Mostrar mensagens com a etiqueta irmãos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta irmãos. Mostrar todas as mensagens

3.22.2015

Quero ter mais um filho, já!

Já, já, não dava jeito porque tenho ainda a louça por lavar. Nem daqui a 9 meses, porque, fazendo as contas, calha em dezembro e depois constipo-me ou assim. 

Falando a sério, antes de ser mãe punha a hipótese romântica de ter quatro filhos. Depois de ser mãe, quero dois, porque já percebi o que é que a casa gasta, literalmente. Ir ao terceiro, acho que só se for muito mais espaçado, até me esquecer do que isto custa.

Custa, mas dá um prazer inigualável. A sério, nunca fui tão feliz. A maternidade dá-nos tudo (até olheiras) e deixa-nos tão mais leves e descomplicadas! Se alguma vez eu sabia que passar um domingo a três, em pijama, a brincar no chão, a fazer cócegas e a brincar com balões, até um ser minúsculo cair para o lado de tanto rir, seria o melhor da minha semana! 

Adoro ser mãe. Acho que, apesar de não ser a pessoa mais organizada do mundo, me safo muito bem. Acho que estou a criar um ser feliz. Acho que sou capaz de criar dois seres felizes e quero dar um irmão à Isabel, um grande amigo, para sempre.

A questão é: QUANDO?

A minha experiência enquanto irmã diz-me que dois anos (e 5 meses) é uma diferença muito boa. Apesar de termos sido cowboy e índio muitas vezes e de termos feito a vida negra à minha mãe porque um dizia mata e outro dizia esfola, acho que somos hoje grandes amigos. Partilhámos jogos, interesses, programas de televisão. Queríamos ver as mesmas coisas (antes de chegar a fase das novelas brasileiras) e crescemos juntos. Demos muitas vezes as mãos.

Claro que para a minha mãe a experiência não deve ter sido a mesma. Bem me lembro da cara dela esbaforida a implorar que parássemos de gritar um com o outro no carro ou de quando partimos a televisão da casa por nos empoleirarmos nela. Ter um irmão com idades tão próximas é sinónimo de cumplicidade, para o bem e para o mal.

Por outro lado, fico de pé atrás com algum receio de não me dedicar tempo suficiente à Isabel, que ainda é bebé e precisa de atenção. Mas será que aos dois anos não conseguirá gerir minimamente a chegada de um irmão? Com a ajuda do pai, será que não me conseguirei repartir e dar o melhor de mim aos dois filhos?

Vejo por alguns exemplos à minha volta que isso é possível e não me parece que os filhos mais velhos tenham ficado com algum tipo de trauma. Agora, no meu caso, não sendo a pessoa mais organizada do mundo e vivendo um bocadinho ao sabor do vento (calma, também não sou uma hippie, cá em casa há regras, horários e tudo isso, às vezes não há é muita variedade de sopa... shame on me!) terei de fazer listas de compras e de refeições e conseguir gerir tudo muito melhor, ou os meus filhos viverão a boiões e papas.

Para me mentalizar de que vou ser capaz, primeiro: não posso pensar nisso de manhã. Às seis e quarenta e cinco da manhã, quando a Isabel acorda e eu também - que remédio -, quando me levantei pelo menos duas vezes durante a noite e sinto que um camião TIR me passou por cima, penso em tudo menos em ter mais filhos. Mesmo com o sorriso dela e aquelas coisas todas bonitas que as mães dizem, que compensa tudo e blá blá blá... nesses momentos, o que eu queria mesmo era que ela sorrisse meia hora mais tarde.

Depois: tenho de pensar que "despachar" já o segundo, enquanto ainda não dormimos a noite toda, pode ser bom. Vão ter os dois idades próximas e vão os dois pôr-se a andar de casa dos pais também com idades próximas e depois aí é que vai ser o forrobodó em modo lua de mel. Claro que estou a gozar, nem consigo imaginar essa fase da minha vida e, como isto anda, só devem sair lá para os 50 anos. Ufa!

Para não falar das despesas a dobrar com duas mensalidades da creche, etc, etc, etc... mas, no meu caso, se gerirmos bem as coisinhas, dá para tudo.



