Abençoado domingo em que decidi questionar as nossas rotinas. Geralmente, enquanto a Irene dorme a sesta da tarde, vou rapidamente aninhar-me no sofá para ver qualquer coisa na televisão com o Frederico e cochilar um pouco (já mesmo quando a miúda está quase a acordar - um clássico).
Depois de adormecer a Irene e de ficar alguns minutos só a ouvi-la respirar e ver o corpinho dela a mexer com a respiração, decidi não fazer o mesmo de sempre. Fui tomar um banho, longo, demorado, de imersão.
Uma amiga minha ofereceu umas "bombas" para o banho. Uma espécie de sais para o banho, óptimas e só naturais. Experimentei e... fui feliz. Durante meia hora, pus-me toda a parte de mim que cabia dentro da banheira, ouvidos e tudo e ignorei o mundo exterior. O intercomunicador estava ligado, a água conduz o som e, portanto, qualquer coisa podia ouvir.
Senti a minha cabeça a viajar, desde pensamentos mais concretos como "o que vou fazer a seguir", para "os rebuçados deviam ter mais cores". Senti que a minha cabeça andava aos berros e que consegui acalmá-la um bocadinho. Acho que meditei ou que me hipnotizei. Qualquer coisa.
A água estava à temperatura perfeita e, como estava cheia de espuma, conseguia ouvir a espuma a desfazer-se nos meus ouvidos e pequenas bolhinhas de ar a contornarem-me o corpo.
Senti primeiro os pés, isolei-os do resto do corpo. Depois as pernas, depois a barriga (parece que me esqueci do pipi), as mamas, o pescoço e a cabeça. Entrei mesmo num estado diferente que, sinceramente, não tinha nenhum outro propósito que não simplesmente deixar de ser um bocadinho.
Acho que foi um efeito tipo SPA/Yoga só que na banheira da minha casa de banho. Foram 30 minutos em que borrifei para imensa coisa, para o cochilar no sofá, para dar um jeito à cozinha, pôr a roupa a secar... tudo.
Adorei.
Lembrei-me agora que um dos pensamentos que me veio à cabeça foi agradecer ao meu corpo por se ter portado tão bem durante o parto, por ter funcionado, por me ter feito ter a Irene.
Não costumo ser tão esotérica. Influências de uma amiga minha (obrigada, Eugénia) e, sinceramente, acho cada vez mais que o crescimento interior tem de passar por reconhecermos mais a nossa dimensão espiritual que deve passar todos os dias amuada a um canto por não lhe prestarmos atenção.
Não sou coach de nada, não sei nada de Mindfulness, foi uma experiência que correu bem e que me deixou muito bem disposta e contente comigo, por me ter dado esse momento.
Experimentem também.
PS - Não façam é como eu e tenham o telefone perto da banheira que, quando vibrou, apanhei um susto tão grande que me ia afogando. Eu, se é para me afogar, não pode ser naquela posição como se fosse a parir de fininho.
Já não faço isso há tanto tempo. Da ultima vez cheguei a casa depois do trabalho e o meu marido tinha-me feito a surpresa de encher a banheira com muita espuma enquanto fazia o jantar.
ResponderEliminarAdoro a banheira! É a tua?
ResponderEliminarNão, mas gostava muito! haha
EliminarA última vez que fiz isso estava grávida de 6 meses e meio, de gémeas... Tive de chamar pelo marido para conseguir sair da banheira! Ainda bem que não me lembrei de fazer isso quando estava sozinha em casa!
ResponderEliminarE depois de um relato destes, pergunto-me por que razão não uso eu a banheira cá de casa há taaaaaaaaanto tempo!! Imersão agendada! Agradecida! :-)
ResponderEliminarCostumava fazer isso quando vivia no Porto, onde arrendei um t1 pequenino, já mobilado e equipado, que tinha a vantagem de ter uma banheira com a funcionalidade de hidromassagem! Enchia-a de água e punha aquilo a vibrar e deitar bolhinhas, era espectacular. Era o meu ritual de domingo à noite :)
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