8.05.2015

Os pais não têm que ajudar.

"Lá em casa o pai não ajuda". 

"O Manuel por acaso ajuda muito."

"Mudar a fralda, não muda, mas ajuda-me muito noutras coisas."

"Estou farta. Ele não me ajuda nada. Ando há três anos nisto sozinha."

Ouvimos isto vezes demais. Dizemos isto vezes sem conta. 



Contra mim falo. Já usei o verbo "ajudar". Mas pensemos bem: os pais não têm que ajudar. Os pais têm de ser pais. 
Se pensarmos mesmo no que isto encerra, vamos ver que estamos a alimentar uma coisa enraizada que tem de acabar (que já devia ter acabado). Muitas vezes são as próprias mulheres que perpetuam esta disparidade, como se estivesse bem assente que à mãe é que compete educar, cuidar do bebé e da casa. Há as que têm sorte, porque "eles até ajudam". Há as desafortunadas, porque eles "não ajudam nada". Aqui é que está o problema. Não é ajudar. É ser pai. É ser marido. É ser namorado. É ser companheiro. É dividir responsabilidades. É partilhar as coisas boas e más da vida. Não é um favor. Não é uma ajuda. É o papel deles.

Não é de um dia para o outro que esta mudança se dá. Nem é depois de se estar já habituado a chegar a casa e a ir para o sofá que de repente explodimos com um: "tu também vives nesta casa", "isto não é um hotel", "o filho também é teu". Acho que isto vem lá de trás e talvez parta muito da educação que damos aos nossos filhos, que terá de ser cada vez menos diferenciada da que damos às nossas filhas. Se calhar temos de acabar com os clichés da vassoura de brincar para as meninas, das cozinhas e dos nenucos. Se calhar os rapazes também podem e devem brincar com tudo isso. Também eles devem ser responsabilizados das tarefas domésticas de forma igual. Já são? Óptimo, talvez seja esse mesmo o caminho.

Além disso, acho que há muitas mães a não delegarem nada aos pais, umas por gostarem de ser elas a fazer as coisas, outras por acharem que só elas o fazem bem. Não os subestimem. Eles sabem fazer. Se não sabem, aprendem rápido. E gostam, vão ver. O pai é mãe, nós é que nem sempre os deixamos serem-no. Nem sempre os incentivamos. Nem sempre lhes damos espaço. Continuamos a perpetuar a ideia de que "a mãe é que sabe". O pai sabe, mães e futuras mães, o pai também sabe. Às vezes até com mais paciência e menos hormonas ao barulho. Temos de lhes dar espaço. Temos de deixá-los serem Pais. Com amor, com entrega, com algum sacrifício também, se for caso disso. Faz parte.

Pais que vieram cuscar este texto, não vou elogiar o facto de "ajudarem" em casa. Estão a ser pais. Estão a ser maridos. Estão a ser namorados.

Pais que tiveram de aprender a ser Pai e Mãe, tiro-vos o chapéu. Tal como tiro a todas as Mães que têm de ser Mãe e Pai.



Imagens *We Heart It



www.instagram.com/joanapaixaobras
a Mãe é que sabe Instagram

38 comentários:

  1. Eu diria que, num mundo perfeito, este texto não faria sentido nenhum.
    É por demais evidente que, numa tarefa de dois, nenhum está a ajudar o outro, cada um está apenas a fazer a sua parte, o que lhe compete.
    Hoje em dia, não faz sentido nenhum uma situação em que a mãe abraça todas as tarefas, delegando para o pai apenas o que ele "pode fazer" como brincar e pouco mais.
    Agora, de facto, para que as coisas passem a estar onde devem estar, as mulheres devem ter uma posição muito assertiva logo antes de pensarem sequer em ser pais. Por exemplo, se a minha sogra se voltasse para mim e me dissesse que o meu namorado estava com a camisa muito mal engomada eu retorquia rapidamente: "Pois realmente agora que fala nisso reparo que está mesmo deplorável a camisa dele! Mas que raio de educação deu ao rapaz que ele nem sabe engomar a sua própria roupa em condições? Olhe estou chocada! Como vê a minha roupa está em perfeito estado que a minha mãe não andou a criar malandros." :D

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    1. Isabel Carvalho9:56 da manhã

      Nem mais!
      Quando a minha sogra diz que o meu marido está magrinho (que obviamente não está...) eu também digo logo que "não percebo porquê...ele sabe cozinhar"... Mas eu no fundo acabo por dar espaço á compreensão...afinal ainda são 40 anos que nos separam as duas...

