2.04.2018

5 coisas a não fazer quando se vai viajar com filhos

Já ando para vos escrever este post há que séculos. Agora que começamos a sonhar com uma viagem com as miúdas e outra sem, para este ano, resolvi reunir um conjunto de cinco recomendações para quando decidirem pegar na filharada e ir com ela de avião a qualquer parte do mundo. 

1)  NÃO vão de mãos a abanar no que diz respeito a slings, panos, mochilas ergonómicas ou carrinhos. 
Ouçam o que eu vos digo: por muito que não vos apeteça andar com monos e que achem que eles andam bem a pé ou que não vão querer andar "presos", nada vos vai fazer mais falta que isto. Claro que depende sempre do propósito da viagem: se é para ficarem a  num resort ou se é para fazerem quilómetros e andarem por museus, restaurantes e cidades. Mas, para mim, pelo menos um carrinho bengala, fácil de transportar e onde eles possam dormir, e uma mochila ergonómica é ponto assente. Na última viagem os quatro, até Barcelona, levámos duas mochilas e um carrinho e foi o que nos safou. Sim, a Isabel é super bem transportada numa mochila - se a mochila for boa, pode aguentar até aos 20kgs sem que seja desconfortável para eles ou nos doa as costas. Temos a Boba 3g e um Ergobaby. Íamos revezando as miúdas no carrinho (levamos o bengala Noa da Bébéconfort).

2) NÃO levem toda a cozinha às costas: as sopas, os tomates biológicos, as bolachas de aveia com alpista, o iogurte de não sei quê.
Eu gosto que elas comam bem, na maioria das vezes, mas de férias, minhas amigas, não estou nem aí. Não é por uns dias que fico com o sobrolho a tremer. Se não comem sopa todos os dias, compro fruta algures; se comem carne dois ou três dias seguidos, não me apoquento. Nunca fomos para nenhum destino muito exótico, verdade seja dita, mas até acho que aí o verbo que iria mais aplicar seria "descomplicar". É uma boa maneira de os "obrigar" a experimentarem coisas novas, pumbas. Agora lembrei-me da minha primeira ida a Paris com o meu irmão e primo a fazermos concursos de puns no quarto de hotel, por estarmos a ser alimentados a porcaria e ri-me.
Isto não invalida que se leve coisas para o avião, isso sim, acho uma jogada de mestre: fruta, bolachas, pão, snacks, podemos levar tudo o que for para os miúdos comerem e isso pode evitar birras e ajudar a passar o tempo. Tudo o que for para nos poupar a stress extra na viagem, melhor.
3) NÃO se esqueçam de, caso vão sem o pai das crianças e não sejam casadas, levar uma autorização reconhecida por advogado/notário.
Ai filhas, se eu vos contasse o que me aconteceu quando fui viajar com a Luísa... Vou contar. O meu pai, advogado, estava a preparar o tal documento, mas entretanto resolvemos saber se era mesmo preciso o esforço. Enviámos email ao SEF a perguntar se seria. Responderam-nos que não. "Menor, filho de pais em união de facto (filiação estabelecida quanto a ambos os progenitores que vivem em condições análogas às dos cônjuges): A autorização de saída deve ser emitida e assinada por um dos progenitores, apenas se o menor viajar sem nenhum deles; caso o menor viaje com um dos progenitores não carece de autorização, desde que não haja oposição do outro."
Posto isto e com o email em minha posse lá fui eu toda gaiteira para o aeroporto. Resultado: tudo muito bonito, mas a companhia aérea não nos deixaria embarcar sem a declaração assinada pelo pai. Que maravilha. A menos de uma hora, isto. Suei do bigode. Lá consegui, até hoje nem sei bem como, que a declaração fosse de mota por meio de um colega do meu pai, no meio do trânsito da segunda circular, ter com o David a Carnaxide, que ele assinasse e que fosse por email ou fax ou que foi até ao aeroporto. Um sufoco. Por isso, mães e pais deste país, levar declaração caso não estejam casados e um de vocês não viaje com os filhos. Pela lei não é preciso, mas depois na prática podem exigir. Enfim.

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4) NÃO esperem que os vossos filhos se portem que nem adultos em ponto pequenino, não se chateiem nem queiram saltar pela janela do avião ou não se mandem para o chão no restaurante.

