2.14.2018

Feliz dia dos Namorados a ti que és Mãe (e Pai)

Há um antes e um depois de sermos pais, sem dúvida alguma. Nem todos os dias somos namorados. O ideal é que sejamos, mas convenhamos: nem sempre há tempo, cabeça, vontade. Já tive fases em que, se analisasse de fora, sem nos conhecer, diria que éramos colegas de casa: parecíamos dois estudantes, mas sem a parte do álcool: noitadas sem dormir, acordar como se um camião nos tivesse passado por cima, provas diárias, trabalho, stress, trânsito. Os nossos pés mal se tocavam na cama e queríamos era dormir o pouco que desse. Necessidades básicas primeiro que tudo (ainda temos dias assim). Mas, havendo algo de muito forte a unir-nos, sabíamos que seria uma fase e que iria passar. Se nunca tivermos sido de grandes manifestações de romance, surpresas atrás de surpresas, não se nota tanta diferença se calhar. Nunca fomos essas pessoas. Uma torrada na cama já é o supra-sumo do romantismo (eu cá adoro). Eu vejo romantismo em pequenas coisas. E não, não é questão de me contentar com pouco. Não é preciso, para mim, grandes manifestações de amor, nem é preciso vomitar algodão doce, para que a relação esteja de boa saúde. Lembro-me sempre de alguém que dizia que a mulher era uma pintura, de tão bonita, e que lhe fazia isto e aquilo e acontecia e foi-se a ver e tinha uma amante e andava a oferecer caixas de chocolates iguais às duas. Não preciso de caixas de chocolates sequer. Preciso de uma relação sólida, de um amigo para a vida, que, claro, queira estar comigo, viver comigo, ter planos e sonhos comigo e que não se deixe consumir pela confusão que há às vezes em nossa casa. Que seja, como eu, paciente e se saiba adaptar às mudanças que os filhos trazem. São a prova maior. 
Agora, claro que não se pode deixar morrer o amor, a paixão, o romance. Mas há várias formas de o fazer. Não tem de ser no dia dos namorados, mas também pode ser. Só o simples verbalizar que se tem saudades de ir jantar fora, ir ao cinema ou a um concerto, ou ir para um hotel é, para mim, romântico. Mesmo que não se proporcione. Temos de fazer com que se proporcione, mas nem sempre depende só de nós. Depende muito da boa-vontade de terceiros. E, se essa não houver, tentar dar a volta à rotina: um jantar à luz das velas e uma série na TV, se não se adormecer, claro. 😊
 
A ti que és Mãe*, 
e cujo coração ganhou mais gente dentro
não te esqueças que bateu primeiro pela pessoa que te fez querer ser Mãe*
Feliz Dia dos Namorados
(e todos os outros dias).
 
*e Pai



www.instagram.com/joanapaixaobras

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4 comentários:

  1. Adorei! É tal e qual como me sinto. Às vezes bastam pequenas coisas. No dia de Carnaval, durante a sesta da miúda conseguimos ver um filme inteiro, os dois no sofá, tranquilamente, e soube tão bem. Para mim isto também é romantismo, disfrutar destes momentos que podem não ser nada de especial, mas são.

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  2. Tantas vezes que o nosso "encontro romântico" consiste em ele acordado a ver um filme e eu ao lado, a dormir, porque nem aguentei 5 minutos acordada! :) Mas, sim concordo, existem muitos pequenos momentos no dia-a-dia que podemos aproveitar para viver e mostrar o amor ;) Lembro-me que no nosso primeiro aniversário (do dia em que nos conhecemos) após sermos pais recentes de uma bebé de poucos meses, eu estava a dar-lhe a sopa, ele chega à cozinha com uma música a tocar no telemóvel. Era a nossa música. A música que ouvimos nos nossos primeiros encontros. Fiquei tão comovida. Já não a ouvia há tanto tempo e, no meio do caos, do cansaço e da rotina, ele deu-me aquele presente tão especial ;)

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  3. "Podemos não ter mais tempo mas somos os mais felizes"
    Jantares tardios depois de as miúdas estarem na cama, voto nisso. Ontem eram 22.30 h. :)
    Mas lembro-me sempre daquele vídeo maravilhoso "the nights were so very long, but the years are so very short" e sei que vamos ter muitas saudades do tempo em que pouco tempo tínhamos para nós.
    Não gosto particularmente do dia dos namorados, mas que encontremos sempre tempo para namorar!

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  4. Gostei MUITO da última frase que escreveste no fim do Texto. Isso sim é o mais importante..

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