Já não é a primeira vez que depois de uma situação estar aparentemente resolvida me apercebo do peso que tinha em cima dos meus ombros. Primeiro foi a mudança de escola da Irene (enganei-me na primeira escola ou, melhor, tive infelizmente uma má experiência) e agora também com esta questão dela ter que ser operada para por tubinhos, tirar amigdalas e adenóides.
Se, para mim, os médicos sempre representaram um conforto e descanso e tudo o que diriam seria lei, aos poucos tenho vindo a ter mais algum espírito crítico baseando-me, claro, em várias experiências pelo meio. Há médicos que falam de coisas que não lhes competem, causando confusão em todo o lado por usarem a credibilidade que têm numa área para poderem falar de outras e isso deixa-me confusa e com medo.
Fotografias: Yellow Savages |
Havia uma frase que usava muito nos testes de história ou de filosofia para encher uma chouriçada e que era: "o ser humano é falível e, por isso tudo o que daí advenha não poderá ser perfeito". Não tinha tantas palavras, acho que quando era mais nova, tinha mais inspiração.
Mais do que a culpa ser dos médicos é o meu desejo que fosse tudo simples e directo. Gostava que para cada pergunta só houvesse uma resposta e que toda a gente conseguisse ver o mesmo. Claramente que retiraria o lado interessante das coisas, o lado, lá está, filosófico, emocional, tudo, mas poupar-nos-ia muito tempo e muitas preocupações.
Nisto da medicina, neste caso da Irene pelo menos, em que foi aconselhada vivamente a retirar e a pôr coisas por ter muito ranho e ressonar, também há o seu quê de pessoal. Medir o incómodo da criança face o desconforto da cirurgia e respectivo recobro, ter em conta a recuperação física e também, já agora, a violência psicológica, não é unânime. Se compensa ou não talvez só diga respeito aos pais decidir e sabem que mais? Às vezes preferia não ter opção. Claro que aqui pelo meio também há o lado positivo: o alívio, um sono finalmente descansado, o conforto de saber que os pais a podem ajudar nos seus problemas caso optassemos pela opção.
Escolher implica pensar, pensar implica ter responsabilidade, responsabilidade implica culpa e, nas nossas mãos, a saúde e o conforto da pessoa mais importante da nossa vida. Cá estamos nós, sem conhecimentos "na área", devorando a internet e perguntando a todos os conhecidos com médicos na família opiniões e acabamos sempre por ficar mais confusos.
Neste momento estamos a usar a velha técnica da "segunda opinião para ouvirmos o que queremos ouvir". Encontramos um segundo médico, igualmente respeitado que, olhando para os mesmos exames, desvalorizou tudo e disse que não é necessária nenhuma intervenção. E, aqui pelo meio, toda uma vontade de dar ouvidos a procedimentos alternativos - cuja palavra me deixa desconfortável ainda - mas que talvez devam ser sempre considerados. Tenho já para ler o livro Adenóides sem Cirurgia em casa, por exemplo.
Por isso, num mundo de sonho, tudo seria concreto. Não, tudo não, mas pelo menos no que tocasse às doenças e desconfortos, sim, isso agradecia.
Não faço ideia se é este ou o outro médico que está certo, mas sei que se a Irene estivesse mesmo muito desconfortável que não duvidaria do que teria que fazer. Talvez só se deva intervir quando se tem a certeza.
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Olá Joana! Penso tanta vez como escreves, que se alguém tivesse a resposta nos tiraria o problema de cima. Nao havendo quem tenha resposta, é um pouco duro perceber q a solução reside sempre só em nos e que ninguem tem a solução.
ResponderEliminarO meu pequeno de 30 meses no seu primeiro ano estava sempre doente. Bronquiolites. Até consulta de pneumologia, análises ao sangue e diagnosticado com asma. Bomba bi-diaria sempre. Podendo a asma desaparecer (e eu acho q ele até já nem precisa da bomba - boas notícias devem vir na próxima consulta.