Se nós, adultos, às vezes exasperamos em viagem, imaginem eles. Sítios novos, coisas novas, pessoas diferentes, espaços confinados... Para eu não ter logo expectativas muito altas, na primeira viagem da Isabel, a Londres (aqui), a Isabel fez logo uma birra valente no aeroporto que é por causa das coisas. Por acaso, depois no avião, até foi tranquilo. Levámos arsenal: lápis e folhas, uma mala que comprei na Alehop com ímans de olhos e bocas e narizes de animais giríssima e que dava minutos e minutos de brincadeiras, e livros. Convém levarem algumas novidades para os agarrar, nem que seja um livro para pintarem ou autocolantes. Vá, um tablet com jogos ou videoclips do Panda também pode ajudar, não me vou armar em moralista antitablets. Usado com moderação, tem vantagens, e nos restaurantes no país ou cidade que forem resultar é, por vezes, um alívio. :)



Depois, é tentar fazer alguns programas que lhes possam agradar (na viagem a Barcelona, e porque também já conhecíamos a cidade, acabámos por ir a parques, para elas poderem andar de baloiço, e foi bem giro) e planear bem o dia, de forma realista, sem grandes expectativas e listas enormes a cumprir, de forma a poder ir descansar a casa/hotel a meio ou então chegar a casa mais cedo e já não sair. Ver bem se vale a pena subir 300 escadas até ao castelo, ver se compensa aquele museu onde se paga bem, se provavelmente àquela hora, o miúdo vai estar com fome, etc, etc. E, mesmo depois desse desprendimento, houver umas birritas, É NORMAL. Respirar fundo. (Por acaso queixo-me zero delas em viagem, são sempre uma surpresa muito positiva, tirando um ou outro voo de regresso).



5) Não digam nunca "isto não são férias!"
Até porque não é verdade. É verdade a parte em que não se descansa o corpinho, mas a verdade é que muito provavelmente serão as férias mais incríveis, de que se vão recordar daqui a uns anos. Por mais que possamos chegar mais cansados do que saímos, por mais que as unhas dos pés encravem de tanto caminhar, de uma ou outra birra que nos pareça despropositada, por mais que chova e que isso nos estrague alguns planos, não há nada mais enriquecedor do que passear com os nossos filhos. Para nós e para eles. A dinâmica em família, o desafio, a aventura, a descoberta de sítios novos e sabores novos, o aprender algumas palavras novas (e vê-los a repetirem), o facto de podermos estar felizes e passar-lhes isso é impagável. A Isabel ainda hoje se lembra da viagem a Barcelona e sabe que foi lá que aprendeu algumas coisas de espanhol (para a próxima tento o catalão). Por isso, "isto não são férias" é uma frase muuuuuito injusta. São outro tipo de férias. E um privilégio.


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35 comentários:

  1. Subscrevo inteiramente!

    1) Levo sempre o carrinho bengala (compramos um melhorzinho precisamente a pensar nas viagens: leve, pequenino desmontado e fácil de transportar)

    2) Levo sempre iogolinos (já sei que não será o mais saudável), mas o facto de poderem estar à temperatura ambiente descansa-me. Levo também as célebres bolachas Maria e uns cereais puff. Quanto à refeições principais, come o que houver (carne/peixe + legumes/arroz/massa) e se não comer sopa a todas as refeições não há stress.

    3) Na primeira viagem que planeámos com bebé ficámos no aeroporto :( Quando ele era pequenino fomos à conservatória porque eu queria fazer-lhe o CC. Na altura a minha motivação para fazer o CC era a simplicidade de andar apenas com um cartão em vez de andar com 3/4 papéis atrás. Na conservatória disseram-me que não valia a pena fazer porque o que fazia com o CC também podia fazer com os papéis, que se fizesse passado 5 anos teria de renovar obrigatoriamente.... enfim tratam-me como se fosse um "capricho" meu e nunca referiram que teria de fazer se saísse do país (nem perguntaram se era essa a minha intenção). Quando chegámos ao aeroporto a companhia não deixou embarcar. Ainda fomos fazer o CC com urgência, mas não conseguimos voltar ao aeroporto a tempo de embarcar... Senti-me a pessoa mais burrinha do mundo, mas depois soube de vários casos em que aconteceu exactamente o mesmo!

    4) Levo sempre um livro/brinquedo novo e um boneco de casa para brincar no hotel! Quanto a tablets sempre fui a pessoa que dizia que não compreendia as crianças ao tablet no restaurante, mas também já vou permitindo. Em casa não deixo, mas no restaurante decido não stressar para os pais também poderem ter uma refeição mais descansada... Não complicar! E claro temos de relaxar o planeamento e não ter expectativa de visitar 27 museus por dia...

