Epá, as mães que mal dormem por causa dos bebés que me perdoem. Sei bem que a prioridade é aproveitar aquela meia hora em que os putos de certeza não vão chamar para cochilar um bocado. Porém, lembro-me que, no meu caso, era... ficar a ver Netflix na mesma.
Isto para vos dizer... levei uma bofetadona de reflexão, de realidade, de maturidade e de... arte com este filme:
A Loja dos Unicórios, é como se chama.
Bem, identifiquei-me imenso com este filme e claro que cada uma de nós fará a sua análise ou, então, até poderá odiá-lo. "Não é um filme para todos", dizem muitas críticas. Mas, também, qual será? Eu não amei o Titanic, por exemplo e tinha uma crush por osmose pelo Leonardo Di Caprio por causa de uma das filhas de uma ex-madrasta minha. Muita informação?
A partir daqui já vou revelar algumas coisas sobre o filme. Quem quiser ver o filme sem se sentir sugestionado nas suas interpretações, por favor, siga para o parágrafo em que digo "já podem ler" logo no início.
Há vários temas a decorrer em paralelo. Um será o da maturidade, o outro será o de não perder a vontade de brincar e outro ainda será o amor. Normal que aconteçam os três em simultâneo porque, na vida real, também estão os três interligados.
Quando procuramos alguém ou quando queremos alguém na nossa vida, queremos que seja uma relação que tenha tanto de maturidade também como de infantilidade e, a isso, chamaremos de amor. Creio que a diferença será no tipo de amor que se pede (ou que se exige) mediante o caminho que estejamos a percorrer individualmente.
A protagonista claramente ainda tinha que processar várias coisas da sua infância (ou várias coisas da sua vida adulta) e ambas ainda não estavam em sintonia. Ela sente que tem de deixar de ser ela para crescer e que crescer é - como em muitas empresas e para muitos adultos - cinzento e aborrecido. Onde o divertido ou a brincadeira passa a ter um cunho sensual e sexual em vez de meramente alegre e, talvez, sim, infantil.
Em que gaveta, em que idades estarão arrumados determinados tipos de comportamentos? Onde ficam os sonhos perdidos quando nos sentimos socialmente obrigados a sermos mais cinzentos? Onde está a fé em nós próprios e tudo aquilo que adorávamos fazer quando éramos crianças e que, dando uma verdadeira oportunidade, ainda agora adoraríamos fazer só que "os crescidos não o fazem"?
Para ser amada, para se sentir incluída, a protagonista teve de percorrer o seu caminho, de reconhecer o lugar que a sua infância e infantilidade tinham dentro de si (ao em vez de a negar abruptamente) de forma a poder levá-la com isso ao longo da sua restante existência.
Estando em sintonia consigo mesma, tendo sido o seu processo fluído (embora de forma muito bruta, por - por razões que o filme não fecha - ter sido confrontada com isso no momento em que já estava na faculdade, creio), acaba por encontrar um rapaz que a vê tal como ela é por ela também ser quem é realmente.
Isto faz-me pensar em tantas coisas. Quanto mais formos nós mesmas, mais inteiras, mais nos respeitarmos, mais genuína será a nossa vida. Haverá por aí muita gente triste e infeliz e também ansiosa por ainda não ter tido a capacidade, as condições, a coragem e a consciência de se conhecer um pouco mais? E de fazer este processo de maturação, de passagem para a vida "adulta"?
Já podem ler.
Este filme é crucial. E ajudou-me numa conversa muito interessante na minha relação em que nos conhecemos ainda melhor mutuamente. Senti que foi informação e entretenimento ao mesmo tempo (como quando via a Oprah ou oiço os podcasts dela), mas muito bem embrulhado num filme com uma fotografia exemplar, além de um género de humor menos mainstream, mas interessante e menos impositivo para dar lugar ao que realmente interessa: a reflexão.
Já alguém viu? O que acharam? Vão ver?
A partir daqui já vou revelar algumas coisas sobre o filme. Quem quiser ver o filme sem se sentir sugestionado nas suas interpretações, por favor, siga para o parágrafo em que digo "já podem ler" logo no início.
Há vários temas a decorrer em paralelo. Um será o da maturidade, o outro será o de não perder a vontade de brincar e outro ainda será o amor. Normal que aconteçam os três em simultâneo porque, na vida real, também estão os três interligados.
Quando procuramos alguém ou quando queremos alguém na nossa vida, queremos que seja uma relação que tenha tanto de maturidade também como de infantilidade e, a isso, chamaremos de amor. Creio que a diferença será no tipo de amor que se pede (ou que se exige) mediante o caminho que estejamos a percorrer individualmente.
A protagonista claramente ainda tinha que processar várias coisas da sua infância (ou várias coisas da sua vida adulta) e ambas ainda não estavam em sintonia. Ela sente que tem de deixar de ser ela para crescer e que crescer é - como em muitas empresas e para muitos adultos - cinzento e aborrecido. Onde o divertido ou a brincadeira passa a ter um cunho sensual e sexual em vez de meramente alegre e, talvez, sim, infantil.
Em que gaveta, em que idades estarão arrumados determinados tipos de comportamentos? Onde ficam os sonhos perdidos quando nos sentimos socialmente obrigados a sermos mais cinzentos? Onde está a fé em nós próprios e tudo aquilo que adorávamos fazer quando éramos crianças e que, dando uma verdadeira oportunidade, ainda agora adoraríamos fazer só que "os crescidos não o fazem"?
Para ser amada, para se sentir incluída, a protagonista teve de percorrer o seu caminho, de reconhecer o lugar que a sua infância e infantilidade tinham dentro de si (ao em vez de a negar abruptamente) de forma a poder levá-la com isso ao longo da sua restante existência.
Estando em sintonia consigo mesma, tendo sido o seu processo fluído (embora de forma muito bruta, por - por razões que o filme não fecha - ter sido confrontada com isso no momento em que já estava na faculdade, creio), acaba por encontrar um rapaz que a vê tal como ela é por ela também ser quem é realmente.
Isto faz-me pensar em tantas coisas. Quanto mais formos nós mesmas, mais inteiras, mais nos respeitarmos, mais genuína será a nossa vida. Haverá por aí muita gente triste e infeliz e também ansiosa por ainda não ter tido a capacidade, as condições, a coragem e a consciência de se conhecer um pouco mais? E de fazer este processo de maturação, de passagem para a vida "adulta"?
Já podem ler.
Este filme é crucial. E ajudou-me numa conversa muito interessante na minha relação em que nos conhecemos ainda melhor mutuamente. Senti que foi informação e entretenimento ao mesmo tempo (como quando via a Oprah ou oiço os podcasts dela), mas muito bem embrulhado num filme com uma fotografia exemplar, além de um género de humor menos mainstream, mas interessante e menos impositivo para dar lugar ao que realmente interessa: a reflexão.
Já alguém viu? O que acharam? Vão ver?
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