Uma leitora perguntou há algum tempo se eu iria baptizar a Isabel. Achei curioso essa pergunta ser dirigida a mim (já devem ter topado que a Joana Gama não vai nessas cantigas). Que me lembre, até esta semana nunca tinha feito nenhuma menção à minha fé.
Já estive em todas as fases e mais algumas: fui baptizada com dois anos, andei na catequese, fiz a primeira comunhão, ia à missa todas as semanas. Fui a Taizé, em França, com uns 16 anos e lembro-me de ficar com o coração cheio e de sentir que a fé nunca me ia faltar.
Mas a verdade é que tive uma fase da minha vida em que
deixei de acreditar. Era céptica, estava revoltada e
questionava tudo. Mas recuperei-a recentemente e não tenho explicação para
isto. Talvez tenha sido por ter passado pela morte de um familiar muito próximo quando estava grávida, mas não consigo precisar, foi tudo de forma inconsciente.
Ainda aí estão? Este vai para o top dos posts mais chatos de sempre, não vai? Já ganhei.
Voltando à pergunta da leitora. Ainda não tenho uma resposta para ela. Em princípio sim, porque, apesar
do pai não ser católico praticante, eu gostava de passar-lhe
esses valores (e o pai não se opõe). Mas não quero achar. Quero ter a
certeza. Esta é daquelas escolhas que, agora que sou mãe, acho difíceis
de tomar, porque por um lado não a queria estar a condicionar à fé
católica (quero-a livre para escolher a sua religião), mas, por outra,
acho que esta é daquelas coisas em que os podemos influenciar. E mais
tarde, caso não concorde, faz as suas escolhas à mesma. Os meus pais acabaram por orientar as minhas escolhas e nunca os culpei por isso. Tive inclusive uma fase em que podia ter desistido. Mas ficou cá a sementinha e aquele amor no coração sempre que entro numa igreja, sempre que ouço os cânticos, sempre que rezo.
Para as que aguentaram até ao fim, baptizaram ou não os vossos filhos? Vão fazê-lo ou vão esperar?