2.05.2018

E definir a custódia?

A brincar, a brincar já passou quase um ano desde "o meu" divórcio. Nem sempre é fácil, mas tanto o pai da Irene como eu continuamos a ter uma das coisas que mais nos ligou: o humor. É o que nos tem ajudado a lidar periodicamente com birras, maus humores ou incompreensões de parte a parte (se nos entendessemos mesmo bem, teríamos continuado juntos, "lolinho"). 




Como os meus pais também se divorciaram, não me custou muito imaginar as coisas pela perspectiva da Irene, o que eu queria para ela, o que eu acharia melhor para ela de acordo com os meus princípios e aquilo que quero transmitir à Irene adaptado à minha visão da família (podemos estar divorciados, mas acho que somos uma família na mesma).  Não teço aqui comentários a outras maneiras de organizar as coisas, cada família saberá melhor o que funciona para a(s) criança(s) e para os adultos envolvidos. 

Apesar do Frederico e eu termos acordado que ele poderia ver a Irene sempre que quisesse durante a semana desde que dormisse em minha casa (claro que se um dia quisesse dormir com ela, nunca diria que não), acordámos que o cenário standard seria: todas as quartas-feiras a iria buscar à escola e depois a levaria a minha casa para jantar; e que, de resto, seria fim-de-semana sim, fim-de-semana não. 

Porém, achei que, para a Irene, passar do registo em que estava para este registo abruptamente dadas todas as outras mudanças envolvidas (deixar de viver com o pai, por exemplo) seria demasiado intenso e, por isso propús irmos mais devagarinho: desde que nos separámos até agora, a Irene dorme todas as sextas com o pai e vem ter com a mãe ao final da tarde de Sábado. Assim tem metade do fim-de-semana para cada um e tem sempre um dia por semana, todas as semanas para sentir o pai a dar-lhe banho, a adormecê-la, a cozinhar para ela... 

No entanto, tem vindo a crescer em mim outra perspectiva. Não sendo hipócrita, claro que a nível de gestão de tempo é muito mais prático ficar um fim-de-semana para cada um - tanto para poder passear sem a Irene como para poder passear com a Irene. Neste momento, tendo só a tarde e a manhã de domingo para ir aos avós ou para passear com ela, cada escolha se apresenta como uma decisão importante por ser "o meu fim-de-semana com ela". 

Idealmente, em breve iremos começar a cumprir o acordo tal como tínhamos previsto. Sendo que nada é estanque. E qualquer excelente ideia se sobrepõe e é conversada. A Irene tem a sorte de ter dois pais que - independentemente dos altos e baixos - comunicam um com o outro e, por isso nada precisa de ser tão recto e castrador. 

Aquilo que sei é que nenhum de nós alguma vez irá falar mal do outro em frente à Irene. Nunca o desautorizaremos e não a tentaremos virar contra o outro. E isto, para ambos, é regra de ouro. Seja qual for a birra do momento entre os dois - se houver - a mãe da Irene é sempre maravilhosa e a melhor mãe do mundo e vice-versa. 

Fotografia: Yellow Savages 

Mais uma mudança. Tudo com calma. 



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52 comentários:

  1. Sem querer criticar de forma alguma a vossa escolha, porque tal como referido será uma escolha de cada casal/família. Isso é um grande desfalque no tempo do pai com a Irene! Não? Não quero imaginar o que será privar um pai da companhia dos filho. Penso que o equilibrado para as crianças e para a vivência de cada um dos pais com o seu filho, será uma semana com um e outra com outro, mas nem sequer quero imaginar o que seria de mim ou do pai dos meus filhos ficar privada da vivência com eles durante uma semana completa. Ia ser uma tortura!!! Nem quero por isso imaginar se se colocasse a questão de uma quarta feira e um fim de semana de 15 em 15 dias. Seria melhor para o pai/mãe que está com eles permanentemente, mas e o outro? Espero nunca ter de tomar esta decisão, porque é colocar na balança o que será melhor para os meus filhos e o que é melhor para mim, e para mim o melhor seria estar sempre com eles. Mas e o pai?!?!E o eles com o pai?!?! Essa relação nunca seria muito saudável com um dia por semana e um fim de semana de 15 em 15 dias!

