6.22.2015

Quis drogar a minha filha!

(a quem não lhe apetecer ler este bacalhau de texto, vá para o que "interessa" que é o que está a bold)

Sou o Correio da Manhã dos títulos dos posts, eu sei. A verdade é que tratei deste assunto exactamente como se estivesse a drogá-la. Acho que temos de ter muito cuidado, nunca se sabe. Mesmo com a questão dos produtos naturais... nem tudo o que é natural, é bom? Há coisas naturais que eu não quereria que a minha filha fumasse ou assim. Acho que já me fiz entender! 

Posto isto, reatei uma amizade antiga. A Renata foi minha colega há muitos anos num campo de férias (APCC no Mosteiro de Vairão - na altura foi muito giro, se se mantiverem como estavam ou melhor, recomendo muito) e ficamos "manas". Éramos as melhores amigas, inseparáveis até que nos separámos e não faço a mínima ideia porquê. Não andávamos na mesma escola e isso era complicado, provavelmente foi isso. 

No outro dia, à saída do jardim, encontrei a Renata, espetei-lhe logo dois beijos na focinheira e e não é que também já se tinha casado e era mãe? Fiquei tão contente! Começamos a meter a conversa em dia pela net e, eis senão quando, chegamos à brilhante conclusão de que somos vizinhas. Sim, no mesmo empreendimento. Claro que ficámos histéricas (não sei por que é que estou a falar por ela... eu, pelo menos, fiquei). Ah! Esqueci-me de dizer que ela também vai estar até Setembro/Outubro como eu a tomar conta do filho o dia inteiro. Só ficámos tristes de não termos sabido disto antes porque teríamos feito muita companhia uma à outra. Que amorosa que eu estou, não é?

Pronto. A Renata sempre foi um pouco pseudo natural. Usava daquelas roupas hippies e fitas que se compram naquelas bancas ao pé das praias. Tinha uma amiga igual a ela também toda... agora não me lembro do nome que dávamos às pessoas como ela... ah! Freak! Comecei a imitá-la, comprei umas saias para usar por cima das calças e tal... Pronto, agora ela já se veste normalmente, até porque tem uma profissão de gente séria, mas continua com a mania das coisas naturais e biológicas (principalmente por causa do miúdo). No outro dia, ela foi ao supermercado biológico de Benfica (eu sabia lá que existia tal coisa) e a senhora lá da loja (já vos falo mais dela) recomendou-lhe abóbora patisson para que o miúdo dormisse a noite inteira.



A Renata deu isso ao filho e ele que só costumava fazer sestas de 45 minutos, passou a fazer de duas horas e, nessa noite, dormiu das 21 às 8h só tendo acordado uma vez. Claro que fiquei cheia de piquinhos no pipi (perdoem-me a expressão, mas era mesmo esta que queria usar) e lá fui investigar sobre isto da abóbora patisson. 

Ao que parece (até depois de ter falado com o meu pai, que é químico), não tem problema nenhum usá-la. Por isso: CLARO QUE VOU ENCHARCAR A IRENE DISSO.

O que diz a net da patisson (aqui)? Vejam lá se quase não dá vontade de abraçar a porcaria da abóbora: 

"Esta abóbora, por ser branquinha, é baixa em oxalatos, o que faz dela um legume de excelência para dar a crianças, jovens e adultos hiperactivos, com comportamentos do espectro do autismo, epilepsia, perturbações do foro neurológico ou com dificuldade em dormir à noite."

Pronto. Vai daí fui ao STEVIA (que eu até já sabia que é o correspondente do açúcar para pessoas magras e felizes e saudáveis), que é o tal mercado biológico de Benfica e fui a babar-me até à patisson. Tinha mesmo de experimentar naquela noite, queria dormir uma noite em paz. Lá meti conversa, como não podia deixar de ser, com os donos daquilo e apaixonei-me pela Sra. Isabel. É daquelas senhoras que só dão vontade de dar beijinhos. Tem daquela pele que parece acabadinha de passar com o pano do pó, sabem? Fresquinha, lavadinha, como nova, coisa que normalmente as dermatologistas têm. Super amorosa a mostrar-me todos os produtos entusiasmadíssima, mesmo depois de eu ter dito que não faço parte desta religião das coisas biológicas e saudáveis. Não me tentou converter, mas mostrou-me um mel biológico da Guarda (da zona de Pinhel, tenho família de lá) e sal dos Himalaias que não resisti trazer. Eles têm facebook e a senhora é mesmo, mesmo amorosa. Como estão agora a começar, estive lá perto de meia hora a dar-lhes ideias para refrescarem o negócio. Fica aqui o Facebook deles. 

