5.28.2015

Em que hospital?

Depois de ter contado o episódio pelo qual passei no hospital onde pari a Irene (escrevo deliberadamente parir por achar que "dar à luz" é demasiado criativo para o que é) aqui que fez com que saísse de lá com vários mini-biberões de leite artificial já preparado (para quem não esteja informada sobre os benefícios da amamentação, deixem-me resumir e dizer que é tão mau que, em muitos países, já é considerado crime), decidi ajudar as grávidas do processo de decisão relativamente ao hospital onde vão, lá está, "dar à luz". 

Vim a saber que o meu seguro não cobria o parto. Tinha de ser um parto com tudo a ver-se (por não ser coberto). Ah. Piada seca. Quer dizer que, se tivesse de parir num hospital privado, teria de ser eu a desembolsar mais de mil euros, certamente. 

Sendo assim, ficou no público. Até porque dizem que, quando há complicações nos partos nos privados, em última instância, são enviados para o público (será isto mesmo assim?).  

Não fiz questão de que fosse a minha obstetra a fazer o parto, porque acho que se dantes os partos até eram feitos sozinhos, não há de mudar muito de médico para médico. Digo eu. Se calhar até teria corrido bem melhor, apesar dela só fazer no privado.



A única desvantagem (que me incomodou realmente) de ter parido no público foi o Frederico não poder ter estado comigo o tempo em que estive internada. Após o parto teve de ir logo embora e só podia visitar-me, lá está, no horário das visitas.

Para além disso, mas isso não é desvantagem do público, é a desvantagem de não ser um hospital AMIGO DO BEBÉ, o pessoal do hospital não estava formado em amamentação, não tinha disponibilidade para me ajudar de forma produtiva com isso e, pelo contrário, até incentivava o consumo de leite artificial. 

Pouco tempo depois de ter escrito aquele post do qual falei ali em cima, saiu este artigo no Sapo LifeStyle. Muito útil, que vou passar a coiso para aqui. 

Por acaso já ouviu falar da Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés? 

Em 1992 a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançaram um programa mundial de promoção do aleitamento materno intitulado Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés (IHAB), internacionalmente conhecido como Baby Friendly Hospital Initiative (BFHI).



Esta iniciativa foi decidida com base nos resultados da investigação científica que aponta os benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mãe e se dirige ao momento considerado mais crítico para o sucesso de uma boa amamentação - o período de internamento por ocasião do parto.

 A Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés tem por objectivo a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno através da mobilização dos serviços obstétricos e pediátricos de hospitais, mediante a adopção das "Dez medidas para ser considerado Hospital Amigo dos Bebés".



(...)

Dez passos para ser considerado Hospital Amigo dos Bebés

1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe do serviço.

2. Treinar toda a equipe, capacitando-a para implementar essa norma.

3. Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo da amamentação.

4. Ajudar a mãe a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto.

5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.

6. Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tenha indicação clínica.

7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.

8. Encorajar a amamentação sob livre demanda.

9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.

10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à amamentação, para onde as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.

Em Portugal, fazem parte desta Comissão os seguintes hospitais

Hospital Garcia de Orta

Maternidade Bissaya Barreto

Hospital Barlavento Algarvio

Maternidade Júlio Dinis

Maternidade Dr. Alfredo da Costa

Hospital Fernando da Fonseca

Hospital São Bernardo Setúbal

Hospital Pedro Hispano

Hospital Nossa Senhora do Rosário Barreiro

Hospital de Santa Maria

ULSAM – Hospital de Santa Luzia

Por SAPO Crescer



Fica aqui a minha sugestão. ;) Se conhecerem mais amigos dos bebés, adicionem à lista! 

A mãe desbronca-se (#12) - A rotina cá de casa.

A Mariana pediu que me desbroncasse. "Desbroncasse" está a dar erro, temos pena, mas está certo. Queriam que escreve-se (lol) "desbronca-se" aqui? A mim não me enganam.

Primeiro que tudo: fada do lar? Hahahaha Hahahaah (respira fundo) Hahaha (não consegui ainda parar de rir). Nem queiras por esse corpinho cá em casa para veres a desorganização que para aqui ia, não fosse a nossa preciosa ajuda, uma vez por semana. Se a minha filha não existisse, estaríamos a comer batido de atum, todos os dias.

