4.14.2015

a Mãe desbronca-se (#01) - Quanto peso.

Olá suas cuscas de meia-leca!

Então isto é pergunta que se faça, Célia? Grande lata!


É exactamente disto que falávamos: podem perguntar o que quiserem. Podemos é não responder hehe :)


Não vejo problema nenhum em dizer quanto peso. Peso 70 kg (e meço 1m64). Não acho que seja gorda, claro, mas o problema é que tenho tudo aceitável, menos a barriga que parece aquelas velas das igrejas, a derreter. Cai tudo para os lados, o efeito queque. Não posso usar t-shirts justas - até posso, mas fico a parecer um polícia em que a esquadra não tem número da farda para ele. 

Agora, a Joana Paixão Brás chamar-se a si de cheiita é nojento. É cavalona? É. Mede para aí 1,75m. Gorda? Nada. Até é daquelas que tem a barriga lisa. Quanto muito será flácida, mas não deve ser muito porque não me lembro e já fui com ela à piscina. E sabes como nós somos, Célia. Se aquilo fosse preocupante ou esquisito, eu lembrar-me-ia. Ela deve pesar perto daquilo que eu peso, sendo que é alta e grande. Ela, há uns tempos, até ouviu a mãe dizer uma coisa que eu nunca ouvi (até porque acho que nunca emagreci na vida): "filha, estás mais magra, temos de ir comprar roupa, está bem?". 

Sempre tive coxões, nunca tive aquele buraquinho que as tipas boas têm entre as pernas (e claro que não me refiro ao pipi, senão a minha filha teria saído por um sítio um pouco bizarro), nunca fiquei bem de roupas justas. Parece que não perdi aquela barriga de criança, inchada. E até meio da minha adolescência sempre culpei o facto de gostar de dar arrotos e de engolir ar. Achava que era assim porque havia muito ar que eu engolia e que depois não saía. 

Depois comecei a ignorar e a vestir-me tipo tenda da Quechua. Roupas quanto mais largas, melhor. As calças até podiam ser justas (porque tenho um rabo engraçado - não de fazer rir, mas não desgosto), mas a parte de cima tinha de ser à boca de sino, para conseguir respirar sem toda a gente perceber que sou uma bola de pilates. 

Não deixo que isso governe os meus dias. Como o que me apetece. Às vezes deixo de comer o que me apetece. Às vezes sinto-me gorda, mas depois borrifo-me para isso. Entendo que nem toda a gente tem de conseguir vestir tudo e de ficar bem.

Vejo-me como um todo na maior parte dos dias. Na maioria do tempo não me vejo como um corpo. Às vezes sim e odeio-me e "não tenho nada para vestir" e "estou-me a cagar e vou assim à rua", mas é raro. 

Acho que o segredo está em termos roupas que usemos e não que gostássemos de vestir. 

A verdade é que nem sempre fui assim. E até vos conto um segredo algo esquisito (venham daí ofertas para psicoterapia):  lembro-me de atar, com muita força, um cinto à cintura para dormir, para me lembrar de encolher a barriga durante a noite, para ver se ficava uma menina normal. 

Obviamente que não podia continuar com este peso na consciência o resto da vida. Não sou pessoa de ginásio durante muito tempo (tinha fases de 3 meses muito intensos) mas, acima de tudo, assumi que não sou pessoa de ter uma barriga impecável. 

Que se lixe.

Eu não sou a minha barriga. Eu sou a minha cabeça, o meu sorriso, as minhas opiniões, o meu sentido de humor, o meu humor. 


(já estava grávida nesta)


(sei que isto é conversa "de gorda", mas hoje acredito mesmo nisto)



A Célia fez uma pergunta ali no sítio da nossa rubrica. Querem fazer o mesmo? 

9 comentários:

  1. Nem mais :) Não acho nada que sejas gorda eu tenho 1.54 e peso 58 (agora) que já andei nos 60 e picos mas só agora após 15 meses do nascimento do meu filho estou a ter o peso que há muito tempo não tinha devido às drogas que ingeri nos 4 tratamentos, claro que acabamos por nos sentir umas viciadas por andar sempre com a agulha espetar na barriga (cada um espeta onde quer) :D

    ResponderEliminar
  2. Ahhhhhhhh mas a barriga ainda não está no sitio e está cheia de estrias olha não gostas temos pena se não as tivesse não tinha o meu filho :D

    ResponderEliminar
  3. Eheh, a minha pergunta a primeira a ser respondida, ahahahaha.
    Achei mesmo que isto não ía ser respondido, lol Era mesmo para picar com estas meninas, e vá confesso, alguma curiosidade, devido aos auto-comentários.
    Isto de ser mulher é tramado. Mesmo que a maior parte não admita, acho que todas olhamos para as outras gajas, e se forem boas, olhamos um bocadinho de lado (hihi). E pergunto-me, serei a única a quem estes 3 manhosos quilos (do pós parto) não largam?!
    Gostei muito da resposta, é preciso sentirmo-nos é bem connosco próprias, e isso vocês sentem, porque é o que nos transmitem.
    A JPB é alta como o raio, raios parta, digo eu aqui do cimo do meu 1,61m.
    E acho que a questão é mesmo essa, usar a roupa que nos favorece e não aquela que vemos nas outras.

