Por um lado vou ter que vos pedir desculpa, porque sei que quando estamos viciadas numa série não dá para fazermos mais nada nem durante o dia, nem durante a noite. Esqueçam aquela resolução "aiii agora vou ler mais", porque não vai acontecer.
Quem me recomendou esta série foi o Unas e que lhe foi recomendada pela Susana Romana (para quem não saiba é... uma entidade da comédia em Portugal). Só por essas duas pessoas é que eu passaria à frente do facto de ser uma série de comédia com alguns momentos musicais. Vomito musicais e momentos musicais a meio de comédias ou do quer que seja.
Rebecca Bunch é a protagonista que, por muito que isto pareça fútil da minha parte, tem um notório excesso de peso para aquilo que estamos acostumadas a ver na televisão. Vê-la a ser e ser tão bonita e tão sedutora na série tem feito maravilhas pela forma como me vejo e como me aceito. Já estou meia conformada que nada irá resolver, mas tem ajudado mesmo muito.
A série chama-se My Crazy Ex-Girlfriend é dá para ver na Netflix. Além de ter mesmo muito, muito humor consegue, mesmo assim, passar mensagens muito importantes e úteis. Não só no que toca à nossa auto-imagem, mas também à maneira como nos julgamos e aos outros pelas nossas atitudes.
A protagonista é apresentada de forma muito íntima, indo desde os maiores traumas da infância ao seu diálogo interno mais profundo. Creio que a diferença entre ela e a maior parte de nós é que ela parte para acção, tendo como mote aqueles pensamentos que a maioria de nós sabe pôr de parte por serem "absurdos" ou... ilegais.
Quem nunca quis enviar um pacote de cupcakes feitos com as suas próprias fezes a um ex-namorado? Bom, estou sozinha nisto, não é?
Outra das coisas que também me tem feito muito bem ver - isto sempre a par de uma comédia desalmada com uma entrega incrível de TODOS os actores envolvidos (excepto um ou outro actor mais secundário do escritório de advogados) - é que a protagonista é uma advogada extremamente bem sucedida, muito inteligente mas que isso não diz nada da sua sanidade mental ou do seu índice de felicidade.
Faz-nos pensar em muita coisa (pelo menos a mim, faz, vá), ajuda a perceber muita coisa. Não é necessário estarmos sempre só a aprender com os nossos erros e com os dos nossos amigos, certo? Esta série poupa uns quantos. E incita-nos a estarmos mais atentas à nossa saúde mental e aos padrões que vamos seguindo. Quanto menor for a consciência que temos de nós mesmas, menos controlo temos sobre as nossas vidas e tantas serão as vezes que as nossas maiores dores se vão repetir que nos iremos sentir constantemente desgastadas e desesperadas.
Sou um bocadinho intensa, eu sei. E quem nos segue sabe também, eheh.
Já agora, fica novamente o testemunho que faço terapia. Neste momento (já há uns anos) estou a fazer psicanálise e as diferenças na minha vida têm sido... INCRÍVEIS. Aconselho a quem possa e queira que seja acompanhado.
Quem conheça soluções em conta, às quais tenhamos todos direito, escreva aqui em baixo nos comentários.
Quem já viu, gostou?