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    2. Adorei! Devia dizer isto à minha sogra! O meu marido veio criado assim, mas eu já o ensinei bastante! Ainda se queixa muito de ter de fazer certas tarefas em casa, mas acaba por fazê-las quando vê que a mais não sou obrigada. Para os meus sogros sou uma malandrona, mas eu tenho consciência que não o sou. Não sou a melhor dona de casa, não, mas também não sou a criada do meu marido!
      Mas a minha sogra engoliu muito desse seu orgulho de mamã retrógrada quando ele foi trabalhar para a Alemanha. Tinha a mania de dizer que os meus cozinhados eram cheios de modernizes (para ela usar cogumelos é uma modernice!), e que só a comida dela é que era boa (parece que só sabe fazer meia dúzia de pratos, principalmente bifes com batatas fritas - como se isso fosse saudável), e reclamava comigo quando apertava com o meu marido quando estava a ficar gordinho. Mas quando ela regressou da Alemanha, onde tinha perdido mais de 10 kg em 4 meses... ficou chocada! Por acaso, também eu... Uma das coisas mais queridas que ele me pediu ainda no aeroporto foi para cozinhar para ele, porque tinha imensa saudade da minha comida. Oh!...
      Nora - 1; Sogra - 0

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    3. Adorei essa resposta à sogra, vou guardar! :D

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    4. excelente resposta área sogra!!:):) também vou guardar para uma próxima oportunidade!:)

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    5. Ainda assim é uma resposta que parte de um princípio que todos nós, bem ou mal, temos enraizado... é de que a mãe é que deveria ter ensinado a engomar ;).

      Mas eu percebo o cerne da questão e concordo plenamente. Aliás, em minha casa, o meu marido tem tantas tarefas como eu, seja relativamente à casa em si ou à nossa filha.

      E sim, ele não é burro nenhum e o que não sabe aprende :D!

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  2. O meu amor, desde q a nossa piolha nasceu, faz tuuuuuuudo em casa (excepto passar a ferro, pq eu n deixo xD), e sem eu nunca ter de pedir. Ele vê q está por fazer, por eu estar ocupada c a piolha, e faz. Geralmente ocupa-se da cozinha, cozinhar, tratar da loiça, limpar fogao e forno, etc, mas se eu n tiver conseguido fazer o resto, ele trata do assunto. E é meticuloso, e faz bem. E quando nao faz, eu digo o q podia ter feito melhor, nunca em tom de desilusao, mais tipo "amor, és um fofinho, mas para a próxima podes fazer xyz?" E pronto. Ele morou c os pais ate aos 35 anos e n fazia nenhum em casa, mas assim q fomos morar juntos, adaptou-se e nunca tive de lhe pedir ou lembra-lo de fazer nada. O pai dele é um optimo exemplo, tambem faz imensas coisas em casa e ja qd ele e o irmao eram pequenos, mudava fraldas, levantava-se a noite, etc. Ou seja, a educação q têm e o q vêem é fundamental, mas o bom senso tb, pq já o irmão não é tao dado para essas coisas como ele. Faz pouco em casa. O essencial é dizer aos companheiros lg as expectativas q têm, se n souberem , ensina-los e qd fazem mal, n ser más tipo "ou fazes bem/tudo ou nao fazes" mas explicar o q podem fazer melhor para a proxima. Apertem com eles !! Cm a Joana disse, n é ajuda nem favor, é obrigaçao deles tb. Mm q sejam stay-at-home-moms!