    5) São férias diferentes é verdade. Mas nós fazemos questão de o levar para onde vamos e há sempre um conjunto de coisas novas que aprende de cada vez que sai da rotina: deu os primeiros passos 2 dias depois de chegar de um fim-de-semana prolongado na praia e começou a andar definitivamente 2 dias depois de chegar à praia nas férias de verão. É sempre um pulo de desenvolvimento!



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  2. Não és propriamente a pessoa mais habilitada para falar de férias fora com crianças quando, em 5 anos de filhos, fizeste para aí 2 viagens com elas (3 ou 4 dias em Barcelona e Londres? também não são propriamente destinos longínquos ou complicados que precisem de "dicas"). O que há mais por aí são blogs de pais (normalmente estrangeiros) que aos 5 meses de vida dos bebés já andam com eles às costas pelo Sudeste Asiático durante meses a fio. Isso sim são dicas a sério e para situações de viagem a sério!

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    1. Eu cá não consigo viajar para países que impliquem gastar mais do que 1000 euros por família. Por enquanto, tenho de me contentar com mini-viagens pela Europa, máximo uma por ano e,e. .. Que, por acaso, até deve ser o máximo a que a maioria das famílias portuguesas podem conseguem ir, isto se conseguirem. Não sei se é da idade, mas mesmo com tanta viagem por esse mundo fora, ficou a faltar-lhe um banho de realidade, um pezinho mais assente na terra e um bocado menos de presunção e arrogância. Por que razão não havia a blogger de dar dicas do que bem lhe apetecer, até de como untar formas ou de como fazer manicure. Blogue dela, experiência dela, dicas dela. Quer dicas de viagens pelo mundo com filhos: há blogues especializados. Boas pesquisas. E boas viagens.

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    2. Se for pela lógica do "máximo que a maioria das famílias portuguesas" podem fazer/ter, então não pode ler blogs. Porque quase nenhum é direccionado para a "família padrão", que é como quem diz, dois progenitores a ganharem o salário mínimo ou pouco mais e 2 filhos menores. 98% dos blogs são de autoras que vivem em Lisboa, em casas boas, vestem-se bem e compram/oferecem-lhes roupa nova/acessórios com frequência, vão a eventos, comem fora, viajam ocasional/frequentemente, têm um trabalho, os seus filhos usam roupas matchy matchy, etc. Isto é a realidade da maioria? Não.

      Eu vivo a realidade da maioria ao viajar bastante? Não, mas também não vivo outras realidades que são maioria (tipo ter créditos ao banco, fumar, ter carro, sair e gastar balúrdios na noite, comer fora todos os dias, etc). E felizmente ganho bem acima do salário mínimo.

      Aquilo que viajar me ensinou é que existem muitas realidades no mundo e que se quisermos podemos ser uns coitadinhos que batem palmas a bloggers que foram a Barcelona e nos ensinam que devemos viajar com um sling (lol), ou podemos ter espírito crítico e ver que isso são daquelas coisas tão básicas e simples e inerentes a viajar que nem se qualificam como "dicas" e que interessante mesmo é quem nos apresenta uma perspectiva diferente das coisas e partilha a sua experiência de viagem em situações verdadeiramente desafiantes e arrojadas.

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    3. Por acaso pensei a mesma coisa. Já é o 2º blog que sigo (o outro é as Viagens dos Vs) que faz listas sobre viagens com os filhos enquanto saem do país 1x por ano máximo e para destinos perfeitamente "normais". Se for dicas como arranjar um apartamento central ou barato, ou sítio giro para almoçar com miúdos ainda percebo, mas dicas para ir de avião 3 horas? Acha mais normal escreverem sobre viagens de carro com as miúdas e passar fins de semana em casa dos avós que sempre é uma realidade mais próxima do que conhecem. E sim viajo com os meus filhos: normalmente uma semana em fevereiro (neve), uns dias em abril, e outra semana ou no verão ou em outubro.

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    4. Se são assim tão descomplicadas e experientes, não me parece que precisem de grandes dicas. Por acaso acabei de tropeçar no ponto 3 que me dá imenso jeito porque o pai vai a frente com o mais velho e eu com o mais novo noutro voo (coisa nossa) e não sabia que era preciso autorização de ambos! Para quem não está habituado a viajar, são coisas simples destas que podem ajudar. Thanks!