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    1. Penso exactamente assim. Sem tirar nem pôr. <3

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    2. Terá haver com o facto de a irene ainda mamar? Quando a Joana regressou ao trabalho foi quando o pai passou a estar efetivamente mais tempo com a irene e so depois foi para a escola. Talvez tenha sido ai que começaram os problemas.. Se calhar para o pai basta lhe assim se calhar esse tempo e suficiente. Mas achei interessante falar em como se sente o pai "privado dos filhos" e a filha privada do pai? Em muitas casos custa muito noutros e talvez neste e é melhor assim porque apesar de estar não fazia falta.
      Isto sou eu a espectacular e a esmiuçar o texto ;)

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    3. Hello! :) Percebo que a visão igualitária das coisas pareça o "mais justo", mas há muitos pormenores e muitos pensamentos mais íntimos da família que não nos interessa revelar. Posso dizer que estamos ambos de "acordo" e que foi muito fácil chegarmos a um entendimento. E que ambos pensamos, em primeiro lugar, na felicidade da Irene.

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    4. Cristina Gonçalves2:51 da manhã

      Evidentemente... Eu passei por uma situação praticamente idêntica, mas sem divórcio, o tempo acordado em tribunal é por consenso entre os dois foi exactamente como a Joana descreve. E funciona na perfeição! Tanto para a Beatriz como para o pai, e como para mim, porque consigo uma melhor gestão do meu tempo com e sem a minha filha.
      É sempre aquele "nó" no estômago que nos bem sabemos, mas é por um bem maior e a nós também faz bem podermos disfrutar de um tempo para nós mesmas.
      Parabéns à Joana! Concordo que o melhor para os nossos filhos é o melhor para nós, e cada um de nós sabe como gerir isso mesmo da melhor forma.

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  2. Adoro como lidas com a situação Joana... pois eu depois dos 30 fiquei a ser filha de pais separados e me custou e custa... mas eu acho que é pelos meus pais não pensar um pouco mais no mal que fazem aos filhos falando mal um do outro...!!!
    Mas sem duvida que tu e o Frederico estão a fazer um óptimo trabalho... assim deviam de fazer todos os pais separados!!! De certeza que se algum dia tenho que me separar do Pedro (pai da minha filha Aurora) iria ter-te como um exemplo a seguir!!! Pois primeiro temos que pensar no bem estar da nossa princesa!!! 💖

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    1. Obrigada, Linett! Um beijinho e espero que as coisas se vão resolvendo em ti! :) <3 Beijinhos para os três!

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  3. Nao criticando a vossa opcao, gostaria de dar a minha opinião enquanto filha de pais divorciados.
    Também só tinha um fim de semana com o meu pai de 15 em 15 dias e hoje posso dizer que acho que gostava que eles tivessem tido guarda partilhada (15 dias em cada lado).

    Acho que a relação com o meu pai tinha sido mais íntima. Compreendo que a Irene ainda é pequena. Mas se calhar podiam pensar num futuro em que isso seja possível. Bem sei que isso não depende só de ti.

    /Joana

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    1. Depende de muita coisa, Joana :) É muito bom ter esse desejo relativamente à relação com o seu pai. Espero que ainda tenha a possibilidade de se aproximar... Eu quero muito muito que a minha filha e o pai sejam muito próximos. Também não tenho uma relação muito próxima com o meu, apesar de o amar muito. :) Um beijinho

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    2. Concordo com a Joana...não digo guarda partilhada porque muitas vezes isso não é possível,nem sequer desejável,depende de imensas variáveis,mas no mínimo fim de semana completo alternado e uma (ou duas,quando mais velhinha) noites por semana na casa do progenitor com quem a criança não vive.