Mas vamos ao que interessa. Ora a Isabel, nos dias bons, acorda entre as 07h e as 07h30. Esta noite dormiu a noite todinha, ainda nem quero acreditar, mas talvez fosse por estar adoentada (vomitou ontem). Eu e o David adoramos dormir e, desde que não amamento a Isabel (parou aos 9 meses, infelizmente) vamo-nos revezando. Um dia vai ele dar-lhe os bons dias, no seguinte vou eu. Enquanto um vai, o outro vira-se para o outro lado na cama e dorme mais quarenta minutos. O responsável do dia, troca a fralda, veste-a, dá-lhe o pequeno-almoço, brinca e vai tomar banho (ela fica no carrinho bengala que temos cá em casa a ver o BabyTv no tablet (únicos 10 minutos do dia, não gostamos que veja muita televisão), enquanto tomamos banho.

Depois, o outro acorda com beijinhos e abracinhos da filha e fica com ela na brincadeira, para o "responsável do dia" (inventei este nome horrível agora) se acabar de despachar, tomar o pequeno-almoço, etc. É o que acordou primeiro quem a leva à escola. 

Depois seguimos para o trabalho (cada um em carros diferentes) e nesse dia, de acordo com o trabalho de cada um, definimos quem a vai buscar, às 17h30 - 18h, no máximo. Se estiver sol, passamos pelo parque infantil.

Tirando um ou dois dias por semana, costumamos conseguir estar os dois em casa antes de jantar a brincar com ela, a dar-lhe jantar (que nem sempre é fácil) e a dar-lhe banho (o nosso momento preferido do dia, porque ela adora!). Normalmente depois do banho já não volta à sala, brincamos mais um bocadinho no quarto, já a média luz. Anda de cavalinho, brinca na cozinha, fazemos bolas de sabão e, principalmente, contamos-lhe histórias. Desde os três meses que lhe contamos uma história antes de dormir. Sim, ler-lhe as páginas amarelas nessa altura era igual, mas o que é certo é que começou a folhear os livros muito cedo, a adorar ver os desenhos e ouvir a nossa voz. Ela fica muito atenta e acalma. Vai buscar logo o Zezé (doudou) e isso dá-nos a indicação de que está pronta para dormir. Normalmente, acontece às 20h30.

Dantes, lia-lhe a história no colo, na cadeira de balouço, mas há uns meses voltámos a tentar que adormecesse na cama dela (e não no colo), para que ganhasse uma rotina de sono (se é que isso existe) mais calma e que acordasse menos durante a noite, não precisando de recorrer ao nosso colo. Para isso, tentei que a cama dela fosse um sítio onde gostasse de estar e não a associasse apenas ao sítio onde dormia. Começámos a contar-lhe a história dos Três Porquinhos ou a d'O meu Ursinho de Peluche com ela já na cama e não é que tudo começou a correr muito melhor? Coincidência ou não, connosco resultou. Ontem adormeceu sem precisar sequer das minhas festinhas nas costas (costumo adormecê-la com festinhas) e confesso que fiquei a sentir umas saudades enormes de quando se entregava ao meu colo, confortável, para adormecer. Queremos que cresçam, que o sono melhore, que descansem mais (e nós também), mas depois temos saudades! (Vá entender-se isto?!)

Quando a Isabel adormece, faço o nosso jantar (ainda não temos rotina de refeições à mesa, tirando ao fim-de-semana, em que tentamos que isso aconteça), mas normalmente é o David o chef. Respondo a emails de trabalho, escrevo no blogue, edito fotografias, trabalho, quando assim tem de ser e vejo 5 minutos de uma série (andamos há 3 noites para acabar de ver o Game of Thrones, mas está muito difícil).

Como trabalho em televisão e às vezes tenho reportagens, o meu dia é isto, mas ao contrário. Hoje, por exemplo, vou editar um programa à noite e trata o David dela. Temos de ir gerindo bem os nossos horários um com o outro e, até agora, não tem sido nada difícil. 

Alguém ainda está aí? Só a Mariana, não é? Parabéns pela paciência, Mariana. Só por causa disso, daqui a umas horas  mostro-te um vídeo com as nossas brincadeiras antes de ir dormir.