Nesse corre corre de consultas, fomos a um otorrino a pedido do pneumologista. Este último disse q as amígdalas eram para sair. An?! Quê? Mas porque?!?
Com o tratamento da bomba nunca mais teve bronquiolites e deve ter tido febre duas vezes.
Se tivéssemos dado ouvidos ao xor doutor, que tinha ganho o meu filho com isso?
Quer parecer me que hoje em dia essa cirurgia está banal demais.
Os miúdos ficam bem rapidamente, o despertar e o não poder comer é que custa mais. Mas ficam bem numa semana. O que, não faz com que desapareça tudo o que tiveram de passar até lá.
Refiro ainda q o meu filho antes de fazer bomba dormia muito mal, estava sempre a acordar. E com a bomba, levou poucas semanas a dormir toda a noite. Se foi coincidência ou não, não sei.
Mas obrigada análises por terem dado qualidade de vida ao meu filho e aos papás.
Beijinhos e... Por vezes o esperar mais um pouco ou algum tempo pode trazer uma resposta: não fazer nada.
Força!!!
Mulher coragem que tu és. E ainda te ris...
Tenho mesmo esta curiosidade.. Porquê dizer que a criança tem 30 meses e não 2 anos e meio??? Faz me muita confusão!
EliminarPorque nesta fase o desenvolvimento das crianças ainda é muito rápido e faz diferença se a criança tem dois anos, dois anos e três meses, dois anos e meio ou quase três anos. E quem se ocupa diariamente com o desenvolvimento de um fiho nesta idade, especialmente quando a criança anda a ser vigiada em termos de desenvolvimento, seja porque motivo for, pensa em termos de meses e não de anos. Quando os miúdos crescem perde-se isso, obviamente, e esquece-se também que quase todas já o fizemos.
EliminarPor acaso ele nem está com 30 meses exactos. Tem 32, mas, a conta perde-se (infelizmente e com pena minha, deixamos de contar e sinto isso como desleixo). Com 3 anos completos sera mais desculpável para mim não saber a quantas ando.
EliminarTenho também outra filha de 18 meses (que faço questão de registar a foto do mensário!). E quero saber até aos 24 meses o mês que ela completa.
Tenho também a minha princesa crescida de 6 anos (na realidade 1000 meses) mas aqui claro q não conto porque é crescida.
Mas confesso que em tudo o que escrevi, ser nisso que repara, tambem me faz confusao.
Infelizmente ou felizmente, o tempo passa. Os miúdos crescem mas há coisas às quais nos queremos agarrar.
Ele ainda é tão pequeno que quero e devo saber ao certo quanto tempo tem. Falha minha não saber.
E sim, cada mês nesta altura faz uma diferença enorme.
Eu não conto em meses e não sinto que isso seja qualquer falha minha no meu papel de mãe. Logo eu que decidi ficar os primeiros anos em casa com a minha filha para melhor acompanhar o seu crescimento.
EliminarEu entendo a ideia de que nesta altura cada mês faz diferença mas por isso mesmo digo que a minha filha tem 2 anos e 4 meses. Para quê dizer que tem 28 meses e obrigar a pessoa com quem falo a estar ali a fazer contas rápidas de cabeça? Isto sinceramente não entendo...
Péssima mãe eu. Contei meses até aos 6 meses, se tanto (e mesmo até lá deixei a coisa passar em branco sem dar conta umas 3x 😂😂). Nunca percebi a cena dos meses... o meu filho agora com quase 4 anos só teve as seguintes idades: x, x e meio, quase y, y... e já é demais. Nunca andei a seguir o desenvolvimento dele por meses e se alguma coisa (séria) se passasse imagino que a pediatra me diria. Andou “tarde”, falou “cedo”... a verdade é que nunca stressed porque nunca quis saber em que meses em suposto acontecerem as coisas.
EliminarOh, valha-me Deus!!!
EliminarMas estas senhoras acham que saber se a criatura tem 31 ou 32 ou 35 meses interessa a alguém?...
