Comunico muito pouco com o meu cérebro no dia-a-dia. Não gosto de entrar em diálogo. Gosto de sentir, fazer e pronto. Isto leva a que cometa erros muito simples constantemente. Os mais comuns são errar profundamente na escolha do tamanho do tupperware para guardar comida, mas mesmo de forma preocupante.
Não sei se já disse aqui, mas é um exemplo que dou frequentemente: com aquelas caixinhas de enfiar as peças de formas diferentes (a estrela, o cubo, o cilindro, etc), em vez de olhar onde é que a estrela deve caber, prefiro fazer à bebé e tentar em todas primeiro. Não me importo por perder mais tempo se falhar, porque se acertar sinto-me a maior do mundo por ter sido muito rápido. É, no entanto, uma experiência dolorosa para quem goste de mim e esteja a olhar. Tenho a certeza que muitas das vezes o meu marido trauteia uma música triste para dentro enquanto me vê a fazer estas coisas, tentando imitar um anúncio de pedido de contribuição monetária para uma coisa de solidariedade.
Imagino o copy (com uma voz muito bem colocada e séria):
"Tem quase 30 anos. Já é mãe. É incapaz de pensar por um segundo que seja. [isto enquanto estou feita parva, de língua de fora, a tentar acertar com a estrela no cubo]. Isto já é a seguir de pena. Isto é triste."
Aqui ela tinha 1 dia de vida. <3 |
Eu gosto de fazer coisas parvas. Gosto de me rir comigo própria. Raramente falho em coisas importantes (aí estou mais atenta), por isso não tenho vergonha.
Ficar meia hora a descobrir como se abre um copinho da Avent pode ser um embaraço para a maior parte, mas eu rio-me sempre que penso nisso. Ter demorado mais de meia hora aos 15 anos a descobrir como se montava uma tábua de engomar, também. Tentar enfiar 5 litros de sopa num tupperware para guardar molhos... Ligar a água para tomar banho, estar no modo de chuveiro e ficar toda encharcada. A última gira é terem começado a aparecer fraldas sujas no cesto de roupa suja e não sei se sou eu ou o Frederico, sequer.
Isto claro que piorou desde que a Irene nasceu e estou sempre cansada por não dormir bem. Os acidentes durante a noite são os mais parvos. Também vos acontece?
Eu não ligo nenhuma luz à noite. Gosto de me armar em super-mulher, com super-poderes e vou (sem usar as mãos para ir apalpando) percorrendo o caminho para o quarto da miúda. Já bati com o focinho em portas, já dei uma biqueirada na mesinha de cabeceira, ja ia tropeçando numa pantufa e nem uso pantufas, já dei umas patadas nos gatos que adormecem em sítios perfeitamente imbecis de vez em quando.
A que aconteceu (se não foi ontem, foi há muito pouco tempo) foi ter posto a Irene ao colo para mamar e nada acontecer. Ela estar a chorar e não pegar na mama que tinha posto de fora. Esquisito. Depois lá percebi que tinha pegado na miúda ao contrário. Ela tinha ficado ao contrário na cama, dentro do saco de dormir. Peguei nela com a cabeça virada para o chão (imaginem acordar assim e a mãe pegar assim em vocês) e depois fiquei à espera que os pés dela mamassem. Pensei: "a miúda está estragada!", mas não. Tem uma mãe parva e cansada.
Sei que não sou a única, mas fica a dica: os pés não mamam.
hahahah ri-me tanto :) eu ando sempre aos pontapes a tudo, tenho hoje um corte no dedo pequenino do pe que o prova :D Tambem tenho anedotas dessas com fraldas sujas... ou por o frasco do cafe vazio de volta na prateleira, o arroz no frigorifico.... Coisas do genero....
ResponderEliminarainda agora, devia estar a escrever um texto em frances, para entregar ate amanha ao meio dia... mas o meu cerebro esta com preguica, entao estou aqui a ler os vossos post para me alegrar a noite :D e a comer "Digestives" de chocolate :D
Hahaha eu não era assim distraída...dentro da minha cabeça cabiam os meus lembretes os dos outros...desde que tenho a miúda (1 mês e meio) isto é uma catástrofe ... E por aquilo eu percebi tem tendência a piorar!