      Também eu sou filha de pai “de 15 em 15 dias” (e isso dos fins de semana a meio não me parece nada bom para nenhum dos 3) e não fez nada de bom pela minha relação com o meu pai,que foi ficando cada vez mais afastada até ser quase inexistente. E isso é triste.

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  4. Era bom que todos os pais fossem como o pai da Irene e não usassem a criança como se fosse um brinquedo para provocar a mãe, que fossem receptivos às opiniões da mãe e respeitassem que a mãe é mãe e não uma ama que serve para tomar conta da criança apenas quando não lhe dá jeito.

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    1. Sim, é muito grave quando o oposto é feito, mas geralmente é sinal de muita dor e de ainda muito apêgo ao casamento anterior. As pessoas fazem-no "sem querer" e por não terem maior capacidadede de compreensão do que estão a sentir...

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  5. (não é uma crítica) Não entendi bem a parte da mudança em relação ao proposto. Dizes que o fizeram para não ser uma mudança tão abrupta para a Irene que ia ficar sem o pai. Então mas se, em vez de estar com ele dois dias, está só um, ainda é uma mudança maior ou não?

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    1. Depende da perspectiva. Depois de dormir com ele num fim-de-semana passaria 15 dias sem dormir em casa dele e jantar com ele. Eu preferi garantir isso semanalmente.

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    2. Tem razão. Quando comentei, estava a achar que eram todos os fins de semana com o pai. É o que faz ler só na diagonal e vir mandar bitaites :)

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    3. Ahah acontece :) Agora não tem de andar a estudar posts de blogs como se tivesse um exame amanhã haha

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  6. Nunca tendo passado por uma situação de divórcio, na minha opinião o melhor é guarda partilhada (uma semana em cada casa). A Joana imagina-se a ter 2 dias + 2 jantares com a Irene no espaço de 15 dias e ficar o resto do tempo sem a ver? Provavelmente não. Não percebo como é que pode achar que isso é suficiente para o pai, progenitor de igual direito.
    A opção deve ser feita tendo em conta o interesse da criança e não para satisfazer um dos país.

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    1. Sim, esta decisão acordada pelos dois foi pensada no interesse da Irene e não na satisfação de nenhum dos progenitores. Senão, sim, provavelmente teríamos optado pela custódia partilhada por ser "divisão crua". Acreditamos como fizemos as coisas e que serão as melhores para a nossa filha.

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    2. As pessoas gostam muito de falar sem saber a vida dos outros. Embora a Irene vivesse com o pai, não quer, necessariamente, dizer que estivesse com ele todos os dias. E naquelas famílias em que um dos progenitores passa muito tempo fora em trabalho, ou por circunstâncias da vida está pouquíssimo tempo com os filhos? Se calhar não faz sentido custódia partilhada porque esse progenitor não iria passar a ter mais tempo para poder estar com o filho. Com quem ficava a criança nessa semana? Com os avós? Na escola até às 19h30 ou 20h? Em qualquer um destes casos não ficaria melhor com o outro progenitor? Na vida, não é tudo preto ou branco, há muitas outras cores.

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  7. Não funcionaria para mim ou para a forma como nos vejo. Nunca iria privar o meu filho da presença do pai em detrimento da mãe e custódia partilhada é o único cenário possível (se algum dia tivesse que tomar a decisão). Os meus interesses enquanto mãe nunca seriam os primeiros. That said acho que o que a Joana e o pai da Irene estabeleceram como regra de ouro é o mais importante, independentemente do tipo de acordo para custódia.

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    1. Há muitas condicionantes :) Eu tenho algumas prioridades e acredite que não é "por mim" que fico com a Irene a tempo inteiro. Eu sempre estive bem sem Irene a minha vida toda haha :)

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    2. Oh Joana... eu também estava bem sem o meu filho antes de o ter. Childish answer. A questão que queria enfatizar era, independentemente do tipo de custódia (e aqui cada cabeça sua sentença) queria reforçar que acordaram no que era mais importante. Era um elogio, não é preciso ficar na defensiva, ainda por cima dando uma resposta sem sentido. Foi a Joana que já mencionou várias vezes como é difícil separar-se da Irene não fui eu.