Provavelmente até são as mesmas senhoras que acham que cada criança tem o seu tempo e que não devemos ser reféns de um número, medindo as etapas do seu desenvolvimento (largar a chucha, largar a fralda, desmamar, falar, andar, etc) por uma regra matemática, que são ironicamente as donas do rigor dos 31 ou 32 ou 35 meses de idade.
Decidam-se! É que não diz a cara com a careta...
Realmente a malta para criticar tem asas...
EliminarBolas mulher, que tu pensas mesmo muito :) não é (necessariamente) mau, é muito giro as coisas de que te apercebes: que gostas de controlo, preto no branco, sim ou sopas, coisas definidas. Também é bom que saibas que isso nunca vai ser possível. Mas então...e ficar tranquila *porque* não dá para controlar e saber? Enjoy the ride! (sei que é mais fácil falar, mas é só um empurrãozinho...)
ResponderEliminarOla Joana, a minha e só uma opinião e vale o que vale, mas quando a minha filha tinha 1 ano teve 6 otites ate fazer 2 anos. Quando ia ao médico com ela já todos me falavam na operacao com os tubinhos e tudo e mais alguma coisa, até que uma médica me disse para comprar um nebulizador (máquina de vapores) e usar soro fisiologico ou solução salina e para fazer vapores todas as noites. A solução salina diminui a viscosidade do ranho e sai muito mais facilmente. Sei dizer que ela faz 5 anos para a semana e que nunca mais teve uma otite, não fizemos operação nenhuma. O que fazemos é assim que tem uma ranhoca, uma constipação o que seja fazemos logo a maquina todas as noites durante 7 dias e fica optima outra x! Leia acerca disso pode ser que ajude.
ResponderEliminarbeijinhos
Nessi
https://parttimemumandscientist.blogspot.co.uk/
Joana, eu nao posso ajudar pois não sou médica, mas posso partilhar a minha experiência contigo. Fui operada aos adenoides com 5 anos e posso dizer que me marcou tanto que lembro-me de tudo como se tivesse sido ontem. Entrei a chorar desalmadamente e quando acordei e vi a minha mãe a primeira coisa que lhe disse foi que nao gostava dela. A cirurgia até me pode ter ajudado, mas aquele momento marcou-me muito pela negativa.
ResponderEliminarTenho a certeza que vais decidir o melhor para a Irene.
As melhoras!
Susana Neto
Bem o meu filho deixou de me olhar nos olhos enquanto esteve na clínica depois da cirurgia e só voltou a fazê-lo quando chegamos a casa. Já tinha feito o mesmo quando o deixei o primeiro dia inteiro na ama com poucos meses.
EliminarMas não gosta menos de mim por isso :) nem acho que tenha qualquer tipo de trauma. Pelo menos não o revela.
Eu fui operado duas vezes aos adenóides (em bebé e em adulta) e não fiquei com qualquer trauma contra os meus pais. :)
EliminarEu fui operado com 5 anos e achei o máximo. Ainda hoje me lembro de andar a correr pelos corredores da Estefânia e como eram todos muito simpáticos. For real... não é por motivos desses que se tomam decisões médicas.
EliminarJoana, só por curiosidade, todos os médicos a que foi são de otorrino?
ResponderEliminarAconselho a Drª Luísa Monteiro que é espectacular e uma referência.
O meu marido também é otorrino e ele fala imensas vezes de como há miúdos que melhoram imenso o estado geral após essa cirurgia (que para eles é a mais realizada). Percebo as suas dúvidas e preocupações. Mas há imensas pessoas que passaram por essa cirurgia e não fica um trauma assim tão grande.
Há a vantagem de as crianças lidarem melhor com o pós operatório, que é um pouco chato mas em adulto mais difícil.
Pense se é uma coisa que realmente incomode e tire qualidade de vida à Irene.
