6.11.2016

Apaixonada pela minha bebé

Estou completamente in love. Foi daqueles amores à primeira vista que só tinha sentido uma vez na vida. Uma paixão galopante, que nos deixa sem fôlego, que não nos deixa dormir. Fiquei a olhar para ela, sem conseguir desviar o olhar, depois das 7 horas em que nos separaram. Precisei de recuperar o tempo perdido. 
Aquelas foram horas difíceis, com muito choro à mistura, porque nem tudo correu como eu esperava. Ninguém esperava. Depois de um parto perfeito, em que fiz 3 vezes força na mesma contracção e a minha bebé veio conhecer o mundo, sem episiotomia, depois de ter agarrado nela com as minhas mãos e puxado para cima de mim, depois dela ter vindo mamar, da forma mais animal e natural possível, algo não estava afinal bem comigo, percebemos minutos mais tarde, no recobro. Apanhámos o maior susto das nossas vidas e tive de ser operada de urgência, num naqueles cenários que só vemos no Dr. House, a sentir um frio incontrolável, a ouvir as vozes já distantes e com medo, muito medo. Com direito a despedidas. Foi duro. Mas já passou. Estou a recuperar bem e já não sou assombrada pelo que aconteceu. Um dia destes conto tudo (as grávidas estão proibidas de ler, óbvio!).

Agora, é tempo de vê-la crescer, devagarinho. De ver na Isabel uma irmã mais velha cheia de amor para dar. De nos habituarmos a estar juntos, os quatro. A conhecermo-nos, a ajudarmo-nos, a partilhar tudo. Os momentos de puro amor, as birras, os ajustes à nova realidade. Não é fácil. Mas está a ser tão, mas tão bom.




nome madeira: Molde Design Weddings
tapa-fraldas: colecção de inverno da Cosythings, agora Coth
sapatinhos: Lovely Things

bebé: a coisa mais calminha e mamona à face da terra ;)

6.10.2016

Não quero saber de vocês!

Estamos a aproveitar o fim de semana prolongado e não tenho internet no computador. Estou a adorar o sítio, ja tinham ouvido falar da Quinta da Malmedra?






Finalmente: a minha filha come!!!

Não sei quantos posts escrevi sobre este tema: alimentação (vão vocês contá-los, que eu agora não posso), mas devem ter sido bastantes. Foi, sem dúvida, das coisinhas que mais nervos me causou nestes dois anos. A Isabel teve períodos assustadores, em que pouco ou nada a agradava. Chegámos a desistir de lhe dar sopa, tal era o estado de stress em que ficávamos lá por casa. Tentámos de tudo. Cuspia, chorava, dizia que "não" e ainda nem tinha visto o que era. Meses disto. Um suplício. Sossegava-nos ela comer bem na creche (chegaram a fazer vídeo para que eu pudesse comprovar a rapidez com que comia uma sopa... "isto não pode ser a mesma criança!". Era a mesma mas sem fazer farinha ali). Acalmava-nos ela ir ganhando peso e estar bem de saúde. Começámos a não relevar. A não nos sentirmos culpados por nem sequer fazermos sopa ao jantar (comia melhor bróculos inteiros, por exemplo, siga!).


Até que...
começou a comer rúcula! Rúcula, têm noção do passo enorme que isto é para uma esquisitinha como a Isabel? E depois tomate cherry. E depois... tudo. Todos os frutos (banana ainda não é fã), sopa ao jantar, legumes variados, queijos de toda a espécie e até - como, como, como? - azeitonas! Mas mais do que isso é a curiosidade e os sons que às vezes faz a comer, de satisfação. O pegar num palito de cenoura e querer molhar no iogurte natural e fazer "uhmmmmm" e repetir. Dizer "quero" para qualquer coisa que estejamos a comer. Uma alteração gigante que me chegou até a comover.

Quem tem filhos que não são grandes apreciadores de comida, saberá bem o desgastante que é tentarem fazer um mortal encarpado para que eles engulam uma colher que seja de comida. E até davam um mindinho para que tudo mudasse.

Não estou a cantar vitória, não, não estou. Eles têm fases e ela poderá querer voltar a fazer greve de fome... mas isto já tem sido uma enorme conquista. Orgulha-me que ela coma papas de aveia com granola, fruta e passas ao pequeno-almoço e que goste de iogurte natural sem açúcar e que o coma como me lambuzo com uma taça gigante de gelado. Fico de coração cheio ao fazer-lhe um pratinho de salada a acompanhar o segundo prato e vê-la comer aquilo tudo à mão, como se estivesse a picar uma iguaria. Adoro ouvi-la pedir pão com manteiga. "Só um bocadinhoooo", diz ela com olhos de bambi, porque sabe sabe que eu não gosto de abusar na manteiga. 
E a roupa suja sem ser por ela cuspir tudo ou girar a cabeça como se estivesse a ser exorcizada... maravilha! Passei a gostar de nódoas nas camisolas. E fico contente por não me ter deixado comprar pelas teorias de que lhe tinha de dar comidas com mais tempero ou mais açúcar e por ter esperado por ela [mesmo que às vezes tenhamos de ter o tablet como aliado...].
Boa sorte a todos os que andam a passar as passinhas do Algarve com esses piscos aí em casa!



*post escrito antes da Luisinha