Ainda estou em falta, já sei! Já sei!!!! Tenham paciência! Se dantes era eu a dondoca que estava com a miúda em casa aqui do blog, agora sou eu que trabalho e vou ao ginásio e cuido da Irene e ainda quero ter tempo para ver umas séries no sofá antes de me começar a babar desalmadamente como quando oiço um pacote de bolachas a abrir. Só tenho uma filha, é verdade, mas também já ouvi dizer que eles se entretêm uns ao outros, por isso, vá!
Ainda estou em falta com o resumo do Workshop de Montessori onde fui e cuja professora convidei para escrever aqui no blog para dar umas boas dicas e falar dos workshops que irá dar e onde. Só não digo quem e onde que quero ver se a L se apressa a escrever hehehe.
Bom, fiquei inspirada como vos disse aqui. Prometo que vos vou passar o básico, prometo. Mas achei que iriam gostar de saber de algumas resoluções.
Fotografia de umas das várias actividades que tenho feito com ela e que vos quero mostrar. |
Deixar de passar a sopa
É importante que eles tenham contacto com várias texturas de legumes. Não podemos esperar que o único contacto que tenham com eles seja no estado líquido e depois ficarmos chateados por rejeitarem quando estão no prato num dia ou outro. Isto acho que não é Montessori mas foi uma opinião que me fez sentido e que estou a adoptar. :)
Deitar brinquedos fora
A verdade é esta: muitos brinquedos não significa mais entretenimento. Acho que eles sofrem do mesmo problema que eu quando entro numa Desigual: é muita coisa e desisto, apesar de individualmente achar que podem ser engraçadas. Quantos brinquedos não terão eles que poderão ser dados a quem não os tenha ou então aquelas partes de brinquedos que já nem sabemos onde está o todo e que só fazem aquele lixinho aborrecido no final da caixa onde os arrumamos? Bem, que frase tão comprida, cansei.
Adaptar mais o espaço a ela
Fiquei preguiçosa com o tempo. Muitas das coisas da Irene no quarto dela estão disponíveis. No entanto na casa de banho nem por isso. Continuar o esforço de lhe chegar as coisas que ela já deve fazer sozinha (com supervisão, claro) como lavar os dentes, pôr perfume, pentear-se. Comprei uma coisa muito gira no Ikea que depois vos mostro noutro post (tenho que ir fazendo render o peixe senão os anónimos dizem que publico posts da treta só porque sim e... às vezes é mesmo heheh).
Mais cestos e tabuleiros
Isto é Montessori puro. Tabuleiros ajudam no transporte dos brinquedos de um lado para o outro e delimitam o espaço visual e físico para as brincadeiras, além de tornarem bem mais prático a sua arrumação e limpeza. Os cestos a mesma coisa, juntando o facto de ajudarem na categorização dos brinquedos e aumentarem o potencial de arrumação de uma prateleira, por exemplo.
Mudar a areia dos gatos
Andei a evitar durante imenso tempo que a Irene, ao contrário do que ela mais anseia, mudasse a areia dos gatos. Essencialmente porque faria um chiqueiro enorme de areia no chão ou atiraria os cocós contra a parede ou qualquer coisa. Mais uma vez: preguiça. Mostrei-lhe como se limpa a areia dos gatos e adaptei o espaço pondo um caixote do lixo ao lado do caixote da areia para lhe ser mais fácil. É agora da responsabilidade dela (nós limpamos quando ela se esquece, coitados dos gatos).
Aprendizagem em três pontos
É um método da linguagem Montessori que certamente a professora/formadora vos irá falar em breve mas que consiste em algo que a maior parte de nós já faz intuitivamente que é apresentar três objectos, nomeá-los e depois perguntar onde está o objecto a. Seguidamente perguntar que objecto é aquele para certificar que o conhecimento foi apreendido. Será que me está a faltar qualquer coisa aqui?
Deixar de falar tanto durante a demonstração de algo
Isto às vezes acontece-me com o meu PT (não deixa de ser #omelhorptdomundo), mas ele tenta explicar enquanto demonstra e às vezes perco-me. Com eles é importante deixá-los observar sem que introduzamos mais informação ao mesmo tempo. Não precisam disso, antes pelo contrário. Às vezes dar apenas a indicação "vou mostrar-te a levar o copo" e por a acção em prática é o suficiente. Se não for suficiente, repetir.
Uma derivação da actividade anterior. |
Não corrigir negativamente
Insistir na repetição da demonstração depois da criança terminar o seu processo. E valorizar o esforço da criança. Reflectir se não haverá coisas anteriores que pudéssemos ter ensinado para facilitar o processo. Exemplo: não esperar que a criança saiba arrumar um pano se nunca a ensinámos a dobrar.
Não elogiar a meio do processo
Deixar que a criança termine a sua tentativa antes de elogiar para que esta consiga ainda ter oportunidade de corrigir qualquer coisa e de aperfeiçoar e também de não sentir que os elogios não têm fundamento. Deixá-los acabar, observando e aprendendo também nós. É difícil conter o entusiasmo, bem sei.
Muita observação
Montessori é espectacular (há de ter as suas fragilidades, claro) e deslumbra muita gente por bater certo com tanta coisa. Maria Montessori passou imenso tempo a observar crianças e parte da aprendizagem de Montessori para os professores e auxiliares é a observação silenciosa (se é que isto não é um pleonasmo). Agora reparo que a vontade da Irene em fazer sozinha e as "birras" dela, eram as minhas birras para não ter trabalho em ensinar-lhe as coisas ou em adaptá-las a ela.
Espero ter-vos inspirado a mudar qualquer coisa! Depois contem!
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