9.14.2015

Cá em casa há regras e não há.



Para mim, a vida não é um ensaio. Gosto de viver a valer, de sentir a valer. Sou mais de fazer do que de pensar. E talvez por isso goste de aproveitar todos os segundos e gosto que eles sejam um bocadinho imprevisíveis, mesmo sendo mãe. Gosto de dizer que sou um bocadinho hippie, no sentido em que me aventuro bastante e que não sou sempre fiel às rotinas. Gosto de decidir coisas naquele minuto, quase por impulso. Até agora tenho-me saído bem. Nunca me arrependi de ter ido, de ter feito, de ter experimentado coisas com a minha filha. Não gosto de exageros, não lido bem com eles. Gosto de aventura, q.b. e gosto de tranquilidade, q.b. Acho que a minha filha se tem habituado a esse modo de viver e está feliz assim. Sinto-a segura, alegre, inteligente, bem-disposta, meiga. Se estou ou não a fazer um bom trabalho, nunca se sabe, o tempo o dirá. Se este é o caminho correcto, não faço ideia, mas é o que estou a arriscar seguir.

A minha filha está em primeiro lugar, mas eu também estou. Por isso, tento encontrar um equilíbrio entre o que é bom para ela e lhe faz bem e aquilo que é bom para mim e me faz bem.


Ela não vai todos os dias para a cama à hora exacta. E há, de vez em quando, dias de festa.
Ela não toma banho todos os dias. Às vezes escapa.
Ela não dorme todos os dias na mesma cama. Já dormiu em pelo menos 7 camas diferentes, de norte a sul de Portugal.
Ela não dorme a sesta sempre à mesma hora. E houve um dia em que nem dormiu.
Ela não come todos os dias comida fresca e saudável. Já comeu douradinhos, croquetes e já provou arroz doce e croissant.
Ela não adormece todos os dias na cama dela. Há dias em que me pede colinho e eu dou – sempre - e há dias em que quem quer colinho sou eu.
Ela não come à mesa todos os dias. Nem nós.


Cá em casa há regras e não há. Há, porque isso lhe transmite segurança, conforto e a ajuda a crescer com autonomia. Não há, porque nos vamos moldando ao dia, à hora, à situação, às necessidades. Minhas e dela. Nossas. Sempre com uns rasgos de improviso, com “uma vez não são vezes”, sem dramas, sem sentimentos de culpa. 

Foto LoveLab

16 comentários:

  1. É isso mesmo. E funciona!

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  2. Concordo a 100%, aqui em casa tb ha regras e n ha! E resulta, pelo menos o meu filho parece feliz :) N sei se estou a fazer um bom trabalho é verdade, mas alguem sabe? Viver o presente e mostrar a ele que a vida é para ser vivida e aproveitada.

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  3. Concordo! E revejo-me imenso principalmente nesta frase: "Ela não adormece todos os dias na cama dela. Há dias em que me pede colinho e eu dou – sempre - e há dias em que quem quer colinho sou eu."

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  4. Cá em casa é igualzinho, sem tirar nem por! Tentamos aproveitar tudo ao máximo e se flexíveis :)

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  5. Adoro este texto! Fico feliz por ver que ainda há pessoas que sabem aproveitar o melhor que a vida nós traz, e que é de improviso que as coisas nós sabem melhor. Acho que a Joana Gama devia ouvir os conselhos desta Joana, e perceber que quebrar as regras faz parte da vida.. Se calhar até tinha menos crises de ansiedade. Parabéns JPB!

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    1. exatamente, acho a JG muito paranoica...

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    2. 100% de acordo! Às vezes quase que me falta o ar ao ler os posts da JG, tanta ansiedade, tanta regra... O melhor da vida vem mesmo destes improvisos que a vida nos traz. Acho os posts da JPB absolutamente deliciosos e é por ela que ainda continuo a vir a este blog.

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    3. A mim falta-me o ar ao ler estes comentários... mas porque é que há pessoas que só vivem bem a depreciar os outros! Só gajas perfeitas, está visto! Sem paranóias, sem ansiedades e sem respeito pelas caracteristas individuais do próximo...

      Este blogue só existe porque as duas J's com todas as suas diferenças,se aceitam como são, se respeitam e se adoram...

      Meninas sejam menos ou mais felizes, mas deixem-se dessa caca de comentários. Ainda está para nascer a mãe que nunca esteve ansiosa, que nunca teve uma paranóia...

      ST



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  6. Parabéns Joana!
    Obrigada pela sinceridade e partilha!
    Plenamente de acordo, sou igual!
    Não existem regras fixas e inquebráveis, somos humanos não máquinas.

    Bjs

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  7. adorei e fico feliz porque afinal somos pessoas "normais"
    e a foto esta linda !!!
    bjokas

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  8. Por aqui também é assim.....pessoas normais numa casa normal com a gata a voar de vez em quando e bolas por todo o lado (acho que até estou sentada em cima de uma) Somos flexíveis mas também temos regras quando as birras demoníacas querem dominar esta família...Somos Felizes :) Parabéns pelo Blog Adoro!!

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  9. Aleluia! É mesmo isso. Eu durante a semana tento ser mais regrada, ao fim-de-semana "estrago-o" mais um bocadinho e sabem o que é giro? Não o estrago mesmo nada! Francisca

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