber posar para fotografias sem fingir que é instagramer e contente por estar a viajar (que já não estou, entretanto). 

Era só isto. Chato, eu sei. Imagino que 1 pessoa tenha lido até aqui e que, se calhar, nem fui eu a reler o post por ter adormecido a meio. :)

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