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    3. Estava bem disposta, era uma pistola. :)

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  8. Joana se me permites deixa-me perguntar como te sentirias se só te fosse permitido estar com a tua filha às quartas e ao fim de semana de 15 em 15 dias (não invalidando haver a hipótese de estar “sempre que quiser”)? O pai da Irene não tem direito a estar exactamente o mesmo tempo que tu com ela? Ou mãe é mais que pai?

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    1. Eu não impus nada ao pai da Irene que não sou dona da Irene. Isto foi conversado e decidido. Estamos ambos de acordo com esta modalidade e pensando nos interesses da Irene. Se fosse nos nossos, para nos descansarmos do que seria justo, seria dividir a vida da Irene ao meio, sim, mas para nós não nos faz sentido.

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  9. Falando no geral e não no caso particular da Joana, custa-me muito entender como é que um pai que antes do divórcio estava todos os dias com o(s) flho(s) aceite passar a vê-lo(s) 1 fim de semana de 15 em 15 dias e eventualmente um dia por semana e conformar-se com isso. Como é que se consegue estar uma semana sem ver os filhos sabendo que até vivem relativamente perto? Faz-me muita confusão divorciar-se para depois os filhos terem 80% da mãe e 20% do pai (por vezes é o inverso mas é raro). Então mas são os pais é que se separam ou é a família? SF.

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    1. Pois, não a/o consigo ajudar a compreender. Ando a tentar perceber o que é que é "de género", o que é "biológico", o que é "pessoal", o que é "genético" e, sabe, depois fico cansada e percebo que a solução passa sempre pela aceitação. Como se tudo fosse assim porque faz sentido que assim seja. :) Não temos que tornar as coisas mais complicadas, senão a única variável que conseguimos controlar... fazemos pior.

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    2. Basicamente, depreende-se que se calhar o pai não faz assim tanta questão ou não terá possibilidade de passar mais tempo com a filha, seja por que motivos forem.

      Tenho casos bem próximos que segundo as suas palavras e falo inclusive em casos de custódia partilhada: "Isto assim é o ideal, tenho o meu filho, estou com ele semana sim, semana não e quando ele não está volto à minha vida de solteiro, posso sair com os amigos, ir à bola, jantar fora todos os dias, ir beber um copo ao final do dia e passar o fim de semana na ramboia, na semana seguinte, já renovado, volto à vida e obrigações de pai, ir buscar à escola, levar a actividades, dar banho, ajudar em trabalhos de casa, fazer jantar, lavar e passar roupa. Aquilo antes não era vida para ninguém!"

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    3. Este comentário deixa-me triste e eu nem sequer conheço a criança de quem se fala. Por estes dias tanto se discute a validade da decisão de pais e mães de divulgarem fotos e histórias pessoais dos filhos na internet a um público de conhecidos e desconhecidos mas a mim o que mais me entristece não é essa divulgação da imagem (sem consentimento, porque impossível no caso de crianças) mas o que essa divulgação gera de opiniões, teorias, especulação, imaginação, comentários... Eu quando penso nos meus filhos a virem um dia descobrir tesourinhos deprimentes de episódios das suas infâncias pela internet fora (não interessa aqui se faço ou não isso) entristecer-me-ia verdadeiramente era se soubesse que poderiam vir a ler coisas sobre eles completamente inventadas por mentes alheias.
      Se calhar é um issue meu.. Mas das coisas que sempre detestei foi saber que pormenores meus eram comentados fora do núcleo familiar de casa. Fossem por vizinhos, colegas, professores, a porteira do prédio...ou mesmo familiares alargados como tios, primos, etc... Quem conta um conto acrescenta um ponto. Não interessa se os pormenores até eram que eu tinha boas notas, se tinha namorado, ou outra coisa qualquer. Sempre detestei saber por interposta pessoa que a minha vida andava a ser comentada. Ainda bem que no meu tempo não havia internet.