A minha filha tirou adenoides e colocou tubinhos há 6 meses e a qualidade de vida dela melhorou significativamente. Passou de otites mensais para zero otites..e o inverno já está no fim. Simplesmente já não há ranho e o pouco que aparece já não fica entupido. Passou de antibióticos todos os meses para zero! A pediatra disse que teria de ser vista por um otorrino mas suspeitava que teria de ser operada. O otorrino disse afirmativamente que sim...nem nos questionou. E a verdade é que antes de ir para qualquer consulta eu já sabia o que tinha de ser feito...no meu íntimo já tinha feito o diagnóstico e já sabia o que era melhor para ela. Não pedi uma segunda opinião. E tu Joana, o que pensas sobre o assunto? Ouve o teu coração. Eu levei tudo com muita leveza: o que ela precisava para melhorar a qualidade de vida? para não estar doente a cada mês? E tive logo a resposta. Claro que foi uma anestesia geral, claro que no dia estava com medo..mas correu tudo bem...e em dois dias estava como nova. Sim custa, e custa mais a recuperação quando tiram amígdalas. Mas não valerá o esforço e "sofrimento" durante uma semana e depois ver resultados tão bons a longo prazo? Não penses na parte médica, pensa que a tua filha pode ter qualidade de vida e existe forma de conseguires isso! :)
ResponderEliminarps: a minha doce filha é da idade da Irene
beijinhos
Catarina
Olá Joana, o meu filho tem 18 meses e já fez várias otites desde q entrou na creche, com quase 8 meses. Posso dizer que em 10 meses de creche deve ter feito umas 6 otites agudas, para além da otite serosa que tem. Tentámos todos os medicamentos (felizmente não tomou antibiótico em todas as otites) incluindo vacinas orais e homeopatia. Falaram me um operação devido à recorrência das otites e ao facto de ele acordar mil vezes durante a noite. Não estando satisfeita quis pedir uma segunda opinião e até uma terceira. Conheci uma otorrino maravilhosa bastante conceituada em Lisboa que me disse logo q a taxa de sucesso da operação era baixa em crianças pequenas q isto é um problema q tende a desaparecer com a idade. Combinámos tentar manter o meu miúdo sem otites, retirando da escola (por causa dos vírus) por uns meses para fazer a experiência. Alem disso está também a tomar uma vacina oral cujo laboratório é em Espanha para reforço da imunidade. O q é certo é q faz 1mes q não está na escola e q nem uma pinga de ranho tem! Se quiseres poderei dar te o contacto da médica :)
ResponderEliminarAcho que nunca vi a Irene nenhum dia que não estivesse com a voz "anasalada", também é certo que não venho cá todos os dias! :) mas sim, a Irene é sem dúvida uma menina que tem todo o direito a ser submetida a cirurgia!! Falo como profissional e como mãe que o filho foi operado! ;)
ResponderEliminarO meu filho tirou os adenóides e amígdalas aos 4 anos porque nesse ano todos os meses tinha amigdalites. Com o raio-x viu-se que ambos eram grandes e foi aconselhada a operação. Fiquei com muitas dúvidas mas avançámos. Passou a dormir melhor e é raro ficar doente mas devo dizer que ainda hoje me pergunto se devia ter feito, foi um momento um pouco difícil. Entretanto li que, tanto os adenóides como as amígdalas, diminuem com a idade mas não sei se é mesmo assim... compreendo perfeitamente as suas dúvidas...
ResponderEliminarHá 30 anos, a minha mãe não descansou enquanto não encontrou um pediatra que não achasse necessária uma operação aos ouvidos e à garganta. E cá estou eu, sem nunca ter sido operada. A Joana é que sabe o melhor para a Irene.
ResponderEliminarCom o mesmo cenário mas com a mesma indicação em todos os médicos consultados, a Ana fez essa cirurgia entre os 4 e os 5 anos. Levámos imensos brinquedos novos e estive sempre com ela, mas o mais importante foi o que ela beneficiou com a cirurgia. Nunca mais teve problema desse foro. Eu é que durante algum tempo estranhava a ausência do ressonar dela e das apneias que me assustavam mesmo muito. Estava já habituada a dormir ao som daquele soundtrack.... Por isso, força e marquem a intervenção. Só trás benefícios. E nem vão dar pelos tubinhos.....