Mães que sabem, qual a idade "certa" para ir ao segundo? Contem-me tudo: dois anos, três anos, mais ou menos? Como foram as vossas experiências?

1.19.2015

Catarina e as Marias (#01) - Filha, vais ter uma mana!

Com apenas 18 meses, a Maria Rita recebeu a notícia: “Filha, vais ter uma mana!”. Não queríamos só uma, por isso decidimos lançar-nos à aventura, sem medos – com alguns, na verdade.





Ela reagiu com alguma indiferença, e foi também com indiferença que começou a ver a barriga da mãe crescer. Só nos últimos meses é que ficava mais colada ao meu umbigo e chamava pela “Minês” – na esperança de receber alguma mensagem vinda do interior daquele enorme balão (estão a ver as fotos? Ainda faltavam dois meses inteirinhos…).

Mas o balão rebentou, tinha a Maria Rita dois anos, e aí é que foram elas. Quando regressei a casa com a mana bebé nos braços, os olhos dela pareciam os de um cachorrinho abandonado e só lhe faltou fazer o pino para chamar a atenção. Aí eu percebi claramente que dar-lhe uma irmã foi, ao mesmo tempo, a melhor e a pior que coisa que lhe podíamos ter feito. Mas, caramba, eu também tive duas irmãs e só me fez bem. Ninguém morre por causa dos irmãos – quer dizer, tirando Abel e Caim… 

No meio das mazelas resultantes de um parto natural de um bebé de quase 4,5 quilos (não, não me enganei a escrever, a miúda parecia mesmo um bezerrinho), das fissuras nos mamilos e da desregulação hormonal - céus, que quadro de terror! - eu deparei-me com mais um drama. E agora? Como é que vamos fazer isto?

Mas atenção “mães de primeira viagem com vontade de se lançarem na segunda”, é mais cansativo do que difícil. Com as tarefas bem partilhadas a coisa dá-se. A mãe dá de mamar, o pai põe a arrotar e chama-se a filhota mais velha para o colo da mãe. Ou então, na ausência do pai, dá-se a maminha a uma e conta-se uma história acabadinha de inventar à outra.

Não há cá super-mães nem super-mulheres, não me venham com tretas! Nos primeiros meses temos de olhar à volta, ver a sala num estado de calamidade e pensar: “que arrumadinho que isto está!”. Ou então comer frango de churrasco três vezes na mesma semana e pensar que é importante variar a alimentação e por isso “hoje vai de arroz porque da outra vez foram batatas de pacote”. Isso e sabermos dar desconto a nós próprias – confesso que demorei algum tempo a pôr isto em prática...

Ainda hoje não sei se o que fiz nesses primeiros meses é o mais acertado - provavelmente porque isso não existe. E não sei se não acabei por dar mais atenção à mais velha, por saber que estava mais atenta a tudo, mais sensível. Mas à medida que o tempo foi passando fui – fomos – tentando equilibrar as coisas tranquilamente, de forma natural.


A verdade é que elas dão-se bem, da forma como os irmãos se dão bem: não podem viver uma sem a outra, nem uma com a outra. Lutam – literalmente – pelas mesmas bonecas, lápis de cor, casacos, bolachas... Mas brincam muito as duas, têm grandes conversas e olhar para elas é maravilhoso. A mais velha finge que sabe ler e conta histórias à mais nova, que ouve muito atentamente (durante os dois minutos que são o limite máximo de paciência dela para qualquer tarefa). Dão beijos uma à outra, abraçam-se muito e dizem que gostam da outra. E o meu coração de mãe acredita que, por agora, isto é capaz de chegar…


Catarina Fernandes Raminhos, 34 anos, tem duas filhas, a Maria Rita, 4 anos, e a Maria Inês, 2 anos. É casada com António Raminhos, humorista, coisa que às vezes não deve ter gracinha nenhuma. Assim que engravidou, foram viver para o campo, onde querem criar as filhas no meio das galinhas, salvo seja, e receber sacos de laranjas (sabem pouco...). É a mais recente colaboradora do blogue "A Mãe é que sabe", com a rubrica "Catarina e as Marias".