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  10. Olá Joana, em primeiro lugar faço-vos uma vênia pela maturidade que demonstram nas vossas decisões. Como sabes eu ja fui uma 3a pessoa numa custódia partilhada, não sou a favor de uma semana para ti e outra para mim, porque em nada é saudável para pais e filhos. Se existe abertura de mentalidade, de coração e de vida o tempo definido para os filhos deve ser de acordo com o que é melhor para todos. Claro que a realidade é outra, os pais provocam-se e usam os filhos como arremesso e nenhuma custódia ira diminuir essa guerra. Num mundo ideal seriam todos como vocês, coerentes e maduros. A vida dá muitas voltas e hoje temos muito tempo para os nossos filhos, e amanhã quando precisarmos de trocar com o pai e estamos de costas voltadas o que será dos filhos?
    Parabéns aos dois pelas vossas escolhas e pela filha que se vê que sente o imenso amor que os pais lhe têm. Beijinho
    Ni Stephanie

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    1. Olá Stephanie

      Acredito que a sua experiência numa custódia partilhada possa não ter sido saudável e por isso não seja a favor da mesma. Mas daí a dizer que a custódia partilhada não é em nada saudável para pais e filhos, vai uma grande diferença.

      Se a separação ocorre de forma civilizada, se os dois progenitores mantém uma relação de cordialidade (não é preciso ficarem grandes amigos), se colocam acima de tudo o bem estar da criança em primeiro lugar, e mais alguns factores determinantes, como o viverem próximo um do outro, então acho que faz todo o sentido.

      Digo-o depois de 8 anos de custódia partilhada da minha filha. Aquando da separação não estabelecemos que seria assim, apenas sabíamos que ambos tínhamos os mesmos direitos e as mesmas capacidades de tomar conta dela e nenhum conseguiu avançar com uma proposta de dias de semana com um, fins de semana com outro. Mas rapidamente foi-se estabelecendo a rotina de uma semana em cada casa (e lá está decidimos morar no mesmo concelho para isso ser possível a nível de escolas, etc).
      A minha filha tem 12 anos, é uma menina muito equilibrada e feliz. Nunca impusemos horários e dias. Se ela quiser ficar mais uns dias em casa do pai fica, e vice-versa. Se eu ou o pai quisermos programar alguma actividade em "semana que não é nossa" é só falar com o outro. Combinamos datas de férias em conjunto... quando o pai se atrasa no trabalho, vou buscá-la à escola e depois o pai passa em minha casa a buscá-la. Ela não mora com o pai ou com a mãe, ela mora com o pai e com a mãe, mas em duas casas diferentes. E muito importante, no que a ela diz respeito estamos sempre de acordo. Se acontece alguma coisa, comunicamos logo um com o outro.

      Pode parecer instável, confuso, mas desde que tudo seja feito de forma tranquila a criança facilmente se adapta e percebe que não tem que tomar partido ou fazer escolhas.

      Claro que se os progenitores não se entendem, mesmo depois de separados, diria que nenhum tipo de custódia vá resultar. Ou se um dos progenitores não tem as mesmas capacidades/habilitações para tomar conta da criança. Fora isso, a custódia partilhada a meu ver continua a ser não só uma questão de justiça para os pais, mas uma questão de equilíbrio para os filhos.

      Quanto à Joana, acredito que acima de tudo tenha a ver com condicionantes pessoais que só aos dois dizem respeito. Se ambos estão de acordo e confortáveis com a decisão, então é o passo certo para que a vossa filha continue feliz.

      Mafalda Correia

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  11. Acho difícil que venha a ter a desejada relação próxima com o pai estando com ele tão pouco tempo.