    Beijinhos para todas, mesmos para as cheiitas ;-)

    ResponderEliminar
  4. Acho que o importante mesmo é cada qual gostar de si como é e sentir-se bem com isso. Que se lixem os outros! E também concordo contigo Joana, usarmos roupa que nos sintamos bem.
    Eu sou daquelas que tenho de vestir e calçar o que seja confortável para mim. Só visto algo mais de "cerimónia" quando tem mesmo de ser, e mesmo assim procuro roupa que me sinta confortável :)
    Lembro-me tão bem de um post que escreveste sobre aquele "pau" que compraste para tirares fotos e não aparecer a tua "papada"...lembrei-me logo "olha a mim também me dava jeito" . Também tenho uma papada e é difícil não aparecer no raio das fotos! Bolas! É que depois nem me lembro de tentar disfarçar a coisa durante a foto, é só mesmo depois de ver a foto que vejo a "beleza" que ficou :)

    ResponderEliminar
  5. A verdade é que nós mulheres passamos a vida nisto , a preocupaçao constante do peso ... enfim acho que é das tais coisas que nunca vao mudar! Muitas vezes ja disse que (embora nao acredite) na proxima vida quero ser um homem . Adoro a despreocupaçao que podem (se nao forem vaidosos) ter ao vestir.-se em 5 min , de nao se preocuparem (tanto) com os pelos , de vestirem um trapito e estao sempre bem ... parece-me tudo tao mais simples na vida dos homens ... nao tem periodo , nao sao olhados de lado pelos amigos como nos somos pelas mulheres quando temos 500 gr a mais ... enfim pudia estar aqui até amanha . Acho que a unica coisa boa é mesmo o puder ter um filho , previlegio que eles nunca vao saber o que é!!! Com isto tudo podem pensar que nao gosto de ser mulher lol , mas gosto , simplesmente queria que tudo fosse mais simples!! Beijos.

    ResponderEliminar
  6. Eu tb sempre tive a minha barriguinha.. mesmo quando vestia um 34, a barriguinha sempre pousava na costura das calças :P agora tou muito mais cheinha...e nas dietas a ver se baixo de nº.. meço 1.55 e peso 60kg (tava nos 62... à 1 mês..) raios..adoro doces!

    ResponderEliminar
  7. Adorei o texto. Pensava que era só eu. Uns dias a sofrer com excesso de peso, outros bofirrando-me para a barriga que teima em não ficar disfarçada. Para conforto de algumas, aqui vai....Toda a vida andei algures entre os 58g/60kg. Na minha gravidez (já lá vão uns longos 12 anos) cheguei aos 80kg (really!!!!!). Eu uma meia leca de 1,57m e a piolha nasceu com uns míseros 2,700kg. Raios partam, de onde veio tanta gordura....?! Nem a amamentar durante 1 ano e meio consegui recuperar. Só ao fim de 2/3 anos e muito trabalho físico (trabalho mesmo, não exercício lol) lá fui perdendo algum peso. Depois de um período conturbado (variados motivos) perdi peso de tal forma que cheguei aos 49kg. Quem me conhecia bem não gostou de me ver tão magra (sou de constituição larga, cara redonda), desfavorecia-me completamente, fazendo-me parecer mais velha. Andei assim uns 2 anos, recuperei até aos 54kg....e depois foi a doer. Cheguei aos 30...pumba....começa a encher. Tratamento com corticoides....pimba...toca a encher mais um cadinho. Problemas no aparelho digestivo...toma...ganha para aí barriga. Conclusão: em 6 anos passei de um 34 (49/53Kg) para um 42 (69/72Kg). E daqui não consigo sair :'( Há dias em que só me apetece esconder do mundo...e outros em que nada me incomóda, pois quem não gostar que vire a cara ao lado. O marido ainda gosta do que vê e nada o estorva :-P mas o espelho teima em me lembrar o quanto eu gostaria de voltar a caber nos inúmeros pares de calças guardados no fundo do armário (mais depressa apodrecem do que volto a ter o mesmo peso). Enfim...não me imagino a fazer dietas e exercício não é para mim. Tento me cuidar o suficiente para pelo menos não aumentar mais a dose :-P já que não a consigo diminuir lol Mas sou feliz, muito feliz. Porque tal como a Joana " Que se lixe. Eu não sou a minha barriga. Eu sou a minha cabeça, o meus sorriso, as minhas opiniões, o meu sentido de humor, o meu humor. " ;-)

    ResponderEliminar
  8. Eu sempre fui um espeto. Daqueles de fazer inveja, sempre comi o que quis e com 1,72m pesei sempre entre os 50 e os 56kg. Até que chegaram os 30... e automaticamente passei para os 60kg e não há meio de baixar. Mas engordei 18kg na gravidez e ainda não consegui baixar dos 68kg. Sinto-me muito mal mesmo... não me sinto eu!! Não tenho nada que me sirva... Sinto-me feia, parecee que desde que tive a minha filha há 4 meses, que envelheci 20 anos. 😢e o problema é a fome que tenho, parece que não como há dias...
    Para mim, este é o pior aspecto da maternidade. de resto, tenho mesmo pena de nao ter tido filhos antes. Passo o tempo a repetir para mim mesma que na próxima gravidez não vou aumentar mais de 9kg, para não voltar a sentir-me desta maneira. E só espero conseguir voltar a vestir a minha roupa.
    Beijinhos e obrigada por falares nisto desta forma.

    ResponderEliminar
  9. Sempre que posso venho aqui ler o que escreve e confesso que a Joana é uma fonte de inspiração. Sou mãe a 5 anos de uma princesa linda e também passei por essa fase de ter barriguinha e não gostava mesmo nada. Hoje,tendo ainda a brilhante barriguinha e confesso que ja nao me incomoda,tal como a Joana disse que se lixe,somos o que pensamos,as nossas opiniões os nossos sorrisos. Obrigada por nos ensinar e ajudar a gostarmos mais um bocadinho de nós mesmas. Beijinhos

    ResponderEliminar