1.09.2017

A minha família basta-me.

Desde que tenho bonecas que sinto apelo maternal. Sempre soube que queria ser mãe. Dava nome aos bonecos e brincava com eles com todos os passos supostos, era preciosista. Dormia com eles, dava-lhes banho, dava-lhes colo, levava aquilo muito a sério. Brinquei até tarde.

Na faculdade, já sentia o relógio biológico a fazer tic tac. Acabei por pôr a carreira à frente, depois quis aproveitar alguns anos de namoro, a dois, e o meu sonho cumpriu-se aos 27 anos. Depressa soube que queria ter mais filhos. Agora tenho duas e sinto-me realizada. Não sei se sempre será assim, se sentirei o apelo mais alguma fez (se sentiremos, deixem-me usar o plural), se fará sentido daqui a uns anos aumentar a família. Para já, não digo que sim nem que não. O mais provável é que não. A ser sim, só por descuido ou daqui a muitos anos.
Esta é a minha família. E ela basta-me. Ver a Luísa, cujo corpo é fogo de artifício e tambores assim que vê o pai, completamente apaixonada. Ver a Isabel a acordar e a perguntar se a mana já acordou. Ver-me a conseguir dar colo às duas, valham-me as minhas cruzes, e a tentar gerir tudo o melhor que sei, valha-me a minha sanidade e o meu coração.

Ainda não faço malabarismos arriscados, ainda não me sinto capaz de cuspir fogo enquanto faço um mortal encarpado, mas já consigo não chorar quando o número de circo não corre como sonhei. Já relativizo. Pus na cabeça que vai melhorar, que vai ser menos difícil, que as dinâmicas e as rotinas vão passar a fazer parte, de forma natural, das nossas vidas.

Ainda não arranjei grande solução para as crises da Isabel, naturais da idade e do impacto de ter um irmão a roubar-lhe algum protagonismo, nem sei bem ainda o que fazer quando está a chover e tenho de por as duas no carro sem que se molhem, e por aí fora. Mas, um dia, tudo se fará e não serão uns pingos de água que me vão amedrontar.

Por enquanto, gozo a Luísa ao máximo, aproveito esta fase maravilhosa da Isabel, que me faz soltar gargalhadas e conjugo tudo o melhor que consigo.

Amo esta minha família. Adoro ser mãe. E tenho a agradecer, todos os dias, este privilégio.



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4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Tão bommmm 😍 Revejo-me tanto nesse texto.
    O instinto maternal nasceu comigo e sempre soube que queria ser mãe,fui aos 27,de uma princesa linda (suspeita!)
    Também sempre disse que nunca teria só um filho,desejo que ainda não cumpri (infelizmente). A pipoca já está com quatro anos e o apelo da maternidade chama-me novamente 😉
    Como se não bastasse,sou auxiliar de educação onde me entrego de alma,corpo e coração diariamente!!!
    Haverá melhor?! 😛

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  3. É maravilhoso ser mãe. Cada dia apaixono-me mais um bocadinho pela minha menina e também tenho a certeza que quero ter mais filhos. Quantos ainda não sei ;p mas ser filha única deixou-me a certeza que a minha filha não o será.

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  4. Eu nunca senti apelo maternal nenhum :) até ter sentido há pouco tempo, LOL
    E agora acho que é a melhor coisa do mundo, também não quero que este seja filho único e o que eu queria mesmo mesmo era deixar de trabalhar quando houver mais que um... Chego sempre tão tarde e ando sempre a mil que o tempo nunca parece suficiente.. Ora aqui está uma coisa que nunca pensei que fosse sentir. Há coisas do arco da velha ;)
    Anonima Catarina

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