11.13.2017

Não sei para onde vou.

Não sei para onde vou. Tenho 31 anos e não sei o que o futuro me reserva. Não sei bem o que vou fazer. Não que tenha dúvidas do(s) meu(s) talento(s), mas tenho medo. Tudo me parece difícil de concretizar ou não sei bem como lá chegar. Pelo menos não sem pesar todos os prós e os contras e encaixar as minhas filhas em novos projectos. Não sem ponderar bem o que desejo para elas e para mim, enquanto família também.

Agora que já provei o gostinho de as ir levar tarde e buscar cedo (e o bem que isso nos faz) é como se o regresso para um trabalho mais "convencional", no qual os horários esticam, me causasse alguma angústia. Mas a vontade de uma nova aventura está lá. A vontade de voltar a sentir-me livre criativamente, de voltar a estar com pessoas, de trabalhar em equipa, de sentir aquele nervosinho de prazos a terminar, de metas por cumprir. 

Só estou bem aonde não estou? Sim, talvez. Sempre fui esse bichinho inconformado que nunca consegue estar parado. Estudei para ser jornalista, mas acabei por me apaixonar pelo entretenimento. No entanto, grávida da segunda filha, despedi-me para poder ser mãe a tempo inteiro e dona de casa. Tive a experiência mais maravilhosa da minha vida ao estar um ano e três meses dedicada à minha filha mais nova, em casa. Não trocava pelo emprego mais bem pago do mundo. Fizemos ajustes, mudámos de cidade. Zero arrependimento. Fez-me ser e estar mais presente na vida delas. Mas agora que ela já se adaptou tão bem à creche, que já fizemos este desmame, sinto que posso dar o próximo passo. Queria uma coisa estável, que me garantisse um ordenado ao fim do mês, mas que me deixasse livre para criar. Que não fosse monótono. Voltar a trabalhar em televisão? Trabalhar numa agência de comunicação, quem sabe numa área mais virada para o digital? O que vou ser a seguir? Está tudo em aberto e isso é bom, só pode ser bom. 

Claro que às vezes me chateio por não ter a certeza absoluta da minha vocação. Invejo, de certa forma, aquelas pessoas super decididas, que sempre souberam o que queriam ser, estudaram para isso e são isso. Deve ser menos um peso na vida delas. 

Mas como posso eu ficar chateada por gostar de fazer coisas diferentes? Por ter optado pela família numa altura em que achei que seria o melhor para todos? Por querer sorver o melhor da vida? 

Tomei a decisão que me fez ser mais feliz. Fui e sou uma privilegiada. Mas agora sinto que a minha felicidade também passa pela minha autonomia financeira, pela minha vontade de voltar a ser activa e por trabalhar, mantendo, claro, esta minha paixão que é o blogue. 

Futuro, aqui vou eu.
[Wish me luck]








Fotografias - The Love Project
Penteado e maquilhagem - Cut by Kate
Camisola e calças - Ivens

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21 comentários:

  1. Olá Joana(s)
    Sempre achei que era uma sortuda porque gosto de imensas coisas diferentes e, felizmente, tenho alguma capacidade de adaptação. Quando chegou a altura de escolher o curso superior, esse foi um dos meus grandes obstáculos.
    Acabei por escolher comunicação social por gostar muito de escrever. Nos entretantos do curso apaixonei-me por televisão. Mas depois de perceber que isso era sinónimo de LISBOA tive de abandonar a ideia, não tenho de todo uma personalidade metropolitana.
    Agora estou à descoberta da imprensa e da rádio. Mas sabes que mais? Também fui feliz a trabalhar numa loja de shopping e, imagina, a fazer enxertias de pinheiro manso no meio do mato.
    O melhor é transformarmos aquilo que somos em trunfos para o futuro. E, olhando para o rumo que a sociedade está a tomar, os vencedores vão ser os camaleões da vida.

