Olá amiguinhas! Essa semana? Está a ser boa? Um abracinho forte para as que têm os miúdos na escola e até poderão estar aliviadas por um lado mas, por outro, estão a viver emoções fortes no que toca a esta roleta russa da pandemia. Um abracinho também muito forte (mas psicológico) às mães que continuam em casa com os miúdos. Jesus! Força, muita força!
Não sei se vos acontece o mesmo, mas depois de ter posto a Irene na escola (onde estão com todas as medidas de segurança e coiso e tal) desenvolvi pânico ao fim-de-semana. Quando o vejo a aproximar-se, começa a cheirar-me a confinamento e fico nervosa como se recuasse umas semanas e não soubesse quando poderia voltar a sair de casa.
É difícil termos a noção de que algo é traumático quando estamos a vivê-lo, mas não foi/é o caso do "confinamento". Foi agressivo e ainda é para muita gente. Ainda estou a sofrer com as represálias, apesar de ter sido útil para evidenciar mais coisas que tenha para resolver em mim. Digo resolver, mas aqui o bicho sabe também que é uma mulher inacreditável (e com potencial para um dia vir a ser tesuda) e que, portanto, também poderá passar por aceitar coisas e não só mudá-las.
Estou agora a tentar aceitar que não tenho conseguido sentir-me 100% confortável em nenhuma situação: quando estou com a Irene, parece que preciso de mais tempo para mim e, quando tenho tempo para mim, sinto que devia estar mais tempo com a Irene.
Tomem esta selfie desavergonhada que era para enviar para o rapaz com quem namoro,
mas que não achei fixe o suficiente. Sim, ficaram com os restos da minha sensualidade ao natural.
É aquele jogo de culpa manhoso que se acentua em muitas de nós depois de parirmos este ser vivo (por nossa causa e, em princípio também por causa de outro indivíduo), mas que seria de esperar que passados 6 anos já estivesse mais amanhado. Não está.
Principalmente sendo divorciada e tendo a oportunidade de quando em vez colocá-la em casa do seu outro progenitor, a diferença abissal entre ter e não ter filha é algo que me perturba. Sinto-o como um alívio, por poder respirar ou até cagar em paz (pardon my french) porém, por outro lado, quando acaba esse tempo, parece que preciso de passar por um novo parto para me aperceber da minha não nova (apesar de parecer) realidade.
"Só estou bem onde não estou" é um facto e também é um facto ter sido abençoada com uma criança que partilha muitas das qualidades de sua mãe e, por isso, ser fenomenal. No entanto, seria engraçado ganhar aqui uma skill qualquer que me permitisse ser mais robot e ligar o interruptor da maternidade facilmente (o desligar nem é muito complicado).
Oiço mães (tenho feito algumas amigas, uau, parece que há quem até simpatize com este ser) que chegam a conclusões mais fáceis que são: "eu preciso mesmo de tempo para mim, não há nada a fazer!". Começo a pensar que talvez seja uma dessas pessoas, mas e então? O jantar não se faz sozinho, o canal de youtube da Irene também não se faz sozinho (estou a ser seriamente violentada para o criar) e aqui a Xena tem de ser pau para toda a obra, ainda que não haja nada com esse aspecto fálico (para já) cá em casa.
A menina está cansada, grata, mas também ainda à procura do equilíbrio. Creio que o atingirei quando morrer, já que é aí que a linha vital se transforma aborrecidamente horizontal.
Mais alguém nesta bipolaridade? Espero que sim por um lado. Por outro, sendo honesta, também.