5.31.2017

Acabou-se o que era doce!



Se conseguimos que, durante três anos, a Irene só tivesse sido acordada por causa das horas ou obrigações menos de uma dezena de vezes, já é muito bom. Tento dar-lhe aquilo que não posso ter ou que não tive. Odeio ter que acordar antes de ser necessário, odeio que me acordem, odeio, sempre odiei. 

Fiz muitos anos horários em rádio em que tinha que impreterivelmente acordar à hora certa e até antes da hora para garantir que nada corria mal. Só quando deixei de fazer programa a essas horas é que me apercebi da libertação - não que chegue atrasada, mas não ter que ser responsável por coisas que não consigo controlar. Deixou de haver tanto stress. 

A Irene não teve, até recentemente, de ser acordada com frequência. Teve com o pai em casa um ano, um ano e meio comigo e mesmo este ano em que entrou para a escola, o pai não tinha compromissos de manhã que o obrigassem a ser rigoroso com as horas em que a entregava. 

Agora, porém, somos só nós as duas (separei-me). A organização tem que ser outra. No final da última semana e no inicio desta os meus dias estão a ser um caos por não por o despertador. Ela, que normalmente acorda entre as 6 e as 7h30, está a acordar às 8h30 e às 9h e isso faz com que tenha de abdicar de muita calma do meu dia, que faça tudo a correr e não consiga sequer fazer tudo. 

Isto além de não conseguir brincar com ela na escola antes de sair e de passar a manhã toda a dizer "estamos atrasadas, despacha-te" - que, mais uma vez, odeio.

A partir de agora vai haver relógio e até um bocadinho antes do necessário. Para ter uma boa manhã. Para ela tomar o pequeno almoço com calma. Para poder penteá-la enquanto canto ou conto algo e não para ser uma corrida em que, com a pressa, até a magoo.

Acabou-se o que era doce. Amanhã, o nosso despertador tocará às 7h30.


Coisinhas giras: 

Fotografias - Joana Hall


Colar do coração e brincos - Our Sins 

Relógio - Timex 



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Amamentar uma miúda de 3 anos? Isso não é normal!


Primeiro, não é nada normal que publique fotografias minhas a amamentar. A relação com o meu corpo nunca foi muito pacífica e, se nunca imaginei a amamentar uma criança (nem pensava que viesse a ser mãe), também não imaginaria que teria fotografias disso e que muito menos as publicasse na net (ou que tivesse um blog de maternidade...). 


O que me leva a fazê-lo são os comentários que muitas das mães que amamentam além dos 6 meses de leite materno em exclusivo tal como recomenda da Organização Mundial de Saúde (às vezes, esses comentários, vêm até muito antes - credo!) estão sujeitas a ouvir.

Vêm de pessoas certamente não mal intencionadas. Falam repetidamente, sem consciência do que dizem ou dos efeitos que tal comentário possa vir a ter. Também serei assim noutras áreas e ainda não sei disso.  Porém, uma das coisas em que têm razão é que "isto não é nada normal". 



Não é "normal" amamentar uma criança de 3 anos. Não, não é. Já foi. Actualmente ainda não voltou a ser. E a verdade é que da mesma maneira que ver mães a amamentar sem pudores na rua ainda choca muita gente (ou mesmo com pudores), quem amamenta há mais tempo também recebe comentários. 

Ela já fala e ainda mama? Mas já tem dentes? Isso já é sexual. Que horror. Comigo não vai ser assim. Que vício. 

Todas temos os nossos motivos para amamentar mais ou menos, para insistir mais ou menos, para querer mais ou menos, para gostar mais ou menos. Muitos desses motivos, muitas de nós, nunca saberemos realmente quais são. 


No meu caso, o que me levou a amamentar e a querer amamentar tanto (não a forço, ela gosta haha) é o querer que a Irene tenha mãe suficiente. Não quero dizer com isto que quem não amamenta não é mãe o suficiente. Será. Amamentação não é sinal de maternidade. Porém, para mim, simboliza isso. Para mim era importante e ainda é que a Irene perceba que parte do nosso amor começou e dura ainda assim. 

Não tenho pressa para o deixar de fazer e mal ela me cabe no colo. Não ofereço maminha, espero que ela me peça e temos os nossos dois momentos por dia. Quando não existem (porque já se esqueceu uma vez ou outra), fico com saudades e a vez seguinte sabe-me ainda melhor. 

É raro conseguir pegar a Irene ao colo. Este é o nosso colo. Há 3 anos. Com muitas lágrimas, muitas tristezas, muitas más fases, mas com muitas coisas boas também.

Neste momento, só boas.

De manhã, quando acorda - as duas na ronha até decidirmos acordar ou à noite, antes de adormecer - depois da história - para ir quentinha e calma. 


Não é normal, mas é natural. Ambas gostamos de momento. E planeamos continuar assim, com naturalidade. 

Publico estas fotos (porque estão muito giras e foi a Joana Hall quem as tirou) para que, apesar de não ser normal ver miúdos de 3 anos a serem amamentados, haja mais umas tantas pessoas (vocês :)) que agora viram e que assim nos possamos apoiar umas às outras, independentemente das nossas escolhas pessoais. 

É uma aprendizagem à qual me junto. 


Coisinhas giras: 

Fotografias - Joana Hall

Roupas - Little Jack Baby Clothes (óptimo para amamentar)

Colar do coração (apaixonada) e brincos - Our Sins 



Tudo o que já foi escrito sobre amamentação no blog aqui.

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