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  12. Eu vivi com o meu pai e não tenho uma relação próxima com ele. Na minha perspectiva esta justiça salomonica tem muito que se lhe diga. Crianças a mudar de casa, a fazer malas a cada semana...não vejo a vantagem. Vejo crianças desgastadas, muitas birras, vejo angústia. Se acrescentarmos madrastas, padrastos e novos “irmãos”, acho a guarda partilhada uma violência. A conversa de que as crianças se habituam.... não sei porque os pais não se habituaram a ficar juntos, se nos habituamos a sofrer. Cada caso é um caso. Há tantas variáveis... 3.ª pessoa, distância entre famílias, relação dos pais... confio que decidiram o melhor possível. As maiores felicidades, é muita força para a Joana, que não é nada fácil assumir tanta responsabilidade sozinha.

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    1. Se tudo for feito correctamente e de forma civilizada não tem porque ser uma violência. Separei-me há 8 anos, a minha filha tinha 4 anos. Temos guarda partilhada desde sempre. Como ela vive nas duas casas não anda com malas para um lado e para o outro. Isso só aconteceria se estivesse em permanência numa das casas e à do outro progenitor fosse "de visita" uma vez de 15 em 15 dias. Aí sim teria de andar com malas às costas. Neste caso ela tem as coisas delas nas duas casas, apenas transporta os livros da escola a cada semana. de resto tem tudo o que precisa em casa uma das casas.

      Não é uma questão de as crianças se habituarem, é perceberem que é um ambiente feliz e equilibrado.
      E quanto a madrastas e padrastos e irmãoes, mais uma vez não generalizem. Há casos felizes. Tanto eu como o meu ex-marido estamos casados e temos mais filhos. A minha filha adora os irmãos e os nossos companheiros. Eles são família e nunca existiu diferenças e tratamentos desiguais.

      Compreendo que a maioria dos cenários não possa ser assim, mas o problema não está na guarda partilhada, está na forma como as pessoas se relacionam, seja dentro do casamento ou já fora dele.

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    2. José Lopes da Silva1:47 da tarde

      A culpa de você não ter uma relação próxima com o seu pai não é do sistema de guarda partilhada. É dele. Não ponha as culpas na guarda partilhada.
      E olhe que isso de colocar "irmãos" entre aspas é um comentário bastante infeliz. Entre aspas porquê?

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    3. José, eu não estou a por as culpas em ninguém. É apenas para desfazer o mito de que a convivência diária torna as pessoas próximas. Eu não diabolizo a guarda partilhada. Mas acho qur cada caso é um caso, as coisas não são a preto e branco, por isso nAo compreendo esta censura à Joana, como se a guarda partilhada fosse a solução ideal para todas as crianças porque não é.

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    4. José Lopes da Silva2:05 da tarde

      Pois não. Tal como viver com ambos os pais na mesma casa, estando eles casados, que também não é a solução ideal para todas as crianças. E é bem verdade que a convivência diária não torna as próximas - basta ver a quantidade de irmãos biológicos que crescem juntos e depois deixam de se falar.

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  13. Olá Joana. Julgo que hoje em dia é difícil que pais jovens e informados não conheçam a teoria (vantagens da guarda partilhada com alternância de semanas: https://www.rtp.pt/noticias/pais/as-criancas-tem-de-manter-contacto-com-os-dois-progenitores-tem-direito-a-ter-opiniao-sobre-os-dois_n990319). Dito isto, acredito que possa haver dinâmicas específicas em cada família e que se os pais se dão bem e estão de acordo, tenha sido tudo ponderado.
    :)

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    1. A porca torce o rabi naquela parte em que os pais se dão bem. Porque raramente acontece.

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    2. Ao mencionar quando os pais se dão bem estava a referir-me especificamente ao caso da Joana Gama, pelo que aqui relata (em que acredito pois embora eu não conheça a versão do pai, não vejo motivos para não acreditar)(já me apercebi que o pai também é 'conhecido' e provavelmente também tem redes sociais mas eu desconheço). O que eu queria dizer transparece aqui estarem pai e mãe cientes de que as vantagens da guarda partilhada superam a logística das semanas alternadas, e que decidiram outro esquema por acordo e por motivos de dinâmica familiar.

