Tenho
passado menos tempo com ela por causa do trabalho e dantes não era assim.
Dantes, quando tinha o tempo contado, um sítio onde “picava o ponto” sabia que
tanto dava que dia da semana fosse ou como tivesse corrido o dia que podia ir a
correr buscá-la, praticamente sempre à mesma hora. Agora já não é assim.
Agora
tenho que a distribuir por familiares e amigas para poder trabalhar. Tenho trabalhado
mais à noite (não há muita stand-up comedy de manhã, o Maluco Beleza também
começa às 19h) e isso mudou por completo muitas das nossas rotinas.
Vivemos
as duas sozinhas e, por isso, não há grande coisa a fazer. “A Mãe vai
trabalhar, filha, mas amanhã vou ver se te vou buscar mais cedo”. Não me pesa
muito no coração porque é o que tem de ser e até lhe faz bem sentir o carinho
dos braços de outras pessoas e outras formas de acabar o dia, mas a “mãe ir
trabalhar” nestas horas é diferente.
Acabei
de ver a antestreia do primeiro episódio da Rua Dálmatas 101, vocês (plebe que
não tem acesso a antestreias, sabem como é #bloggerlife) vão poder ver a
estreia neste sábado 23 de Março no Disney Channel.
É mais do que “um canal de desenhos animados”. É irresistível fugir à magia da
Disney e a tudo aquilo que nos volta a fazer sentir, relembrando quando fomos
nós a ficarmos loucas com os desenhos (no meu caso, muitas cassetes VHS em
português do Brasil).
A
Mãe e o Pai dos 99 dálmatas têm que ir trabalhar (a mãe é médica e o pai
trabalha num quartel de bombeiros) e, assim, os filhotes ficam entregues ao seu
espírito matreiro (não consigo escrever esta palavra sem me rir, confesso) e
também curioso durante o dia, atrapalhando-se uns aos outros, mas muito mais do
que isso.
Gosto
de desenhos animados que passem coisas positivas e a Rua Dálmatas 101 é um
claro exemplo disso.
Estar
retratado a mãe e o pai vão trabalhar e em que as crias reagem naturalmente a
esse facto sem sofreguidão por saberem que voltam é fantástico. Muitas mães
sofrem imenso quando os deixam na escola e principalmente quando eles reagem a
chorar ou a implorar que fiquemos com eles...
Ver
o apoio que os irmãos dão uns aos outros em momentos de maior stress (quase me
comovi com um momento de carinho no episódio entre manos, a sério) é uma
referência tão útil para que compreendam melhor a empatia e uma das possíveis
reações ao desconsolo dos amigos e irmãos...
E,
claro, também a personalidade super única de cada um e que, à semelhança de
quando havia a febre das Spice Girls (eu era a Sporty Spice – a fingir que
ainda pareço, ahah), que faz com que os nossos filhos se revejam mais numa
personagem do que noutra ao mesmo tempo que exploram outras perspectivas da sua
própria identidade.
Numa
época em que a estrutura da “família tradicional” começa a deixar de ser tão
frequente, é maravilhoso que uma série (só podia ser da Disney e cujo filme
original surgiu em 1961) mostre outros modelos de amor e de família. Sabiam que
54 dos Dálmatas são resgatados de abrigos, lojas de animais e das ruas? Isto, além
de encorajar esta sensibilidade face à adopção dos animais, torna inevitável
fazer o paralelismo com as famílias que também acolhem crianças e que passam a
ser seus filhos e irmãos. Swwwwweeet e útil.
Como
é ser um irmão mais velho e mais novo? Para a Irene, filha única, é
interessante ver essa dinâmica. Perceber que todos têm o seu lugar,
independentemente da sua antiguidade e que, acima de tudo, o que mais conta é o
amor e a personalidade de cada um.
Vejam aqui o genérico, para terem uma ideia do ritmo e das aventuras:
Há
uma frase que a Irene aprendeu recentemente com uma pessoa da nossa família que
é: “o amor chega para todos”. Numa família com 101 cães não há como não passar
essa mensagem. J
Têm
é de ter cuidado porque isto dispara a vontade de ter mais bebés. Não
necessariamente no primeiro episódio em que demonstram um pouco da loucura que
é manter uma casa limpa com 101 cães por lá, mas... também nenhuma de nós têm
assim uma ninhada, certo? Digo eu.
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