Quatro anos e duas filhas depois, eu continuo sem saber lidar com as birras. Pensavam que iam encontrar respostas neste texto, não é verdade? Mas não - daí o ponto de interrogação no título…
Sempre que uma delas dá início a uma birra, a primeira coisa que eu faço – depois de respirar fundo, muito fundo – é pensar na injustiça da situação. “A sério?! Estás a começar uma birra e ainda agora estávamos aqui tão bem a brincar?” Ou então vou ainda mais ao detalhe: “Acabei de te comprar mais uma camisola da Elsa do Frozen e ontem deixei-te comer um ovo kinder e tu fazes-me isto?!” No fundo, a uma birra delas eu respondo com uma minha, ainda que a minha se desenvolva ao estilo Ally McBeal, no interior da minha cabeça e quase sempre com muitos resmungos, gestos e alguns palavrões à mistura.
E depois penso em todos os conselhos que já me deram até hoje: “Sem público não há espetáculo… conta até dez e respira fundo… já disseste que não, por isso é não até ao fim… coerência é segurança… pensa em coisas boas… bahhhh!” Um verdadeiro desatino!
Eu sei que as birras fazem parte do crescimento das crianças e são fundamentais para o desenvolvimento da personalidade delas. Mais do que isso, são uma forma de expressarem a frustração que sentem perante alguma situação. Mas conseguem partir de coisas muito estúpidas mesmo. “Mãe, não queria o pão partido em três, era em dois” ou então fazerem um espetáculo de todo o tamanho porque queriam carregar no botão do elevador e eu já tinha carregado…
As birras conseguem ser momentos terríveis para nós, pais, aos quais é preciso sobreviver – e por “sobreviver” quero dizer não nos passarmos (muito) da marmita, tentar que a coisa dure o mínimo de tempo possível e passarmos alguma mensagem de jeito às miúdas. Confesso que já tive de pedir um “desconto de tempo” à minha filha para subir a escada, entrar no meu quarto, fechar a porta, mandar um berro valente, respirar fundo e voltar a descer a escada para terminar a conversa.
Tenho para mim que, no final de uma birra, a coisa até não correu mal se eu mantive a minha posição desde o início, se ela percebeu porque é que não podia fazer ou ter aquela coisa naquele momento, se não dei por mim aos berros e se acabámos por dar um abracinho. Mas nem sempre é assim. E a única certeza que temos é que, tal como as ondas do mar, depois desta há-de vir outra. Mais cedo ou mais tarde, dependendo da maré…
Catarina Raminhos, mãe da Maria Rita e da Maria Inês
O meu filho tem 14 meses, já começou as birras. Também não sei o que fazer.
ResponderEliminarOlá tenho dois filhos um com 6 quase 7 e outro com 25 meses. O meu filho mais velho sempre foi e continua a ser um doce de menino, nunca lhe vi uma birra e nem sabia o que isso era, agora o meu filho mais novo é um birrento da pior espécie faz birra porque sim e porque sim na maioria das vezes não percebo porque começa a birra e é horrível. Nos últimos dias adoptei o método de ignorar, simplesmente quando começa aos gritos e a atirar para o chão eu não lhe ligo nada fingo que nem o estou a ver até que ele desiste e se cala, até agora está a resultar e até noto uma pequena diminuição da duração da birra. Vamos ver se esta fase passa rapidamente antes que eu fique maluca de vez.
ResponderEliminarOlá tenho dois filhos um com 6 quase 7 e outro com 25 meses. O meu filho mais velho sempre foi e continua a ser um doce de menino, nunca lhe vi uma birra e nem sabia o que isso era, agora o meu filho mais novo é um birrento da pior espécie faz birra porque sim e porque sim na maioria das vezes não percebo porque começa a birra e é horrível. Nos últimos dias adoptei o método de ignorar, simplesmente quando começa aos gritos e a atirar para o chão eu não lhe ligo nada fingo que nem o estou a ver até que ele desiste e se cala, até agora está a resultar e até noto uma pequena diminuição da duração da birra. Vamos ver se esta fase passa rapidamente antes que eu fique maluca de vez.
ResponderEliminarPois eu ainda estou a aprender agora também a lidar com elas: o meu filho tem 18 meses e agora as birras são uma constante, daquelas mesmas em que se deita (quando não atira) no chão e bate com os pés... para já explico-lhe porque fiz o que fiz que o deixou assim irritado e a seguir ignoro, viro as costas e vou falando com ele enquanto me afasto... geralmente passado um pouco ele para, levanta-se e lá vem atrás de mim quando vê que aquilo não está a fazer efeito! Não sei se é o ideal mas lá está, também ainda estou a aprender!
ResponderEliminarAndo tão confusa com isto das birras. A miúda cá de casa, com apenas 18 meses, faz cada uma que é de fugir!
ResponderEliminarSaber lidar com birras tem muito que se lhe diga. Comigo depende da minha disposição, depende dos dias, de como acordo, nem sempre tenho a paciência para ignorar. Há dias que lido relativamente bem, mas tem outros dias que a paciência é zero e aí esqueço a calma e afins...
ResponderEliminarCatarina Raminhos ao ler os exemplos que deste do pão e do botão do elevador, parece que estava a ver as birras parvas que o meu filho de 3 anos (quase 4) faz...há dias subimos para ir dormir e ele vinha só com uma croc no pé, a outra ficou na sala. Fez o percurso todo sem dizer um ai, quando chegou ao quarto lembrou-se da croc e queria que eu fosse buscá-la porque sim (até devia precisar delas para dormir e tudo!), birra, choro, e mais choro por causa do raio da croc! Foi ele buscá-la mas ficou de castigo. Há dias que nem sei como lidar, e se o que o faço está certo ou nem por isso... Mas que ele gosta muitas vezes de me picar para ver até onde pode ir, ai gosta gosta...a minha paciência é que não gosta nada! Ainda o que melhor funciona é ignorá-lo, mas nem sempre dá O_O Todos os dias aprendemos com eles!
A minha com 3 anos acabadinhos de fazer tira-me do sério. E como sobreviver àquele tipo de birra na rua, do género "não quero entrar no carro porque agora quero ir correr para o meio da estrada"? Se alguém souber a solução, diga-me por favor.
ResponderEliminar