Tirando os dias em que não lhe apetecia mamar e em que fazia uma fita enorme, a Isabel sempre comeu bem. Tirando os dias de birra ou de sono, sempre gostou de papa, de sopa, de iogurtes naturais, de pão. Odiou a primeira vez em que tocou em bróculos. Às vezes cerra a boca à terceira colherada e temos de fazer um espetáculo de circo para que ela coma mais. Mas é raro, muito raro.
No outro dia não quis comer. Nem uma colher de sopa. Deixei arrefecer, nada. Fui aquecer de novo, nada. Fruta, nem vê-la. Ok, vai de leite. Nada. Achei estranho, muito estranho. Estaria apaixonada?... Durante a noite, não quis leite. Começámos a ficar apreensivos. Na manhã seguinte, nada, nem papa, que ela adora, quis. Mau Maria, tu queres ver que está a chocar alguma? Dei-lhe muita água e fiz um esforço racional para não me preocupar.
Ainda bem. À noite já quis picar comida (damos-lhe comida aos bocadinhos no tabuleiro). Bebeu três biberões de leite durante a noite. No dia seguinte já quis a sopa e o segundo. À noite, devorou árvorezinhas, que é como quem diz bróculos. Nunca mais tinha experimentado dar-lhe e correu tão bem. Comeu massinhas e frango. O chão também comeu. Depois, dei-lhe sopa a achar que não ia comer nada e comeu tudo. Ainda tive de ir buscar mais. Já não quis a fruta, tudo bem.
Resumo da história: é normal eles às vezes não terem fome. É normal não terem apetite, tal como nós. Quantas vezes não nos apetece comer? Sei que a Joana Gama não sabe o que isso é, mas é normal.
Como é convosco? Também stressam com as faltas de apetite deles?
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