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    5. Obrigada pelas vossas opiniões. Mas lá por haver uma Vogue cheia de especialistas não quer dizer que a blogger X não possa dar dicas do que vestir num casamento. Uma coisa não invalida a outra e só retira ideias quem quiser. :) Em três anos e meio, três viagens a três países da europa diferentes, acho uma boa média (adorava que fosse maior, mas é o que há - há quem não possa ter férias fora do pico do Verão, por exemplo... entre outros impeditivos $$$ eheh) e já me sinto bem agradecida por ter conseguido ir).
      Se procura dicas de viagens grandes com filhos, de blogues em Portugal, sigo o "Por Onde Andam os Duarte?" e o "Viagens & Miúdos". Boas viagens, com ou sem filhos! Cá dentro ou a 20 horas de distância. Todas válidas! <3

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    6. Para quem quer acompanhar viagens com crianças para países distantes o melhor blogue português é sem dúvida o Mundo Magno. https://www.facebook.com/The-Storyteller-482797101879972/
      Mais de 30 países com uma criança pequena é qualquer coisa...

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  3. Pois eu discordo completamente do seu comentário. Qual é a relevância para a realidade portuguesa de dicas de pais estrangeiros para andar com crianças de cinco meses às costas pelas Filipinas? Quantas pessoas conhece no seu círculo de família, amigos ou trabalho que já o fizeram ou planeiam fazer?

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    1. Precisamente por não conhecer pais portugueses que o façam, é que seria interessante ler essa perspectiva! Aqui em Portugal a maior "loucura" que as pessoas cometem é ir a uma capital europeia com os filhos (depois de se debaterem 32113712 vezes sobre se os devem levar e depois de fazerem 5 anos seguidos férias de verão no Algarve). Eu não tenho filhos, mas viajo bastante (essas viagens longas pela Ásia, África ou América do Sul) e, quando tiver filhos, quero viajar com eles, sendo que vejo sempre casais com filhos pequenos nas minhas viagens (invariavelmente estrangeiros). Se o meu círculo de família, amigos ou trabalho nunca viajou como eu viajo antes de terem filhos, porque serão relevantes para mim as suas dicas depois de os terem (que são "aproveita enquanto não tens filhos" ou "depois as viagens acabam-se" lol)? São exemplos para mim é os viajantes que já o eram antes de ter filhos e continuaram a ser depois de os ter, levando-os consigo para sítios diferentes e interessantes... não é propriamente ir passar um fds a Barcelona, que não requer grande ciência.

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    2. Querido anónimo já viu na sua presunção a falar? E ainda pro cima ser ter filho e sem ter a mínima ideia do que será eventualmente viajar com eles? Felizmente para mim ( pk infelizmente, há muitas famílias que nem isso podem ) já vou há mais de 5 anos seguidos de férias para o algarve, e mesmo que pudesse nunca iria sujeitar o meu filho a horas e horas a andar ás costas ao desconforto de não dormir a sestinha dele, só para ser uma fixe que viaja pelo mundo com o filho ás costas.....

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    3. Antes de ser mãe, eu também achava (e continuo a achar) o máximo aquelas mães que conseguem continuar a ir ao ginásio regularmente e achava que ia ser assim... mas não dá...

      No caso particular das viagens, há muitos factores a ponderar para além do financeiro/disponibilidade, por exemplo os cuidados de saúde disponíveis no local para onde se vai de férias...

      V.

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    4. Mmmm... Por acaso, acho que é mais complicado viajar com filhos pequenos a capitais europeias do que a sítios mais exóticos, e sim, tenho bastante experiência de viagens, antes e depois dos filhos, a sítios exóticos e europeus/urbanos, de 5 dias e de dois meses...

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    5. "o desconforto de não dormir a sestinha dele"... ok. Também concordo que não há grande mais valia em dicas sobre viagens para destinos perto e perfeitamente normais. Quer dizer há tanta mais valia quanto descrever como se faz par ir ao Algarve. Queria era dicas sobre o jet-lag e voos com escala ou alojamentos familiares em locais mais fora do normal. E posso falar, tenho 3 filhos sempre viajaram desde os 4 meses, e não me sinto nenhuma super heroína por levar miúdos a Estocolmo, Paris, Londres ou Madrid. são cidades europeias pessoas é mais ou menos o mesmo que decidir ir a Aveiro só que mete avião.

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    6. Vânia, ao que você chama de presunção, eu chamo de ter noção daquilo que sou e aquilo que quero para a minha vida. Se adoro viajar, se já o fiz para quase 50 países, se é aquilo que eu e o meu marido mais gostamos de fazer, se temos disponibilidade financeira/tempo, porque não iria continuar a fazê-lo com filhos? Se calhar se a Vânia também tivesse o mesmo gosto em viajar e desde pequena fosse habituada a fazê-lo, habituando-se a estar em lugares diferentes da sua zona de conforto, não teria agora pruridos com a sestinha do seu filho ou com o suposto "desconforto" que é viajar de mochila às costas (lol).