    Um beijinho de uma fiel leitora :)
    Catarina Martins

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  2. Te espera un futuro maravilloso porque lo vas a crear tu misma con tu creatividad y tu pericia... Confio en ello al 100%!!

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  3. Olá Joana! Eu estudei Educação e Comunicação Multimédia aí no Politécnico de Santarém. Comecei a estagiar e a trabalhar na minha área, depois foquei-me em Organizações Não-Governamentais e tornei-me também Formadora de projectos sociais internacionais. Aos 26 anos decidi ser hospedeira de bordo e agora, aos 29, já vou na minha segunda companhia aérea :D Se isto não são mudanças profissionais... ;) Mas a vida hoje em dia é mesmo assim. O meu pai trabalha na mesma Instituição desde os seus 18 anos :) São gerações e necessidades diferentes. E quem me dera um dia poder fazer isso: parar profissionalmente 1 ou 2 anos para acompanhar os primeiros passos dos meus filhos! Na Escandinávia isso é legal e perfeitamente normal. A vida é curta demais para perdemos os melhores momentos. Em relação a um futuro profissional, desejo-te a maior sorte :) Se for na área da escrita e inspiração, vais ser bem sucedida, de certeza ;) Beijinhos

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  4. Joana,

    Eu estudei para ser Eng. Alimentar... sou no papel e em minha casa ahahah quando acabei o curso as propostas na área eram todas para longe da minha casa e já com um filhote não dava para aceitar... acabei por ir trabalhar para uma superfície comercial onde tb podia aplicar o que tinha estudado e aprendi que afinal me adapto e bem a várias situações... Quando a filhota mais nova nasceu acabei por ficar em casa com ela (nasceu com um problema num rim que por agora está controlado) até o ultimo mês de Outubro em que resolvemos abrir uma loja de btinquedos em Ponte de Lima (não existia nenhuma) e a pequena foi para a escola... tenho um horário estabelecido mas tb sou a patroa e posso ter os meus filhos comigo e esta liberdade sabe tão bem... estou feliz (cansada mas feliz)

    Espero que tudo corra bem...

    Beijinhos grandes

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  5. Em plena pré-adolescência tive a certeza que queria ser psicóloga. Já no curso apaixonei-me pela psicologia organizacional e do trabalho e tenho a certeza que sou boa na área. Um dia sairia de vez da minha cidade natal e iria ser uma excelente profissional.Contudo, durante o curso, estava eu num estágio de verão numa escola de linguas e apercebi-me de crianças que estavam por ali bem depois das suas aulas acabarem. Explicaram-me que os pais não tinham onde as deixar e que iam ficando. Foi um choque! Nesse dia decidi que ficava na minha terrinha do interior com todo o suporte familiar que isso implicava, apesar de me afastar bastante do extraordinário futuro profissional que tinha sonhado. Fui fazendo coisas, houve alturas que desesperei, houve alturas em que encontrei outros interesses. Tive a minha filha e fiquei em casa (só tendo projectos que me afastavam poucas horas de cada vez de casa) até ela ter quase 2 anos e meio. Quando ela começou a pedir para ir para a escola, decidi que era hora de arranjar um emprego mais consistente que ao menos pagasse a creche dela e os outros gastos que aí vinham. Encontrei-o rapidamente, não é perfeito, mas tem muita coisa boa. Tenho 32 anos e parece que tudo tem acontecido na minha vida da forma que tem de acontecer, o universo conspira a nosso favor! "You can't always get what you want. But if you try sometimes, you might find, you get what you need!"

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    1. ❤️❤️❤️ obrigada pela partilha da sua história, adorei!