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  14. Louvo-vos o civismo e a regra de ouro. E,sobretudo,pensarem sempre primeiro nos interesses da Irene. Mas sinceramente acho muito radical uma criança que vê o pai todos os dias passar a ter um fim de tarde e meio fim-de-semana por semana com ele...se vivem perto,porque não uma solução mais flexível? E sim,os fins de semana devem ser completos,de sexta a domingo. Mesmo para passear (como dizes,com e sem a Irene),para ver avós,para construir uma relação mais quotidiana deve ser assim. E não vejo motivo para a menina não dormir uma noite por semana em casa do pai se moram na mesma cidade...eu tenho a minha experiência como filha: fim-de-semana de 15 em 15 dias com o meu pai (morávamos em cidades próximas mas diferentes,não havia hipótese de noite a meio da semana) e uma relação que se foi progressivamente tornando inexistente. Existia amor,mas não existia intimidade,familiaridade,sensação de estar em casa. Conheciamo-nos mal,no final de contas. E agora é tarde demais para trabalhar nisso. Acho bem que o fim de semana passe a ser completo,mas ainda assim acho pouco.

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  15. Hoje em dia realmente a guarda partilhada está na moda... :/ esquecem-se que há imensas condicionantes familiares que se calhar não se coadunam muito bem com a mesma. Mas todos gostam muito agora de pedir a guarda partilhada... por muito que se apregoe a justiça de uma semana cá, uma semana lá que sentido real tem isso? Quem gostaria de viver a mudar de casa todas as semanas de todos os meses de todos os anos? Se os pais conseguem entender-se, não valerá mais a pena fixar residência com um deles mantendo a flexibilidade necessária para ir jantar ou dormir com o outro progenitor quando a criança assim o quisesse?

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    1. Sistema de residência alternada dá melhores indicadores de saúde mental para os filhos, a nível de ansiedade, lidar com stresse, melhores relações com amigos e colegas e com os pais. Tradicionalmente (leia-se antigamente) é que se entendia que as mudanças de residência causavam ansiedade na criança. Não é assim, pelo contrário, gera mais confiança porque a criança tem controlo da sua própria vida, sabe o que esperar. https://www.rtp.pt/noticias/pais/as-criancas-tem-de-manter-contacto-com-os-dois-progenitores-tem-direito-a-ter-opiniao-sobre-os-dois_n990319

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  16. Conheci o meu marido há quase 6 anos, na altura, os meus enteados tinham 6 e 8 anos, o meu marido ainda não estava divorciado e confesso que não foi fácil, no entanto, quando aconteceu as coisas já estavam bem assentes entre ele e a ex mulher. Ficámos com a guarda partilhada, 1 semana connosco, 1 semana com a mãe e foi o melhor decisão no nosso caso, claro ;)
    Entretanto, nos últimos 4anos e meio já tivemos mais 3 filhos e...não nos imaginamos sem os mais velhos, a semana em que não estão, os pequeninos sentem muito a falta deles..mas coloco-me muitas vezes no lugar da mãe, que continua sem ninguém, e acho que deve ser angustiante ficar sem aquele pedaço de nós durante uma semana :(
    Joana, cada um sabe de si e do que é melhor para os filhos.. que nunca falte esse respeito entre vocês e que a vossa filha seja sempre o melhor motivo para tudo, porque a felicidade dela depende daquilo que vocês lhe transmitem.
    Um grande beijinho e... que venha o padrasto ;)

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  17. Não leve a mal o comentário, mas corre tudo bem porque a guarda é sua. Se o pai tivesse tentado a guarda partilhada... já não teria corrido assim tão bem. Certo?!

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    1. Por alguma razão isto correu bem para ambos. Encontramos a solução certa para a nossa família. :)

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  18. Eu e o meu ex fizemos exactamente o mesmo. Fins de semana alternados e dois dias por semana janta com o pai. Tem a porta sempre aberta se a quiser levar mais vezes, e ela também para pedir ao pai para a vir buscar caso as saudades apertem, porém o “pouso” é a minha casa porque ambos decidimos assim e nao nos pareceu bem expor a nossa filha a uma vida de nómada semanal. Também nos damos lindamente assim que, apesar de separados, somos uma equipa e tem funcionado mega bem. Força!!!

