3.14.2017

A mãe que hoje sou.

A mãe que hoje sou é uma. 
A mãe que eu achava que ia ser é outra. 
A mãe que eu serei daqui para a frente outra será.

Todas nós já enchemos, pelo menos uma vez na vida, o peito e dissemos, do alto da nossa segurança, que não iríamos ser como "aqueles pais". "Filho meu não fará aquilo" ou "eu não serei assim". Depois, na prática, muitas coisas mudam. Antes ainda de os conhecermos, o quarto deles ganha forma, compra-se o berço, monta-se a estante e erguem-se, também, muitas teorias de como iremos reagir, educar e orientar. 

Depois, quando eles nascem e a nossa vida muda, caem também por terra muitos dos preconceitos que criámos. Passamos a entender outras escolhas, passamos a compreender que há excepções à regra e que se calhar, daquela vez, naquele restaurante, estávamos perante uma excepção ou daquela vez, no supermercado, aquele pai falou mais alto para o miúdo, excepcionalmente. Descobrimos que, afinal, também nós gritamos. Mesmo que excepcionalmente. E que isso é humano. 

Seja porque tentámos outras opções e todas elas falharam e queremos testar também essa (mesmo que não nos faça muito sentido, mas já estamos por tudo), seja porque nem sempre conseguimos ser a melhor versão de nós próprios e também erramos, os pais que somos afastam-se - às vezes até demais - daquilo que delineámos.

A mãe que eu achava que ia ser é diferente da que hoje sou. Achei que fosse ser mais paciente, achei que nunca iria mandar a minha filha parar de chorar (e já o fiz, várias vezes até), achei que - vejam só o optimismo [e puro desconhecimento das fases de crescimento de uma criança] - a minha filha não faria birras. 

A mãe que hoje sou é uma mãe com mais experiência, mas com muito por aprender. 
A mãe que serei daqui para a frente será uma mãe mais confiante, mas cheia de dúvidas. Porque já percebi que estes pólos vivem lado a lado, sempre, pela vida fora. 
A mãe que serei daqui para a frente é alguém em permanente melhoria, mas alguém que já decidiu deixar de tentar ser perfeita, simplesmente porque isso não existe. 

Agora? Julgo menos, muito menos.
A Mãe que sou e que serei? 
Uma mãe cheia de amor para dar. 
Cheia de empatia, carinho e mimo. 
Cheia de "sins" e de alguns "nãos", os que forem precisos. 
Uma mãe que fala baixo, que desce ao nível delas, que olha nos olhos, mas que às vezes também solta um ou outro grito.

#workinprogress

The Love Project
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3.13.2017

Quero isto para o quarto delas

Tenho memórias maravilhosas de infância. Brinquei muito, corri muito, tomei muitos banhos de alguidar, fiz muitos bolos de terra e pedrinhas, fiz de mãe, subi às árvores, dei espectáculos de música e dança com microfones feitos de Lego (num deles elevei demasiado uma das pernas, estilo dançarina do BigShowSic, e dei uma queda tão grande que me aleijei a sério), vesti e despi as barriguitas vezes sem conta, enfim... memórias que me dão um quentinho no peito e uma nostalgia capaz de me provocar uma lagriminha (se a isso juntar a imagem do meu pai a escovar-me o cabelo e a esticá-lo, enrolando as pontinhas para dentro, aí é que não aguento mesmo).


No outro dia vi uma fotografia minha, toda contente a passar a ferro (a inocência, senhores, a inocência) e lembrei-me de que adorava aquela estante de casinha que tinha no quarto, onde habitavam todos os meus bonecos.

Era mesmo uma coisa assim que eu queria para o quarto delas, em branco (com ou sem fundo, isto é, estante ou armário).

Já andei a ver algumas opções, mas, apesar de todas muito queridas, até agora nenhuma é bem-bem o que eu queria. Ou porque acho pequena (ikea) ou com as prateleiras pouco estreitas ou porque têm gavetas (vertbaudet), se bem que talvez seja questão de prescindir da gaveta. Já pedi um orçamento a quem faça por medida e levam 150 euros, o que ultrapassa e bem o que eu queria gastar. ;)


1 e 3 - Vertbaudet
2 - Ikea

Gostam? Eu acho que a Isabelinha ia adorar. A Luísa também ia adorar, principalmente mandar tudo abaixo. Se encontrarem mais opções, digam :)


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A vaidade de fazer tudo sozinha (Montessori #01)

No outro dia fui a um Workshop de Introdução à linguagem Montessori. Gostei tanto, mas tanto que até já saquei à "professora" a disponibilidade de nos escrever uns artigos em breve sobre como podemos adaptar à nossa realidade em casa e nas escolas. Em breve, terei novidades para vocês. 

Ainda não compilei toda a informação do workshop que vos queria passar, porque queria algo mais do que apenas vos "passar os apontamentos", mas não podia deixar de vos dizer algo que me ajudou a melhorar a minha relação com a Irene (não que estivesse mal). Ela desde há muito tempo que deixa bem claro que quer ser ela a fazer as coisas, nem sempre a incentivávamos (ou porque poderia sujar tudo ou porque estávamos com pressa, etc.) e a verdade é que era sempre por nos dar "trabalho". 

Isto de quererem fazer as coisas sozinhos é sinal de que o crescimento está a acontecer de uma forma normal e que querem aprender coisas novas, rumo a independência, que são seres curiosos. Claro que nem sempre é possível deixá-los fazer tudo - depende da idade, por exemplo, mas também depende do espaço.

É aqui onde entra a minha curiosidade por Montessori: de que forma poderei adaptar o espaço de maneira a não me enervar se ela se sujar toda a comer sozinha ou se quiser esborrachar um bróculo na mão? O que preciso de lhe "mostrar" antes de a deixar partir na aventura desamparada? O que depende de mim para lhe facilitar (não a tarefa), mas a aprendizagem? 

Sabiam que foi Montessori a pensar na criação de mobiliário adequado à estatura das crianças? Parece-me ter sido importante. É algo que ando a estudar e que, sinceramente, me tem ajudado a compreender a minha filha. Isto é, baseando-me mais na observação do que a move, do que a faz feliz e de como poderei fazer parte do processo, fazendo com que ela aprenda melhor. 

No dia do workshop comeu na mesa dela. Adorou. Não é pratica que queiramos que se torne rotina porque gostamos de comer juntos, mas foi especial para ela. "Parece crescida!". E para mim também foi importante para ver o que é que afinal ela conseguia fazer sem que eu estivesse sempre tipo abutre a dizer que ela não é capaz, que vai sujar tudo ou "que se faz assim". 







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