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  6. Acho, e já comprovei com muitas das pessoas que chegam até mim, que poucas são as pessoas que têm a certeza da sua vocação. E, hoje em dia, não existe isso de ter que escolher uma área, um trabalho, e focar nisso para o resto da vida. Até porque o que não faltam são pessoas assim como tu, Joana, que gostam de coisas diversas e distintas e que têm variadíssimos talentos. Mas eu percebo essa inveja das pessoas decididas e com menos tabs abertas no cérebro, deve ser, realmente, um descanso! :)

    Mas eu própria construí o meu negócio que é uma mistura dos meus muitos interesses e talentos (sou consultora de imagem e life coach, style coach para juntar as duas áreas) e cheguei à conclusão de que sou um canivete-suíço. Uma expressão que ouvi numa Tedx e sobre a qual falei neste post e que, para quem se identifica com esta confusão de gostar de tanta coisa e não saber o que fazer, pode ser útil: www.look-a-day.com/2016/10/look-boss-trabalho-e-proposito-de-vida.html

    Mas nisto de optar pelo que fazer da vidinha entra muito em causa o tipo de vida que se quer ter, os valores que são mais importantes e que orientam qualquer escolha e organizar uma vida profissional e torno da vida ideal e não ao contrário. Por isso, de certeza que vais descobrir o que fazer e como, mesmo à tua medida, porque isso é, sem dúvida, possível de alcançar! :)

    Já agora, comecei mesmo recentemente uma rubrica no meu blog sobre isto de mudar de vida e ser a própria 'boss' onde conto um pouco a minha história e que pode ajudar a quem também quer fazer uma transição de área e descobrir o que fazer que realmente a realize (pessoas insatisfeitas com a área do trabalho é o que não falta mas, até pelos exemplos dos comentários anteriores, o que não faltam são soluções e possibilidades, hoje em dia e gente a arriscar com sucesso!):

    http://www.look-a-day.com/2017/11/simply-the-boss-nova-rubrica.html

    http://www.look-a-day.com/2017/11/simply-the-boss-odeio-o-meu-trabalho.html


    Beijinho :)

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  7. Este fim de semana fui fazer este Retiro que me trouxe uma maior clareza sobre o que quero (e vou) fazer: https://m.facebook.com/events/514339118920657/?acontext=%7B%22ref%22%3A%223%22%2C%22ref_newsfeed_story_type%22%3A%22regular%22%2C%22action_history%22%3A%22null%22%7D.
    Estou (estava) exatamente na mesma situação que tu... Agora é entrar em ação.
    Se procuras um caminho, este Retiro pode ajudar-te

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  8. Como eu a entendo. Desejo lhe o melhor do mundo.
    🍀🍀🍀

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  9. Como a compreendo. Estou actualmente empregada, efectiva, trabalho perto de casa, não ganho nem mal nem bem, tenho grande flexibilidade de horários sobretudo quando se tem uma bebé de 9 meses na creche que volta e meia adoece, mas é um trabalho que em nada me satisfaz, pouco ou nada desafiante, monótono, uma seca tremenda. Queria mudar, mas o mundo do trabalho não está feito para mães com bebés pequenos que adoecem, pelo que me vejo aqui presa durante mais uns bons meses/anos...

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    1. Sim, esta fase é mais complicada... Força que vai conseguir encontrar algo daqui a uns tempos que a motive! <3

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  10. sempre a torcer por ti, meu doce! mil beijos*

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  11. Olá Joana,me vi em você agora!Sou esse bichinho inconformado que vc diz!Nao sossego em lugar nenhum!Ja fiz terapia e nada adiantou!Sempre oro peco a Deus que me ilumine achar o meu lugar!
    Sou fisioterapeuta,montei estúdio de pilates ja pela terceira vez e nao estou satisfeita!Ja dei aula ,tentei vender roupas...enfim ja estao me taxando de doida varrida!
    Procurei um blog para que eu pudesse desabafar um pouco da minha vida de mae e esposa e ler tb sobre!
    Amigas em que posso confiar nao tenho ou nao estao interessadas em ouvir !Minha tia que era minha confidente por desentendimentos familiares se afastou!As vezes é tão difícil!

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  12. Não sou o único bichinho inconformado....que bom!!!

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