Depois de um ano a trabalhar numa agência de comunicação, despedi-me.
Foi um ano maravilhoso, em que aprendi muito, em que cresci imenso (e já tenho 1,74m). Foi, acima de tudo, e depois de ter estado em casa um ano e meio com a Luísa, uma oportunidade para sentir que ainda estou no mercado, que posso dar as voltas à vida que quiser, que se me esforçar posso aprender a fazer outras coisas... enfim, senti-me reconhecida. Fiz amigos. Conheci gente boa e excelentes profissionais.
Entretanto, andava-me a custar bastante chegar à escola delas às 19h00 todos os dias. Eram sempre as últimas a sair, às vezes estava a chover e apanhava trânsito e sentia-me impotente, nervosa e triste. Saía às 18h30 e não havia grande margem. A funcionária que ficava com elas chegou a perder o autocarro à minha conta. Se por um lado, sabia que elas estavam muitas horas na escola, por outro tentava desculpabilizar-me/nos: é a vida. Nem toda a gente tem avós que possam ir buscar. Nem todos saem às 17h. Tem de se fazer pela vida. A vida é como é.
Só que eu precisava de fazer isto. De mudar, mais uma vez, de vida. De tentar outras coisas.
E agora estou a trabalhar a partir de casa. A fazer consultoria. A escrever para o blogue. A gravar vídeos. A fazer locuções. E a preparar coisas novas. Vamos lá tentar ter os meus próprios horários, gerir o meu tempo, ir buscá-las bem mais cedo, a ter uma folha de papel em branco onde tudo começa do zero.
Com todos os riscos, a ansiedade e o stress de não ter um ordenado fixo no final de cada mês. Com incertezas.
Com (alguma) coragem. Já sei que sei fazer outras coisas. Já sei que posso sempre voltar a um ttrabalho mais convencional. Tenho duas mãozinhas. Adapto-me ao que tiver de ser.
Mas agora sou eu.
Vamos a isto. (Wish me luck!)
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