Bom. Trouxe a abóbora para casa. Cozemos aquilo e juntámos à sopa. Infelizmente o Frederico não fez o que lhe pedi e juntou ao tachão enorme de sopa que já tinhamos feito e a concentração da patisson não foi tão grande como eu gostaria. Queria mesmo que ela ficasse K.O. 

Demos-lhe a Patisson e...

Será que resultou? ;)

Venham daí esses bitaites.



Nota: Apesar de estar a tecer milhares de elogios aos senhores, não há aqui nenhum género de parceria, ninguém me ofereceu nada, nem sabiam que eu ia escrever isto.  Têm mesmo que os visitar se forem da zona.

6.21.2015

PRAIA: Lista de coisas a NÃO LEVAR

SOCORRO! Foi o que pensei quando pusemos os pés na praia hoje. Estava a ver já meio turvo e com a sensação de se desmaiasse até não era mal pensado porque ia finalmente descansar.

Aprendemos com os erros. Mas às vezes temos de errar não sei quantas vezes até acertar. Ora, no ano passado, arrendámos uma casa que ficava mesmo, mesmo em frente à praia. Era atravessar e pronto. Ia com a Isabel às horas das crianças para a praia num sling e púnhamo-nos em casa em menos de nada. Este fim-de-semana estivemos em Cabanas de Tavira, onde talvez fiquemos uma semana em Agosto. É muito bonito, sim senhor, não se tem de pegar no carro, mas ainda é um esticão até à praia. Pelo menos com filha. Pelo menos com malas. Pelo menos com lancheira. Pelo menos com brinquedos. Pelo menos com chapéu.

Fica a minha sugestão de ERROS que se comentem na hora de fazer as malas para ir até à praia:

- MALA DE VERGA. Em que é que eu estava a pensar? Fiquei com o ombro mais pisado que um bife do lombo. É que levar uma mala de verga da moda com uma toalha, um livro, um creme e uma garrafa de água, à solteiro, é uma coisa. Levar uma mala de verga com duas toalhas, a toalha dela, os cremes todos, os nossos e os dela, toalhetes, fraldas, roupa suplente, brinquedos, balde, máquina fotográfica... é ficar com o ombro cozido na certa.


Sugestão: aquele trolley de praia com rodinhas onde cabe tudo e mais alguma coisa ou uma mochila de alças.


- CARRINHO. A ideia é aparentemente boa. Vai no carrinho, pesa menos nas costas e ainda dorme na praia. ERRADO, pelo menos por aqui. Arrastar o carrinho pela areia fora, entrar no barco, passar por zonas enlameadas, mesmo com um carrinho todo-o-terreno é tarefa hercúlea.

Sugestão: uma mochila porta-bebés. Para dormir, dorme na toalha debaixo do chapéu de sol.


- SACO GIGANTE DE BRINQUEDOS. Para bem das nossas escolioses, a praia não tem de ser um parque de diversões. Aliás, com poucos brinquedos até pode ser que ganhem espírito de partilha e façam amigos mais depressa. Passam a ser os "teus e os meus".


Sugestão: Um balde, uma pá, uns dois ou três moldes e uma bola é mais que suficiente para eles se entreterem. Quando mais velhos, até podem levar um livro.


- DESPENSA. Com crianças pequenas não vamos ficar mais de duas, três horas seguidas na praia, por isso não vale a pena levar a casa atrás.

Sugestão: Fruta, iogurtes, água, umas sandes/wraps e está feito. Um saco-térmico dos pequeninos talvez seja suficiente.


- TOALHAS PESADAS: Convém levar toalhas, claro, mas para poupar nas idas ao fisioterapeuta, não aconselho a levar toalhas daquelas tradicionais, grandes e pesadas, quando molhadas. 

Sugestão: Umas toalhas fininhas, que demorem pouco a secar e que sejam leves e voilà.



- UM CHAPÉU DE SOL PARA CADA: gosto de observar um fenómeno que se verifica em muitas praias portuguesas: famílias que levam um chapéu de sol para cada elemento da família e muitas vezes sem se avistar vivalma. Marca-se os lugares, monta-se assim uma espécie de acampamento, com uns bons 20 metros quadrados, e depois não se põe lá os pezinhos. Deve ser este o conceito de praia exclusiva. Além de ser, como dizer, parvo, faz com que famílias com crianças como eu tenham de andar mais 4 km até arranjar lugar.

Sugestão: partilhar o chapéu com mais elementos da família. Parecendo que não, é muito giro. Joga-se às cartas, aos dados, conta-se histórias, partilha-se melão cortado aos bocadinhos, é mesmo engraçado.