ResponderEliminarJoana, como já alguém disse pensa demais. Complica, não confia no conhecimento médico porque involve pessoas e já de sabe que as pessoas, ui... Olhe, a medicina é uma ciência, e graças - imagine - a uma série de pessoas ao longo do tempo imenso. Este post, levado a sério, é tão irresponsável que dói. A sua preocupação com a sua filha é legítima, as suas dúvidas também, uma e outra resolvem-se pelo diálogo com respeito. A medicina têm indicadores para cirurgia, não é um capricho. Esta ciência existe em ordem ao bem-estar (cf. saúde) das pessoas. Não podemos controlar tudo na nossa vida, não podemos controlar tudo na vida dos nossos filhos, mas devemos confiar - nem que seja pelo amor que lhes temos - que tudo ficará bem porque estaremos sempre lá para eles.
ResponderEliminarTotalmente de acordo... Acredita mais em mezinhas do que em formação médica com décadas de experiência na area?
EliminarAcho este comentário extremamente naiv. Era bom que fosse assim, era - foi o que a Joana disse no post. Mas com toda a ciência por trás da medicina - e é bem menos do que a maior parte das pessoas pensa - o facto é que dois profissionais da mesma especialidade, com o mesmo nível de credibilidade e com o interesse dos pacientes em vista, recomendam muitas vezes soluções muito diferentes, às vezes diametralmente opostas para o mesmo problema. E quem tem de tomar a decisão são os pais, porque nenhum dos especialistas vai assumir a responsabilidade se essa afinal não tiver sido a melhor solução. E eu digo isto como investigadora científica. A medicina moderna não existe assim há tanto tempo ("décadas" é pouco tempo, nem sequer engloba o tempo de vida de um ser humano), questões de natureza ética proíbem - e muito bem - muitos estudos em humanos, e isto tudo é ainda sem contar com a falibilidade do método científico e da correcta interpretação de estudos científicos, bem como o lapso de tempo que há entre uma nova descoberta ou confirmação de uma teoria ou estudo e a sua implementação como prática corrente na medicina, que pode ser muito longo.
Eliminar"Não podemos controlar tudo na nossa vida, não podemos controlar tudo na vida dos nossos filhos,..." - absolutamente correcto - "... mas devemos confiar - nem que seja pelo amor que lhes temos - " - essa confiança pode ser necessária para podermos continuar a funcionarmos como pessoas, e portanto sermos pais e mães, já que insegurança extrema é paralisante - "que tudo ficará bem porque estaremos sempre lá para eles." - não é verdade. Um dia não vamos cá estar para eles, e um dia ainda mais cedo não vamos chegar para que tudo esteja bem. E nessa altura é bom que lhes tenhamos dado as melhores ferramentas que pudemos e soubemos para eles enfrentarem o que quer que seja que lhes surgir no caminho.
Todos damos o nosso melhor. É a única coisa que podemos fazer, e os nossos filhos não merecem nada menos do que isso. A Joana está a dar o melhor dela. Acusá-la de "pensar demais" e logo a seguir de irresponsabilidade é mesquinho - para além de contraditório...
Verdade, verdade...
EliminarA Joana tem um "complicador" que já não lhe cabe na cabeça.
E acha que é na internet e em conversas de "alguém me disse..." que pensa desvendar os mistérios da ciência e sobrepor-se aos milénios de evolução da medicina que, pasme-se(ironia!!!), contrariamente à matemática não é uma ciência exacta.
Anónimo das 16.50, é contra as vacinas, certo? Não faz profilaxia, não faz planeamento familiar, está no Mesozóico.
ResponderEliminarFoi isso que deduziu do meu comentário? Os meus pêsames então pelo falecimento do Tico e do Teco...
