7.10.2015

Ando com uma camada de nervos em cima!

Epa. Eu sei. Que é uma fase. Que ela está bem. Que é normal. Que passa. Mas só quem tem filhos que se recusam a comer é que sabe o que se sofre com isto.
No outro dia, fui para o quarto chorar, carregadinha de nervos no corpo. Tento que a Isabel não note a minha enorme frustração e tentamos fazer das refeições uma diversão, sem impingir nada para que ela não associe as refeições a uma coisa negativa, mas... as minhas costas ficaram tensas, tensas e desabei.

Tive um flashback. Lembrei-me dos dramas da minha mãe com o meu irmão Frederico, na nossa cozinha pequenina, no nosso 6º andar.
- Frederico, come.
- Não gôto.
- Mas ontem gostaste!
- Mas não gôto.
- Senta-te à mesa, filho. A mãe não disse que já te podias levantar. Fredericooo!

Lembro-me também da minha mãe servir tomate todo o santo dia no prato do meu irmão, a acompanhar as refeições. Ao fim de muitos dias, ele lá decidiu provar. E afinal até gostava, só não sabia. Já eu sempre fui boa boca, diz a minha mãe. Acredito. Só pode. Desde miúda que gosto de experimentar tudo, adoro comer, não torço o nariz a nada. Vá, não consigo comer tripas, porque apanhei um trauma quando me engasguei e tive de ser virada de cabeça para baixo e espancada pelo meu pai para aquela porcaria sair. Lá está, estava a provar tripas em criança.

A Isabel está a sair-me a maior pisca de todos os tempos. Às vezes vai para a cama com um iogurte no bucho. Outras vezes nem isso. Anda a recusar sopa, sopa da mãe, sopa da avó, sopa mais grossa, sopa menos grossa. Recusa massa, recusa arroz, recusa feijão (que ela adorava!), recusa tudo o que possam imaginar. Fruta, que ela comia inteira, à dentada, agora, nem vê-la. Prova e cospe. É um de-ses-pe-ro! A sério. 

O que me vale? Ela almoçar bem na creche, quase sempre. Come a sopa (até pedi para filmarem porque nem queria acreditar), come o segundo muitas vezes, e come a fruta. Ao fim-de-semana não há creche... por isso, fico com as costas todas tensas e as lágrimas a quererem espreitar. 

No outro dia, sentei-me no chão com ela e comecei a comer. Disse-lhe "não, é da mãe". E lá veio ela, provar. Psicologia invertida, com esta idade? Pois, lamento. Vale tudo já. Eu, a mãezinha anti-comida-processada-e-doces e não sei o quê, já me vi a dar-lhe a porcaria de um croquete!!! Já lhe dei daquelas coisas de fruta moída (num dia quis, no seguinte já não). Já atrasei jantares para ver se ganhava fome. Já fiz trinta por uma linha. Ultimamente temos tentado estar à mesa com ela, dar-lhe colheres e por-lhe a comida à frente, deixo-a comer com as mãos (sempre deixei, mas dantes corria bem e agora só esmaga a comida e manda para o chão). Nada. Não vai nada para aquela boquinha pequenina.

Quando chegou o cabaz de legumes e fruta que encomendamos uma vez por semana, deixei-a explorar. Até me comovi quando a vi ir buscar uma ameixa e trincar aquilo. Depois pediu-me para tirar a pele e comeu. Comeu a segunda. Era isto. Era isto, todos os dias. Só que não é.


A pedir-me para lhe tirar a casca












Para quem quiser saber, esta delícia de legumes e fruta é do Cabaz Natura. Vale cada cêntimo. E o queijo e a broa de milho... não estão bem a ver!

7.09.2015

A nossa poltrona

Já antes de saber se ia amamentar ou não, etc., sempre imaginei o quarto dum bebé com uma cadeira de baloiço ou uma poltrona. Na esperança de amamentar, investimos nisso (isto é: um dos avós ofereceu) e escolhemos esta no Ikea. Melhor coisa de sempre. Óptimo apoio nas costas, braços super úteis, os gatos não se passam com ela e não a arranham feitos fãs do Justin Bieber quando viram há pouco tempo que ele pôs uma fotografia do rabo no instagram. 

Foi a minha melhor amiga muito tempo. Passei a Irene para o quarto dela no 2º dia e passei muitas horas nesta cadeira. A dormir, acordada, meia a dormir ou meia acordada... E ainda passo. É o meu sítio preferido para lhe dar de mamar. E a primeira mamada da manhã que ficamos as duas na ronha a fazer festinhas uma à outra também é lá. 

Parte da nossa história é esta poltrona. Bem escolhida que, depois do próximo, virará uma cadeira para a sala, provavelmente para o Frederico se sentar e envelhecer lá mais um bocadinho. ;)

Invistam numa boa cadeira para o quarto. Para os adormecer, para dar mama e para os adormecer, para lhes dar mama, para miminhos... o que for. Uma boa cadeira, porque nunca devemos ter pressa nesses momentos e, por isso, temos de estar confortáveis. 













Poltrona - Ikea

T-shirt - Zara

Macacão - Laçarote

Autocolantes armário - Não me lembro (mas ninguém tinha reparado neles que eu sei)

Ilustração panda na parede - Marydoll

Pá - Ikea

Body no chão - Jumbo

Filha - Da mãe e do pai.