4.08.2019

Vi o novo programa de talentos e não gostei

Eu sou uma papa-programa de talentos, não tivesse já participado eu num.

Em primeiro lugar, dizer que temos todos de ter noção que um programa destes é um programa de entretenimento e todos os que lá concorrem deveriam ter isso em conta: a vida não muda porque se participa num programa destes ou se vence algo assim. A vida muda se houver muitos outros factores: sorte, talento e muita, muita persistência. Por isso, vale o que vale.

Começo por dizer o que mais gostei no La Banda: a Carolina Deslandes. Além de ser uma artista enorme da qual sou fã desde o Ídolos (e acho que a única na qual votei), sabe fazer televisão, é genuína, tem garra e tem lágrima fácil (identifico-me muito com isto). Gosto também muito da Sílvia Alberto, sempre gostei [desde o Ídolos, aliás, desde o programa da Disney] - além de linda, é discreta mas com a energia certa para este tipo de programas. Gostei dos outros jurados também (já gostava do Manel desde o Ídolos, apesar de ser controverso, bem sei).

Mas bem, vamos ao conceito do programa. Primeiro erro: ser o público a escolher os candidatos que passam, tendo em conta as primeiras impressões, que vão desde a imagem, à forma como falam e se apresentam, ao carisma, etc, etc. Ora, já tínhamos feito um caminho tão bonito até aqui com o The Voice em que se dava um peso maior àquilo que se deveria destacar num cantor - a voz e a interpretação, para agora dar um passo atrás. Quantos cantores óptimos são tímidos ou low profile e depois em palco são uma máquina? Muitos. 

Fico mesmo cheia de pena que haja esta triagem inicial, entristece-me (calma, não estou assim tão deprimida com isto porque, lá está, é "só um programa de televisão"). 

Fico, no entanto, a pensar nas mensagens que se passam ainda que subliminarmente com isto aos jovens, que são o público-alvo deste programa. Sou tão mais fã de sentir o contrário - até em programas em que vemos os participantes de carne e osso desde o início - e de ser traída pela minha intuição: que aquela miúda é muito tímida e depois sair de lá um vozeirão ou que aquela pessoa não tem aquele look de superstar mas depois arrasa completamente. Sinto que aprendo uma grande lição. A prestação em palco deve ser O MOMENTO para avaliar, com todas as injustiças que isso possa trazer, porque uma pessoa não é só aquilo e pode estar nervosa, etc, etc, mas, para mim, não deveria haver um momento deixado nas mãos do público baseado numa primeira impressão que em nada define um cantor (ou que se trabalha...).

Mas bem, como não sou pessoa de dizer apenas o que está mal (que é sempre subjectivo, claro), gostei de vários momentos do programa: há ali talento e também houve momentos em que se passaram boas mensagens e também houve momentos emocionantes. Se calhar, é um "apesar". E talvez tenha sido mesmo isto que me chateou - eu gostei dos concorrentes, dos jurados, das histórias, mas detestei a forma como eles entram no programa. 

Se calhar, sou pessoa para voltar a ver (e a gostar) quando acabar esta primeira fase. Ou então, até domingo mudo de opinião e relaxo mais (ahah). Mas, para já, dou nota negativa ao conceito. 



O que acharam? Também são papa-programas deste género?


1 comentário:

  1. Programa fraquissimo. Ao contrario de si detestei ver a deslandes, n ha pachorra p a lagriminha a toda a hora.

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