"Queria, já não quer?" Rrrrrrrrrr
Lembro-me de andar a pedir um cão aos meus pais durante uns bons 12 anos. A dar-lhes garantias de que iria passear todos os dias a Flor (já tinha o nome escolhido) e que ia correr tudo bem. Só aos 16 anos, quase 17 anos, consegui conquistá-los. E só porque íamos mudar de um apartamento na cidade para uma casa com jardim. A Lua (foi Flor só durante três dias e percebemos que o nome não tinha assim tanta piada para cão) viveu connosco no apartamento ainda uns seis meses. O tempo suficiente para roer sapatos, óculos de sol (os preferidos eram Ray-Ban), móveis... Depois mudámo-nos para a aldeia e ela passou a roer outras coisas. Só vivi com ela um ano. Depois, fui estudar para Lisboa. Todos dos fins-de-semana, ela ficava eufórica quando me via. A minha primeira cadela, pastor-alemão. Nunca se esquece. Quando estava a morrer, envenenada, veio a arrastar-se até casa para se despedir da minha mãe. Morreu a receber festinhas. A minha mãe ainda hoje se lembra do olhar dela. E eu ainda hoje choro. Sim, ela às vezes conseguia escapar do nosso terreno e ia chatear os vizinhos. Um anormal qualquer (há muito disso por aí, infelizmente) envenenou-a. Quando a minha mãe me ligou a contar, chorei durante uma semana. Nessa noite não dormi. Sei que há gente que não consegue entender isto. Acho que é porque nunca teve um amigo destes. Dóceis, sempre presentes, que ficam felizes de cada vez que nos vêem e que não exigem muito em troca. Que nos ensinam tanto. Tive a sorte de ter uma Lua, um Mi, uma Gata e, ainda, um Sunny e um Pipo. Pastor-alemão, labrador ou rafeiros. Todos lindos, companheiros, meigos, com um parafuso a menos. Adoráveis.
Lembro-me de andar a pedir um cão aos meus pais durante uns bons 12 anos. A dar-lhes garantias de que iria passear todos os dias a Flor (já tinha o nome escolhido) e que ia correr tudo bem. Só aos 16 anos, quase 17 anos, consegui conquistá-los. E só porque íamos mudar de um apartamento na cidade para uma casa com jardim. A Lua (foi Flor só durante três dias e percebemos que o nome não tinha assim tanta piada para cão) viveu connosco no apartamento ainda uns seis meses. O tempo suficiente para roer sapatos, óculos de sol (os preferidos eram Ray-Ban), móveis... Depois mudámo-nos para a aldeia e ela passou a roer outras coisas. Só vivi com ela um ano. Depois, fui estudar para Lisboa. Todos dos fins-de-semana, ela ficava eufórica quando me via. A minha primeira cadela, pastor-alemão. Nunca se esquece. Quando estava a morrer, envenenada, veio a arrastar-se até casa para se despedir da minha mãe. Morreu a receber festinhas. A minha mãe ainda hoje se lembra do olhar dela. E eu ainda hoje choro. Sim, ela às vezes conseguia escapar do nosso terreno e ia chatear os vizinhos. Um anormal qualquer (há muito disso por aí, infelizmente) envenenou-a. Quando a minha mãe me ligou a contar, chorei durante uma semana. Nessa noite não dormi. Sei que há gente que não consegue entender isto. Acho que é porque nunca teve um amigo destes. Dóceis, sempre presentes, que ficam felizes de cada vez que nos vêem e que não exigem muito em troca. Que nos ensinam tanto. Tive a sorte de ter uma Lua, um Mi, uma Gata e, ainda, um Sunny e um Pipo. Pastor-alemão, labrador ou rafeiros. Todos lindos, companheiros, meigos, com um parafuso a menos. Adoráveis.
Queria que a minha filha tivesse um amigo assim. Que crescesse com esta cumplicidade. Ela adora cães, simplesmente adora! Os lá de casa, os de Évora, os da rua. Quando espreita à janela e vê um cão, o sorriso é mais que certo. "Ão, ão" foi das primeiras coisas que aprendeu a dizer. Gosta de dar-lhes comida.
Mas... falta o mas. Não me sinto preparada. Tenho medo. Medo de não dar ao cão o que ele merece. Não acho que um cão precise de ter um grande jardim, mas precisa de ir todos os dias correr, passear. Várias vezes por dia. E depois aos fins-de-semana? Ia connosco para Évora? Para Santarém? Como se gere a dependência? E a falta de tempo, durante a semana?
Como se organizam, mães de cães?
Mais alguém que sonha em ter um cão?
Pronto, já não faço mais perguntas.