12.29.2017

Quando os nossos filhos são os últimos a sair da escola

Custa e nunca vai passar a custar menos. É este o meu grande dilema e acredito que o de alguns pais: chegar tarde à escola dos filhos. Não me lembro de me acontecer, quando era miúda. Já o David diz que se lembra bem e que é algo que nunca se esquece, uma sensação de "tu queres ver que hoje se esqueceram de mim". No outro dia, uma colega de trabalho contava que chegou duas vezes seguidas já em cima da hora a que o colégio fecha e que a filha lhe respondeu ao pedido de desculpas com um "não faz mal mamã, fico contente porque vieste." Que amor! (Mas que triste também).

Eu, por acaso, achava que as minhas filhas ainda não tinham este entendimento da coisa. Mas ontem, quando cheguei mesmo no limite, a Isabel já tinha perguntado à funcionária se iam lá ficar. E comentou comigo, no outro dia, que agora as vamos buscar já de noite. Há aqui percepção de que algo mudou (e é verdade que a mudança da hora também não joga a favor dos pais que trabalham).

Tento não me deixar dominar pela angústia de saber que elas passam bastante tempo na escola -  até porque as vejo muito felizes e bem tratadas quando chego. Felizmente, temos conseguido revezar-nos a ir buscá-las e há dias em que vão (mais) cedo para casa. Mas tenho pena... Tenho pena que já não tenhamos, nesta geração, neste século, uma rede de apoio como havia há alguns anos. Tinha amigos cujos avós os iam buscar à escola e que ficavam com eles até que os pais chegassem do trabalho. Os avós agora ainda trabalham ou então vivem longe das grandes cidades, para onde os filhos foram estudar e/ou trabalhar. É a nossa realidade. No meio disto tudo, é tentar encontrar o maior equilíbrio possível e aproveitar melhor todos os momentos em que estamos juntos (não sei vocês, mas quase todas as nossas refeições ficam feitas de véspera ou no fim-de-semana para não nos roubar esse tempo durante a semana - ou então são coisas super básicas).

Tem corrido bem. No entanto, continua a haver dias em que as minhas filhas são das últimas a sair da escola.




Ontem fartei-me de chorar  foi um dos textos mais emocionantes que escrevi sobre este tema.



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