      V., mas a senhora viajava bastante antes de ter filhos? Porque a minha questão é essa, não conheço ninguém que viajasse o mesmo que eu viajo e deixasse de o fazer quando teve filhos (ou melhor, essas excepções conheço à distância, através de blogs/páginas estrangeiras, porque em Portugal não se encontra muita gente que queira fugir ao circuito Algarve-Europa, com ou sem filhos). Se eu achasse que os cuidados de saúde eram maus ou um problema não iria eu em primeiro lugar para esses sítios, quanto mais levar uma criança. Infelizmente (ou felizmente, para nós), na maioria dos países em desenvolvimento até há cuidados de saúde ao nível da Europa, só que são privados e só estão acessíveis a quem tem dinheiro (dinheiro esse que um Europeu tem, em comparação com o custo de vida baixo desses países e aos quais pode aceder através de um seguro de saúde de viagem).

      Anónimo das 16h10, pode explicar porque diz isso? Alguém que tenha um saber "de experiência feito" é que me interessa que partilhe as suas experiências sobre viajar antes/depois de filhos (e não alguém que já antes de ter filhos pouco viajava e depois foi apenas um fds a Barcelona).

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    7. Vânia, está a incorrer no mesmo pecado de que acusa o anónimo original. Eu viajo com o meu filho, e não é para ser "uma fixe". É porque nos faz bem a todos. E as melhores sestas que ele dorme são às costas, sabia? É o que ele pede quando está doente ou cansado. Percebo que se tenha sentido atacada, mas por favor pense melhor antes de escrever.

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    8. Antes de ter filhos pensava no que ia descobrir do pais e quanto mais exótico melhor. Depois de ter filhos alem dos custos (sim não ficaria com os meus filhos em sítios que ja dormi) penso igualmente nos cuidados de saúde. Se a minha filha mais nova (14 meses) adoecer numa capital europeia e precisar de cuidados médicos temos uma serie de hospitais se adoecer na Etiópia seguramente será bem diferente!!! Por isso quando tiver filhos falamos 😉.

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    9. Então e na Etiópia não há crianças? A sua filha adoece assim tanto? Convenhamos que a probabilidade de uma criança adoecer de algo gravíssimo durante uma viagem é tão grande como se não sair de Portugal, ou seja, não tão comum assim. E para coisas pequenas há cuidados básicos nesses países e se a questão for mais grave pode-se sempre regressar mais cedo e 12h depois já podem estar no vosso querido hospital da luz 😛 e também ninguém está a dizer para se meterem no meio do mato no Burundi com uma criança de 4 meses. Simplesmente há uma grande diferença entre isso e esperar 5 anos para ir com uma criança passar um fds a... Barcelona. Mas se até para irem ao Algarve no verão ou passar um fim de semana à Lourinhã os pais fazem um filme (ou querem deixar os miúdos com os avós, porque é muita trabalheira levá-los e não descansam), já nem digo nada.

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    10. Este último comentário é mesmo de quem não tem noção do que diz. Tanta alarvidade junta.

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    11. Vá ver o blog Travel Mad Mum e depois falamos, Anónimo das 22h06. Dois filhos, duas licenças de maternidade de 1 ano passadas a viajar em família. Em ambas partiram quando os miúdos tinham 3 meses e meio. A primeira pela Asia e a segunda pela América do sul (está ainda a decorrer).

      Mas cá em Portugal os pais são todos uns filmados com os miúdos e é tudo uma alta confusão.

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    12. Se eu viajava bastante antes de ter filhos... bem não tanto quanto gostaria (eu só comecei a viajar quando comecei a trabalhar já que não tive essa oportunidade antes). Mas também não diminuí a frequência das viagens após o nascimento do meu filho. Apenas há destinos que neste momento, para nós, não fazem sentido. Por exemplo: não considero enfiar-me num avião com uma bebé durante 8 horas...

      V.

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    13. Madalena Fr10:43 da manhã

      Ora bolas, escrevi eu um comentário tão elaborado e depois perdi-o!
      Estava eu a dizer que se percebe claramente que a anónima original não tem filhos, nem sabe o que é ter. Não vale apontar o dedo sem ter conhecimento de causa. Um dia que tenha e que viaje muito e para bem longe com os seus filhos, venha cá dar palpites.
      Também já se percebeu que é muitá boa, que é muita maluca e viaja bué.
      Este post foi feito para pessoas COM filhos e que viajam, não importa para onde (bora não medir pilinhas?). Se procura outro tipo de dicas o que faz aqui?

