4.22.2019

Não à mala dos filhos de pais divorciados.

Tenho um dia que escrever um post mais alongado sobre todas as dicas que posso dar sobre isto do divórcio. Tanto na perspectiva de quem se divorcia, como na perspectiva de quem é filha de pais divorciados - desde os meus 6 anos. 

Porém, lembrei-me recentemente - até quando fomos entrevistar a Madalena Abecasis (estará disponível para o mês que vem o vídeo, senão temos um esgotamento a tentar fazer tudo, ahah) que seria interessante falar disto: é porreiro que os miúdos andem com as suas coisas às costas?

Na minha perspectiva, não. Podemos convidar as mães que nos estão a ler e que têm alguma formação na área da psicologia e afins o que pensarão elas disso e até outras filhas e filhos de pais divorciados. Querem opinar? 

Claro que é como tudo: "depende dos pais", "depende dos filhos", blá blá. 

Porém, quero explicar-vos: acho que o mais importante é que a criança se sinta segura. No meu caso e, para já, acho que é indispensável que ela tenha um pouso principal. Na nossa família, decidiu-se que fosse a minha casa. Mais tarde, quando ela for mais crescida e quando a vida der outras voltas, logo se verá o que vai ser decidido em conjunto mas nesta fase é aquilo em que acreditamos que seja o melhor para ela. 


Agora, ainda dentro do tema da segurança e até "desejabilidade", sinto que a criança deverá sentir que ambas as casas são suas também. E nós sentimo-nos em casa rodeados das nossas coisas e memórias. Ao levarmos as nossas coisas connosco, como quando vamos para um hotel, é muito giro, mas não para vivermos lá. 

Implica que o outro progenitor tenha de comprar roupa? Implica que se faça um esforço para adaptar a casa à criança? Sim e sim. Se calhar essa roupa até poderá ser comprada a meias - cada casal sua sentença - já que vai sempre andar a passear de um lado para o outro. Porém, terá de ser a criança a carregar "o peso" da separação às costas? Isto, literalmente? 

Terá que levar os livros e os estojos e afins que normalmente já levaria da escola para casa, mas e o resto? 

Sou totalmente a favor de ambas as casas estarem mobiladas, equipadas e recheadas de tudo o que a criança precise para se sentir bem-vinda, desejada e que não é ela quem tem de gerir essa questão. 

Quando for mais velha e tiver os seus "eventos" lá saberá o que quer andar a vestir num lado e noutro e ela própria fará essa gestão. Até lá... serão mesmo eles que têm de andar com a mala às costas?

Já agora, ainda na temática do divórcio, fica aqui um vídeo que fizemos em que respondi às vossas perguntas no instagram sobre o meu:







4 comentários:

  1. Concordo plenamente. Inicialmente partilha-se as roupas e brinquedos ja existentes e pouco a pouco cada um vai comprando o resto. É mais simples e prático p crianças. Assim se houver uma troca de dias ou algo acontecer ninguém stressa.

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  2. Mesmo assim, quando os miúdos já andam na escola, não há como escapar. Livros e fichas de todas as disciplinas dum lado para o outro. Pincel. Mas conta-nos a tua experiência de filha de pais separados.

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  3. Filha de pais separados. Normalmente não partilho das mesmas opiniões que tu, mas neste tema concordo 100%. Casas 100% casas dos filhos, senão ela não se vai sentir em casa.

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