EliminarFalo pela minha experiência. Desde pequenina que fazia amigdalites recorrentes. Mais tarde desenvolvi bronquite asmática. O pediatra que me acompanhava desde o nascimento sempre disse aos meus Pais: "As amígdalas não são para sair, estão lá é por algum motivo!, deixem-nas trabalhar!". Pois bem, desenvolvi outros problemas de saúde por ter tido tantas infeções e acabei por ter de ser operada em adulta. Foi a pior experiência pela qual tive de passar. É doloroso, recuperação muito demorada. Fiquei sem comer sólidos 2 semanas. Emagreci 8kg (até agradeci ahahahahah), mas isto para dizer o quê - Se a Irene tem crises de amigdalite recorrentes, se ressona imenso (em qualquer posição), tem de ponderar a cirurgia (e quanto mais tarde pior), porque depois de um certo tempo a menina irá começar a desenvolver outros problemas, nomeadamente de coração devido à sobrecarga respiratória, entre outros.
ResponderEliminarSão questões que, mesmo sendo ingrato, só os Pais poderão decidir, porque só os Pais sabem o que as crianças passam. São os Pais que presenciam as crises, que dão a medicação, que assistem à evolução, à resposta do antibiótico, etc e tal.
Neste momento estou na mesma situação mas por problemas diferentes. Tenho o meu filho com fimose. O Médico colocou a decisão nas nossas mãos, ser operado (fazer circuncisão) ou esperar até aos 7 anos (ele tem 5) e ver como evolui (até lá rezar para não apanhar nenhuma infeção)...
Decisões difíceis que só a nós cabe decidir, até porque os filhos são nossos e de mais ninguém!
Pondere ir a uma consulta de acupuntura, homeopatia, não indico que irá curar, mas pode ter outras opções e opiniões para atenuar os sintomas. beijinhos
ResponderEliminarPior conselho de sempre... Deixe-se estar no lado da ciência... Ela sim já deu provas de reduzir a mortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida... não a acupuntura e homeopatia e afins
EliminarOlá Joana.
ResponderEliminarNinguém aqui poderá decidir por vós. Apenas vos podemos dar as nossas experiências pessoais (as quais poderão fazer com que ainda fiquem mais em dúvida).
A nossa opção foi pedir acompanhamento num otorrino através do SNS. Os médicos privados que consultámos diziam todos para operar, ainda sem olharem para a cara da criança. O nosso pensamento foi que no SNS, as cirurgias só acontecem se tiverem mesmo que acontecer.
O que inicialmente nos levou a procurar ajuda, foi que a Laura, além de otites e amigdalites recorrentes (pensava eu nas viroses das creches), começou a fazer apneias durante o sono. E isso é assustador - eles deixam de respirar segundos a fio, e quando voltam a respirar fazem sons aflitivos, engasgam-se, acordam aflitos... A Laura não dormia correctamente, não comia correctamente (acho que ela não tinha olfacto ou paladar para conseguir saborear a comida).
O médico que nos acompanhou tirou-nos as dúvidas todas que nos foram surgindo - incluindo que as amigdalas e adenóides têm uma função, e que só se removem se há mesmo necessidade. E andámos meses num tratamento que não funcionou. Aceitámos esperar uns meses mais para que o crescimento dela abrisse espaço para o ar passar (apesar da angústia das dificuldades respiratórias, que em caso de ranho, pioravam exponencialmente). Não houve melhorias e avançámos com o pedido de marcação da cirurgia. Era para ser 3 em 1, mas na cirurgia o médico apercebeu-se que os ouvidos não precisariam dos tubinhos. E retirou amigdalas e adenóides. E nessa primeira noite chorei. Chorei muito e como nunca me tinha acontecido! A minha filha conseguia respirar calmamente e serenamente, como há mais de um ano eu não via. Deixou de ressonar e dos esgares aflitivos. Deixou de ter olheiras. Começou a saborear a comida e a perguntar que "cheiros eram aqueles" (e que deveriam ser conhecidos). Já engordou quase 2 kg desde Outubro (e ainda assim está no percentil 25 de peso).
Por isso, cada caso é um caso. Não podemos encaixá-los todos como iguais.
Boa sorte, muita saúde!