      Eu tenho um bebé de um ano e meio e ainda não tive coragem de me aventurar de avião com ele. E a primeira viagem que faça será provavelmente para um destino destes mais próximos e confortáveis para todos, como a Joana.
      Para mim, estas dicas foram super úteis e muito válidas. Acredito que terão sido também para outras MÃES.

      Antes de ter bebé também já fiz as minhas viagens, para destinos mais exóticos como esses que idolatra. Não me posso queixar de falta de experiências (mas isto não é nenhum concurso para ver quem viaja mais, pois não?). Com bebé as coisas mudam um bocadinho (ou não! A minha prima por exemplo tem exactamente esse estilo de vida que a querida anónima ambiciona ter um dia que for mãe. Já viveu com um recém nascido no deserto do Atacama, fez com ele às costas a América do Sul, andou dias inteiros em viagens de autocarro por estradas mal amanhadas e perigosas, e agora está por cá, já tem o miúdo 2 anos). Mas são estilos de vida, não somos todos iguais. Para mim não seria vida, e não tem mal nenhum sermos diferentes, pois não?

      Graças a Deus temos o privilégio de termos um avô em cada ponta do país, e por isso quase todos os fins-de-semana lá vamos nós com a casa às costas ora pra cima ora para baixo. Não desvalorize as pessoas que só podem ir até ao Algarve, que também requer a sua logística - não que a viagem mace, mas entreter um bebé numa viagem de 3 horas de carro ou avião ou whatever, se houver alguém com dicas (por mais inúteis que lhe possam parecer a si), são muito bem vindas.

      Obrigada Joana pelas dicas, para mim preciosas. E assim pode ser que me dê a coragem que falta para me "aventurar" de avião com ele, ainda que para Barcelona.

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    14. Ora bolas, escrevi eu um comentário tão elaborado e depois perdi-o!
      Estava eu a dizer que se percebe claramente que a anónima original não tem filhos, nem sabe o que é ter. Não vale apontar o dedo sem ter conhecimento de causa. Um dia que tenha e que viaje muito e para bem longe com os seus filhos, venha cá dar palpites.
      Também já se percebeu que é muitá boa, que é muita maluca e viaja bué.
      Este post foi feito para pessoas COM filhos e que viajam, não importa para onde (bora não medir pilinhas?). Se procura outro tipo de dicas o que faz aqui?

      Eu tenho um bebé de um ano e meio e ainda não tive coragem de me aventurar de avião com ele. E a primeira viagem que faça será provavelmente para um destino destes mais próximos e confortáveis para todos, como a Joana.
      Para mim, estas dicas foram super úteis e muito válidas. Acredito que terão sido também para outras MÃES.

      Antes de ter bebé também já fiz as minhas viagens, para destinos mais exóticos como esses que idolatra. Não me posso queixar de falta de experiências (mas isto não é nenhum concurso para ver quem viaja mais, pois não?). Com bebé as coisas mudam um bocadinho (ou não! A minha prima por exemplo tem exactamente esse estilo de vida que a querida anónima ambiciona ter um dia que for mãe. Já viveu com um recém nascido no deserto do Atacama, fez com ele às costas a América do Sul, andou dias inteiros em viagens de autocarro por estradas mal amanhadas e perigosas, e agora está por cá, já tem o miúdo 2 anos). Mas são estilos de vida, não somos todos iguais. Para mim não seria vida, e não tem mal nenhum sermos diferentes, pois não?

      Graças a Deus temos o privilégio de termos um avô em cada ponta do país, e por isso quase todos os fins-de-semana lá vamos nós com a casa às costas ora pra cima ora para baixo. Não desvalorize as pessoas que só podem ir até ao Algarve, que também requer a sua logística - não que a viagem mace, mas entreter um bebé numa viagem de 3 horas de carro ou avião ou whatever, se houver alguém com dicas (por mais inúteis que lhe possam parecer a si), são muito bem vindas.

      Obrigada Joana pelas dicas, para mim preciosas. E assim pode ser que me dê a coragem que falta para me "aventurar" de avião com ele, ainda que para Barcelona.

