Desculpem-nos!
Desculpem estas mães galinhas, que querem fazer tudo certinho, que querem que nada falte aos filhos, nem limites, nem mimo e carinho e que, às vezes, exageram.
Desculpem estas mães galinhas, que querem fazer tudo certinho, que querem que nada falte aos filhos, nem limites, nem mimo e carinho e que, às vezes, exageram.
Desculpem
quando vos parecemos intransigentes e de nariz empinado, mas nisto de
se ter a vida dos filhos nas nossas mãos e todos nos apontarem o dedo e
mandarem bitaites, não é fácil. Temos de nos impor, quando temos de nos
impor.
Desculpem
quando desconfiamos, quando duvidamos, quando pomos aquele ar de
detective. Às vezes temos o faro mais apurado que o Rex.
Desculpem quando vos desautorizamos, por sermos nós as mães e por termos nós a responsabilidade e o dever de definir o que queremos para a educação dos nossos filhos. E se as palmadas não entram na nossa equação, não vão ser os avós a trazê-las para cima da mesa. Se o leite de vaca não entra sequer na alimentação deles, não vão ser os avós a dizer-lhes que podem e devem beber leite achocolatado.
Desculpem quando vos chamamos à atenção com um tom paternalista, dando o ar de que vos estamos a tratar como crianças. Não é nada disso, às vezes estamos só a tentar procurar o registo mais meigo que temos, para não ferir muito a vossa sensibilidade e porque queremos evitar conflitos, mas não sabemos bem como.
Desculpem quando vos contrariamos à mesa e não queremos que dêem açúcar ou chocolates aos nossos filhos. Estamos demasiado informadas e conscientes de que há outras opções melhores para eles (e não, quando têm 8 meses não precisam de um bocadinho de açúcar na maçã. Não conhecendo, não têm necessidades dessas). Desculpem se às vezes parecemos demasiado obcecadas com este assunto, mas se calhar temos mesmo de empolar a "proibição" para que alguma parte da mensagem fique desse lado. Se admitíssemos à vossa frente que "dias não são dias" talvez estivéssemos a abrir margem para "todos os dias serem dias que não são dias".
Desculpem quando não confiamos desde logo que eles fiquem a dormir em vossa casa. Este corte do cordão umbilical não ocorre quando os outros desejam, mas sim, quando nós, mães e filhos, nos sentimos preparados.
Desculpem quando os queremos engolir e não vos damos espaço e tempo de qualidade para desfrutar dos netos sozinhos. Não é por mal, é a nossa ânsia de estar por perto. Mas muitas vezes esquecemo-nos de que os laços que vocês criam com eles, a cumplicidade e os vossos segredos são das coisas mais marcantes na vida de uma criança.
Obrigada, avós, pela compreensão do nosso mau-feitio. Desculpem-nos, mas estamos a dar o nosso melhor e queremos que os vossos netos sejam as pessoas mais felizes e equilibradas à face da Terra.
Continuem a fazer-lhes os pratos preferidos, a dar-lhes um quadradinho (eu disse um quadradinho!) de chocolate às escondidas, a deixar que eles façam de vocês cavalos de corrida, a piscar o olho em tom de segredinho, a "estragá-los" com mimos. Não os vão estragar, não. As excepções fazem-lhes bem. Vocês fazem-lhes bem.
Lindo Joana*
ResponderEliminarObrigada 😊
EliminarSem tirar, nem por. Perfeito!
ResponderEliminarMuito obrigada! 😘
EliminarQue delícia!!
ResponderEliminarÉ mesmo assim... :-)
ResponderEliminarexcepcional! belas palavras.
ResponderEliminarFantástico. É isso mesmo.
ResponderEliminarConfesso que, na parte dos doces, sou bastante nazi. Dou muito poucas abobais, mas sei bem que, quando a minha filha vai para casa dos avós, vem com a barriga cheia de bolachas. Espero que sejam só bolachas. :D