Acho que para já, é isto. As nossas costas agradecem. É sempre bom não chegar à praia sem ser lavados em suor e sem uma tendinite. Se pouparmos nestas coisas, já podemos levar PÓ DE TALCO no saco. Pó de talco, perguntam vocês? Pois, pois, eu antes de me iniciar nesta coisa da maternidade só usava pó de talco naqueles dias em que adormecia e não tinha tempo de lavar o cabelo de manhã, para disfarçar a oleosidade (é um dos componentes, pelo que me explicaram, dos champôs secos). Passava na raiz um bocadinho, deixava actuar e depois tirava com uma escova. Um milagre.

Mas agora vou dar-vos esta dica: se passarem pó de talco nos pés dos vossos filhotes (ou noutras partes do corpo), a areia sai que é uma maravilha. Facto comprovado.

O que querem acrescentar à lista? :)

Consegui!! Consegui!!

Vocês que nos acompanham já devem estar fartas de saber que eu + Irene + sono nunca dá um resultado agradável. Nunca me entendi bem com pô-la a dormir a horas, lidar com as birras dela, lidar bem com as poucas horas que dorme de seguida durante a noite e tal. 

Ora, na semana passada, fez-se luz! A Verina Fernandes (da Sono de Sonho) perguntou-me como andava a dormir a Irene, lá me queixei e decidimos voltar ao horário de duas sestas. Como já me lembro de ter dito, eles estão na fase de transição entre uma sesta e duas até aos 18 meses, se não estou em erro. Como a Irene andava a acordar para a vida às 11 da noite, achamos que podia ser por estar a dormir uma sesta a mais mas, afinal, não. Andava sempre muito cansada só com uma sesta e muito birrenta. 

Como não sou nada adepta de deixá-los chorar até adormecerem, acho isso uma crueldade e mais um problema da nossa cultura de "se os mimarmos demais, ficam estúpidos", sempre que ia para o quarto com ela e, depois de lhe dar mama, ela ia a chorar para a cama, voltava para a sala com ela. 

Erro.

Os bebés também querem dormir (tal como diz o livro da Constança Ferreira que saiu há pouco tempo e que é um mimo, falei disso aqui) e, quando ela está birrenta, não quer dizer necessariamente que não queira dormir. Quer dizer que já passou o ponto, que está muito cansada para adormecer ou que não se quer separar de nós. Isto já são interpretações minhas, ok?

A Verina disse: "Joana, as mães têm de ser uma espécie de farol para os bebés nestas alturas. Ela precisa de dormir, está desorientada exactamente por isso e, portanto, cabe-te a ti ajudá-la. Não saias do quarto enquanto ela não adormecer."

Claro que me apeteceu dar um murro na boca da Sra. Dona Verina. Especialmente para mim, mãe de mama, não sabia minimamente como por a minha filha na cama sem ir já completamente k.o. com o leite. Achei que não era possível.

Foram três noites. Três noites em que não saí com ela do quarto (depois de um intervalo razoável em que ela tenha estado acordada para garantir que não estava a forçá-la a dormir, não tendo nosso, no caso da Irene, pelos vistos, só começa a ser possível adormecer para ela a partir das 3h30/4 de estar acordada), em que intercalava mama com cantar-lhe 42 músicas, imitava sons de animais, lhe dava o intercomunicador para a mão para brincar... Tudo servia para que ela saísse do estado de birra e voltasse a acalmar-se para uma nova tentativa, sem sair do quarto. 

Consegui na primeira noite (confesso que com dois Valdispert no bucho - eu sou ansiosa, não quer dizer que vocês precisem), consegui na segunda... a terceira também. E sabem que mais? Tornou-se muito mais fácil. A Irene já sabe que não sai do quarto quando é para fazer ó-ó e entrega-se ao sono mais rapidamente. 



O que isto fez? Fez com que conseguisse que ela fizesse duas sestas todos os dias. Em bons horários. De maneira a nunca adormecer depois das 21h. Fez com que já não houvesse nervosismo da minha parte quando se aproximava a hora de a por a dormir, nem do dela.

Ela agora deita-se na cama, acordada depois da mama, enquanto lhe faço festinhas no rabo e canto qualquer coisa. Depois vou eliminando cada coisa gradualmente. E saio de fininho do quarto (como falei aqui). 

Se demora muito tempo? Sim. Demora. Muito menos tempo que dantes quando desistia e voltava para a sala e ficávamos as duas enervadas? Sim. 

Confesso que também demora mais tempo porque começo a tentar adormecê-la um bocadinho antes da hora para ir menos cansada. 

Estou contente com isto. É uma nova fase. Sei que vai mudar para melhor e para pior também um dia destes, mas decidi partilhar convosco e, mais importante ainda, dizer às mães que dão mama que é possível adormecer os bebés na cama também. Nós somos capazes! :)