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  19. É uma questão sempre muito complexa e depende de muitas condicionantes. Para ajudar a reflectir na questão vou só dar um exemplo de um cenário que pode acontecer - um dos pais pode ter um horário de trabalho que não se coadune com o sitema de um jantar por semana ou um fim de semana alternado. E quando um dos pais trabalha por turnos? Ou quando trabalha até mais tarde?
    Eu, por exemplo, saio as 16h/17h, vou buscar a menina e ainda conseguimos passear/ ir ao parque ou brincar em casa. O pai por norma, sai as 19h ou mais tarde. Não conseguiria ir buscá-la à creche a essa hora. Não era simplesmente viável. Se um dia me separasse dele teríamos de ajustar as rotinas - ele não conseguiria ir busca lá ou iria busca lá muito mais tarde do que ela está habituada. Seria positivo para ela? Não sei.. como já vi aqui, nada é preto ou branco. Somos todos coloridos, cada família com as suas dinâmicas, as suas rotinas. Por isso é que cada caso é um caso e tem de ser tudo analisado com as suas idiossincrasias. Bem haja Joana por ponderarem em conjunto o presente e o futuro da vossa menina.

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  20. Sou filha de pais divorciados que sempre se deram bem. Eu e a minha irmã tinhamos fds de 15 em 15 dias e um jantar por semana, não invalidando que pudessemos estar juntos em qualquer outra situação. Só a ideia de passar uma semana em cada casa me arrepia... no meu caso nunca teria funcionado. Teria sempre sempre a necessidade de saber qual era a "minha" casa, sem pertencer concretamente a nenhuma, se assim fosse. Já para não falar nas questões logísticas da coisa... material da escola/estudos, roupas... Nunca me senti mais afastada do meu pai por estar com ele menos tempo do que com a minha mãe. Até ele falecer sempre tivemos uma relação muito próxima e de muita confiança.

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  21. Bom dia, faz-me alguma confusão que em quase 50 comentários ninguém faça um reparo à imagem que ilustra o post: haverá mesmo necessidade de registar o divórcio como se registam outras ocasiões? Como se fosse uma comemoração? Quantas fotos idênticas encontramos com um casal a segurar uma ecografia à saída do consultório médico? É neste ponto que as coisas estão? Qual é o objectivo? Ter piada? Ter likes e visualizações? Fingir que não afecta, não muda nada, que está tudo bem? Desculpem mas se há um divórcio é porque muitas coisas não estão bem. E digo isto porque em qualquer casamento/relacionamento as coisas não estão sempre todas bem e é normal. A relação dá muito trabalho, todos os dias, no primeiro e no vigésimo ano. Lamento mas não consigo ter o desprendimento suficiente para achar piada à foto... Percebo que as coisas no casamento da Joana não estivessem bem e que de facto o divórcio tenha sido de certa forma um alívio. A minha avó passou os últimos anos de vida dela acamada, quase inconsciente e alimentada por um tubo. É certo que quando morreu foi um alívio pensar que já não sofria. Mas não é por isso que faço uma festa.

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    1. Eu por acaso achei imensa graça :D pensar que 2 pessoas, no momento do divórcio, têm o despreendimento para tirar uma foto destas (como se tira noutros momentos da vida), mostra-me que provavelmente se darão sempre bem e não vão ser daqueles ex amargos da vida a tentar prejudicar-se um ao outro. Talvez porque eu e o meu marido também encaremos tudo com muito humor :D mesmo quando estamos a discutir, mandamos bocas irónicas e logo a seguir estamos a partir-nos a rir só de olhar um para o outro e a gozar com o que dissemos. Acho que se um dia nos divorciarmos (espero que não aconteça), também nos vamos acabar por rir do assunto (ainda que não seja logo, normalmente também nos passa primeiro a fase de ficar chateados/tristes e só depois vem o momento de vermos a surrealidade das coisas e nos rirmos) e ficar a dar-nos bem.

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