      Madalena Freitas

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    15. Anónimo das 17:01, isto tem a ver também com o tipo de viagens que eu fazia antes de ter filhos. Em cidades eu sempre gostei de visitar museus, monumentos, igrejas, mercados, ir a eventos, andar de transportes públicos, fazer fotografia... Isto implica andar muito, de mochila às costas, e comer quando der jeito. Com um bebé ainda pequenino, que não anda, metido num porta-bebés a coisa faz-se (especialmente se se amamentar, quase só tem que se levar fraldas extra e uma muda de roupa). Mas quando eles começam a ficar mais despertos, e especialmente quando começam a andar, a coisa fica mais difícil. Museus são fixes - se eles puderem mexer em tudo, o que não é sempre o caso. Quando têm fome é preciso arranjar depressa o que comer, senão começam - muito justamente, mas pouco praticamente... - a chorar, e é preciso interromper tudo e arranjar um lugar com comida apropriada, o que nem sempre é fácil. Ou levar as coisas às costas, mas começa a pesar... Percursos longos a pé são arriscados, a menos que se planeie com muuuuito tempo de reserva (nem sempre eles querem andar no carrinho/mochila). Para além disso, numa cidade os perigos (carros, motas, multidões, barulhos súbitos) são muitos - imagine tirar fotografias com um toddler no passeio de uma rua movimentada num centro... Para entrar em quase todo o lado é preciso bilhete... E se de repente o pequeno decide que está farto e desata num berreiro? Vamo-nos embora, mas lá se foi o bilhete. Nem todos os restaurantes aceitam crianças da mesma maneira. Comida de rua (estou agora a pensar nas roulottes em NY, por exemplo) não são assim uma opção muito boa. E para ir a uma cidade que não conheço e ficar a conhecer todos os parques de crianças também não me apetece muito, como adulta... Ou seja: é exequível; mas há que contar que não se tem nem de perto nem de longe o mesmo tipo de "rendimento": dois museus em vez de cinco, com sorte duas igrejas em vez de sete, nada de eventos e nightlife, e mercados/lojas, só sem fazer compras :D Tudo isto também depende da criança, da idade, da fase, da personalidade dos pais,e ct. Mas como pediu a minha opinião... cá está ela :)

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    16. Madalena Freitas, a sua prima é a Catarina Lima?

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    17. Anónimo das 17h01... Com o meu filho tenho todos os pruridos do mundo, porque o coneço como ninguém. O desconforto que falo é de ele andar ás costas de alguém, náo é de andar de mochila ás costas. ( lol). Viajar é muito bom sim, mas para uma criança de ano e meio ainda não vejo grandes benesses nesse tipo de viagens. Não vejo que lhe acrescente nada de bom. Por enquanto. Inês para o meu filho sem dúvida que as melhores sestas não são ás minhas costas ou do pai ou de quem quer que seja... Só isso.

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    18. Acho que ao anonimo original (se é o melhor termo) ja que nao assinou nem percebeu as varias dicas, faz de facto falta experiência com uma criança irritada, doente, em todo o seu estado e personalidade normal de um pequeno reguila. Pode ser qye quand5 comecar a levar com vomitado em cima (apenas um exemplo) no carro ou outro meio de transporte, compreenda a dificuldade ou receio de alguns pais. Espero que tenha essa oportunidade. Cada um sabe de si e da sua vida e so ve ou faz quem gosta. Da forma como escreve apenas demonstra um intelecto potenciado por experiências qye viveu (deve dar gracas pois muita gente agradece o facto de ter um tecto, sim em Portugal). Humildade faz falta, respeito também. Nso desvalorize a experiência de ninguém, para cada um as suas valem tanto como as suas infinitas milhas aereas.
      Sem filhos a seguir um blogue de maternidade e a criticar desta forma.... menos...muito menos...
      A meu ver as viagens devem ser ajustadas a idade da criança. Com 2 anos preferem correr, brincar na areia, experimentar tudo em prol de andar 4 horas numa mochila as costas, por exemplo.
      Obrigada pela partilha Joana.
      Isabel Abreu

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    19. Isabel Abreu e sabe a quantidade de pais (maioritariamente estrangeiros) que já são pais (então já têm a sua legitimidade para falar, na sua lógica) e que pensam completamente o oposto de si e sempre viajaram antes de ter filhos e continuaram a fazê-lo (e nos mesmos moldes) depois de ter? Com vomitado e afins também, sim. Todos vocês também demonstram "um inelecto potenciado pelas experiências que viveram". Que é a de nunca terem saído do vosso quadradinho de terra ou, o mais longe que foram, foi até ao Algarve de carro ou, na loucura, a Barcelona. E por isso acham tudo uma complicação, ou que não se faz, ou que as crianças não gostam. E acham que toda a gente vai desembocar na vossa realidade quando tiver filhos, quando não é o caso. A vocês é que vos faz falta ver uns blogs que não sejam os portugueses de maternidade. Para perceberem a quantidade de coisas diferentes que fazem outros pais à volta do mundo e a sua mentalidade aberta.