ResponderEliminarDemais! O que ri com a tua descrição final a imaginar o cenário :) Eu também não gosto de ligar as luzes à noite, e também tinha essa mania de andar às apalpadelas. Uma vez andei uns bons minutos no hall às voltas porque não dava nem com a luz nem com a porta do quarto do filhote, enquanto este chorava à espera que eu aparecesse. Antes dele nascer comprámos uma luz de presença, que tem uma joaninha que dá para usar como lanterna. Como luz de presença usei poucas vezes porque não gosto de dormir com luzes no quarto, sejam elas quais forem. Mas a joaninha dá imenso jeito para quando tenho de me levantar durante a noite para ir ao quarto ao lado ;) Uma mini lanterna com muito uso!
ResponderEliminarE por aqui o cérebro também falha imensas vezes, especialmente depois de começar a dormir pouco durante a noite. A memória então essa vai de mal a pior! Lembro-me bem quando ele era bebé, os primeiros dias e os seguintes, durante a noite nunca sabia a que horas tinha mamado, acordava, dava de mamar e siga. Andava sempre baralhada com as horas e acabei por desistir de pensar nisso :)
O esforço que fiz para não soltar uma grande gargalhada (que é para o marido me perguntar o que estou a ver... coisas de gajas)
ResponderEliminarOra vamos lá ver o que eu faço de errado:
Agarro nessas mesmas peças e ponho-me a olhar onde enfiar;
Na semana passada o ferro de passar ficou ligado 24h (sorte não estar nada encostado);
Um dia estava a sair do infantário e já ia a entrar num bmw preto (deve ser o meu sonho) não, o meu carro não é preto é cinza é quase igual;
Na estrada se não olho para o raio das placas nunca sei para onde virar (passar vezes sem conta)
Esquecer-me muitas e muitas do telemóvel no trabalho;
Ir às compras a comprar um ingrediente que faz mesmo falta para o jantar e chegar a casa sem ele... queres maissssssssssss :D
Dava um grande post no meu blogue Conversas de Pais :D
Ri muito! Também já em aconteceu algumas coisas.
ResponderEliminarRi muito! Também já em aconteceu algumas coisas.
ResponderEliminarAHAHAHAHA, o esforço que fiz para não rir que nem uma louca, afinal estou no trabalho.
ResponderEliminarEu também não costumo acender as luzes. A luz de presença e a claridade da rua que entra pela porta de entrada, normalmente chegam, e mais sou pitosga, e nem os óculos ponho.
Quando estava grávida, levantei-me de noite para ir fazer xixi (uma das 370 vezes por noite), também não acendi luzes e então "perdi-me"... sim perdi-me a caminho do WC. Não encontrava a porta, não encontrava sequer uma parede para lhe seguir o rasto, então baixei-me, rastejei (tipo tropa especial), até encontrar a carpete que estava junto à cama. E comecei de novo (sem luz, claro) e não é que o WC tinha "voltado" ao sitio do costume!
Muito engraçada a menina! Lol
ResponderEliminarA mais parva que fiz foi ao fim de uma semana a usar o doseador do leite em pó (e sim dei de mamar, 6 meses!) em que tentava acertar com a tacinha dentro do biberão, é que percebi que a tampa de cima daquela traquitana tinha uma espécie de gargalo mais estreito que, magia, faz o pó entrar no biberão sem sair metade do pó para fora!
há dias aconteceu-me algo do género. A miúda dorme connosco, mas tem o berço junto ao nosso sem a grade (side-car). Dorme quase sempre na cama dela, mas às vezes vem para o meio. Nessa manhã já estava no nosso meio e eu não me lembrei. Estava deitada em cima do meu braço. Mas quando o despertador tocou fui procura-la na cama dela... e o meu pânico ao perceber que ela não estava lá! Estava em cima no meu braço e eu não tinha reparado (se calhar de tão dormente que estava)...
ResponderEliminar