5.30.2015

Queria tanto um cão!

"Queria, já não quer?" Rrrrrrrrrr

Lembro-me de andar a pedir um cão aos meus pais durante uns bons 12 anos. A dar-lhes garantias de que iria passear todos os dias a Flor (já tinha o nome escolhido) e que ia correr tudo bem. Só aos 16 anos, quase 17 anos, consegui conquistá-los. E só porque íamos mudar de um apartamento na cidade para uma casa com jardim. A Lua (foi Flor só durante três dias e percebemos que o nome não tinha assim tanta piada para cão) viveu connosco no apartamento ainda uns seis meses. O tempo suficiente para roer sapatos, óculos de sol (os preferidos eram Ray-Ban), móveis... Depois mudámo-nos para a aldeia e ela passou a roer outras coisas. Só vivi com ela um ano. Depois, fui estudar para Lisboa. Todos dos fins-de-semana, ela ficava eufórica quando me via. A minha primeira cadela, pastor-alemão. Nunca se esquece. Quando estava a morrer, envenenada, veio a arrastar-se até casa para se despedir da minha mãe. Morreu a receber festinhas. A minha mãe ainda hoje se lembra do olhar dela. E eu ainda hoje choro. Sim, ela às vezes conseguia escapar do nosso terreno e ia chatear os vizinhos. Um anormal qualquer (há muito disso por aí, infelizmente) envenenou-a. Quando a minha mãe me ligou a contar, chorei durante uma semana. Nessa noite não dormi. Sei que há gente que não consegue entender isto. Acho que é porque nunca teve um amigo destes. Dóceis, sempre presentes, que ficam felizes de cada vez que nos vêem e que não exigem muito em troca. Que nos ensinam tanto. Tive a sorte de ter uma Lua, um Mi, uma Gata e, ainda, um Sunny e um Pipo. Pastor-alemão, labrador ou rafeiros. Todos lindos, companheiros, meigos, com um parafuso a menos. Adoráveis.




Queria que a minha filha tivesse um amigo assim. Que crescesse com esta cumplicidade. Ela adora cães, simplesmente adora! Os lá de casa, os de Évora, os da rua. Quando espreita à janela e vê um cão, o sorriso é mais que certo. "Ão, ão" foi das primeiras coisas que aprendeu a dizer. Gosta de dar-lhes comida.

Mas... falta o mas. Não me sinto preparada. Tenho medo. Medo de não dar ao cão o que ele merece. Não acho que um cão precise de ter um grande jardim, mas precisa de ir todos os dias correr, passear. Várias vezes por dia. E depois aos fins-de-semana? Ia connosco para Évora? Para Santarém? Como se gere a dependência? E a falta de tempo, durante a semana?

Como se organizam, mães de cães?
Mais alguém que sonha em ter um cão?
Pronto, já não faço mais perguntas.

Vá, vá, digam que sou isto e aquilo. Vá.

Se há coisa da qual esteja farta é de ouvir comentários a dizer que sou muito pouco relaxada nisto de ser mãe. Que é por ser mãe de "primeira viagem" - odeio este termo. E odeio também as pessoas que dizem termo para aqueles tupperwares que conservam a temperatura da comida e que levávamos na lancheira para a escola. Sim, eu era das que comia de casa. 

Eu sou como sou em relação a tudo o resto com a Irene, apenas proporcional ao meu grau de interesse. Sempre fui muito precavida e sempre a pensar 20 passos à frente no meu dia-a-dia, fosse na parte do trabalho, fosse nas actividades extra-trabalho (actuações - de stand-up, não pensem que era daquelas do varão que não tenho corpo para isso, só a minha coxa direita tem o mesmo peso de todo o elenco de um clube de strip razoável). 

Se precisava de um termómetro para medir a temperatura da água do chuveiro? Provavelmente não. Se sinto que melhorou a minha qualidade de vida? Sinto que sim. Assim posso dar banho de chuveiro à Irene sem estar minimamente preocupada em ver a temperatura. 



Ela, assim, até pode brincar um bocadinho - não muito que além da água ser um bem precioso é a mãe quem paga essa conta e não o pai - sem eu ter que estar sempre atenta à temperatura. Não sei porquê mas, na minha cabeça, pode haver variações de temperatura. É mais uma coisa que, provavelmente, não haverá. 



Outra é não ter que medir a água quando são banhos de imersão e depois compensar, à última, com água fria ou com água quente. Ponho a 37/38 graus e pronto. 

Aquilo acende uma luz vermelha que pisca quando passa dos 38 graus e tudo. Adoro. Até para mim vou usar porque, segundo o meu dermatologista (até parece que já lá fui mais do que uma vez), queimo a minha pele a tomar banho. 

Bom, eu gosto de ter um termómetro para o chuveiro. Até porque não paguei por ele e é de uma parceria que nós temos, mas fui eu quem escolheu do catálogo e mandei vir porque queria. É da Safety1st

E isto sou eu a esconder a minha rosácea e o final do meu nariz à pinguim do Batman por não me sentir confiante visto que estava de pijama, sem me pentear e isso. Aqui somos todas família, não é?

"É, é... Joana.. é... mas, para a próxima, pelo menos, penteia-te. É o mínimo." 






Terraço, para que te quero

Quando decidimos arrendar esta casa, o terraço foi uma das coisas que nos conquistou. Não temos jardim, nem piscina, nem uma vista para o mar ou para a serra, mas temos um espaço onde podemos apanhar ar, sol, brincar e comer na rua. Quem sabe se não lhe espeto com uma piscina pequena para a Isabel? Ai espeto, espeto. Aguardem uns dias.

Pusemos uma manta no chão com umas almofadas e ficou logo mais confortável. Umas luzinhas da Tiger penduradas na palha deram graça e ficou logo com outro ar, pelo menos enquanto a Isabel não der cabo delas.

Vou parar de falar do terraço, que não tem interesse nenhum, e mostrar-vos mas é a coisa mais linda que eu já fiz na vida.