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    20. Anónimo das 14:26:
      É sim :)
      Como chegou lá? E com quem tenho o prazer de estar a falar? ahah

      Madalena Freitas

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    21. Sinceramente estive a ler esta troca de comentários e já me está a fazer comichão em relação à opinião redutora do anónimo 'original'. Sabe que eu posso pegar na minha filha e ir expirar o interior de Portugal e ter uma férias com tanta aventura e diversão sem ter de ir para o outro lado do mundo? Temos de saber respeitar as decisões de vida de cada um! E se para uma família em particular as férias no Algarve são as suas férias ideais? Já pensou que talvez não tenham posses financeiras para mais ou que simplesmente é o ideal para essa família? Não vamos ser mesquinhos ao ponto de julgar as opções dos outros só porque não são iguais as nossas. Só porque não fazem como lá fora. Se um pai da a volta ao mundo com o seu filho tudo certo, espectacular para eles! Se um pai da a conhecer um pouco do mundo todos os dias ao seu filho no jardim de sua casa óptimo na mesma !

      Boas dicas no post.
      Catia

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  4. Huuuummm...'cheira-me' que o caro anonimo nunca se meteu num avião com uma ou mais crianças...? Todas as dicas de viagem são bem-vindas. Cada um pode depois adopta-las ou não ao tipo de viagem que vai fazer. Na minha opinião até sugestões de como ir a Costa da Caparica de autocarro são úteis!

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  5. 1. Nós fizemos uma viagem de 6 semanas às ilhas do Pacífico Sul com island-hopping (filhote com 7 meses) e nem levámos carinho: levámos um pano e um sling de argolas (mais versáteis do que as mochilas, na nossa opinião). Não foi preciso mais. Mas foi absolutamente essencial, até para sestas em viagem e lugares mais movimentados.

    2. Certíssimo! Comida só para a viagem, come-se o que houver lá. É verdade que eu sou muito relaxada na questão da comida até no dia a dia, mas as minhas preocupações em viagem são em relação à segurança; e na pior das hipóteses, há sempre fruta (com casca grossa).

    4. E planeiem passeios/visitas com tempo extra para os pequenos, e que sejam possíveis interromper a qualquer altura! A regra é: quanto mais nova a criança, mais tempo é necessário para determinado percurso ;) O mesmo vale para percursos de carro. Houve alturas em que só conseguíamos viajar quando o pequenote dormia, e se considerarmos que numa dessas alturas tínhamos 1500 km pela frente de caravana, e ele só faz sestas de duas horas, bem...

    5. Concordo inteiramente! Mas planeiem as férias com uns dias extra para ficar em casa depois a descansar, se possível... Eu até diria com uma babysitter, mas é possível que depois de uns dias/semanas de férias com o papá e a mamã e os miminhos dos dois eles não tenham muita vontade de brincar com mais ninguém ;) Mas isso depende da criança!

    Acrescento que a questão da roupa é importante: não levar demais, mas a roupa certa. Essa parte é importante e quase uma ciência, na verdade. Mas a mobilidade depende muito disso.

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    1. Excelentes dicas! <3 Também tento sempre regressar de férias pelo menos dois dias antes de voltar ao trabalho, calculo que de viagens grandes deva ser preciso mais! :)

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  6. A primeira viagem com os miúdos que fizemos, segui todas estas máximas, que eu não sou nada de complicar. Pena foi que perdemos o sling (caiu da bolsa do carrinho :().
    Um blog de viagens que eu adoro e sigo há anos, Drieverywhere,tem umas dicas óptimas para viajar com crianças e ela faz voos bem longos (Japão, Coréia, EUA, etc). Os filhos viajam desde bebés até porque ela e o marido vivem em Londres, e ele é americano. Recomendo para quem gosta de blogs de viagens.

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  7. Que discussão ridícula... cada um partilha a experiência que tem, e a mais nao é obrigado! Estes anónimos
    têm amigos muito diferentes dos meus... Para muitas famílias estas simples dicas ajudam sim senhora, mesmo para capitais europeias, olha que coisa! Mais que nao seja pela partilha de experiências (construtivas) que surgem nas caixas de comentários. Muitos pais nem coragem têm para ir "a Aveiro" passar um fim de semana, pois não são mesmo capazes de simplificar, nem conseguem abdicar de rotinas de sestas e banhos, entram em pânico com tudo isso, comidas, roupas e toda a parafernália que supostamente um bebé exige (que na realidade é praticamente zero, os pais é que complicam). Há tudo em todo o lado ganhamos zero em andar com a casa atrás. Acho que estas dicas são ótimas para quem quer começar a sair da zona de conforto. Sim, acreditem que para os pais mais stressados, ir a Londres ou Barcelona é sair da zona de conforto. Respeitem a diferença!

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