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  3. Tu conheces o homem cá de casa, não tenho nenhuma razão de queixa. Às vezes até digo que ele é melhor dona de casa do que eu ahaha porque tem mais gosto pelas tarefas domésticas que eu. E como pai? 5 estrelas. Faz tudo, tudo mesmo. Às vezes faz de maneira diferente da minha e eu até posso pensar se fosse eu fazia melhor ou acalmava o bebé mais depressa, ou dava biberão com menos birra... Mas calo-me e dou-lhe espaço para ser pai, para fazer as coisas à sua maneira que não é errada, é apenas diferente. E ele aprende e faz cada vez melhor :) porque os pais também sabem :)

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  4. Sem duvida.
    Ca em casa essa tarefa de desmistificar ja comecou... Sempre que o Manuel vem com uma tipo: " Ah nao brinquei porque e brinquedo/brincadeira de menina" ou " essa cor e de menina mama" vai logo com um: "nao ha coisas de meninos e meninas.. se queres brincar, tens vontade, brincas".
    E desde que comecou a andar ele faz as tarefas de casa (arrumar o quarto dele, ou levar os brinquedos da sala para o quarto) e ajuda na cozinha...
    Dos primeiros brinquedos que lhe compramos foi precisamente uma cozinha (porque as minhas panelas - e essas sao mesmo MINHAS, o Michael que nao lhes venha por o dedo :p - estavam constantemente a desaparecer) e um kit de limpeza para brincar. Ele adora! Ainda hoje com quase 5 aninhos...
    Ah e o chorar... tambem e coisa de meninos ;-)
    A este piolho calhou-lhe uma mae bastante feminista ahahaha...
    Beijinhooos!

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  5. Concordo plenamente, o meu marido usa muito essa teoria do "mas eu ajudo"
    É terrível porque ele acha mesmo que faz muito...porque se fosse outro nem fazia nada....é uma questão de educação, do que viram em casa, ainda há muito preconceito em fazer isto ou aquilo...
    Como não me conformo, escusado será dizer que discutimos imenso por estes motivos.

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  6. Vim cuscar este texto, pela mão da minha mulher. Adorei. Penso que diz tudo. Não é o ajudar, é mesmo ser pai. E ser pai é dar sem que haja a necessidade de ajudar. Ajudar é uma palavra que por vezes por significar "fardo" e isso não abona nada a favor de uma pessoa que quis ser pai.
    Muito bom.

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  7. Queria já ter escrito há tanto tempo algo assim, não sobre os pais em particular, mas os homens-companheiros que têm de ser iguais a nós a cuidar do lar em vez de ajudar. Deixei essa visão aqui: http://www.mariadaspalavras.com/os-homens-nao-devem-ajudar-em-casa-253760
    com a referência a este texto fantástico! Na mouche...

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  8. Estou sempre a dizer isto. Quando me dizem: tens tanta sorte, ele ajuda-te em tudo! Ajuda-me? Mas por acaso era só obrigação/tarefa minha? Não, ele não me ajuda em nada, eu faço a minha parte e ele faz a dele. Simplesmente isso. E o pior é que eles ficam todos babados a achar que estão a ser incriveís, um ser raro e extraordinário. Não, nada disso. Faz porque tem de fazer, porque senão fizer ninguem faz por ele :) E essa coisa de as mães acharem que sabem cuidar melhor dos filhos do que eles é outra grande treta. Por acaso nasceram ensinadas? Não! Aprenderam quando tiveram o primeiro filho....pois, também eles! Igualinho. Não sou feminista, sou só justa, acho que eles não têm de ser substimados nem sobrestimados :)

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    1. Lá em minha casa ajudo e sou ajudado. O nosso significado de ajuda não é obrigação, mas sim ajudar o outro a fazer diversas tarefas.

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  9. Olá Mães e Pais :) Nunca se falou tanto em quebrar estereotipos "Mulheres vs Homens" nunca em tantos domínios como o universo laboral e a parentalidade se exigiu igualdade de direitos e de deveres mas, em simultâneo, aumentou o preconceito de que um filho tem de ser repartido equitativamente para que cada um tenha tempo e espaço para si, de que ambos podem e devem dar tudo e mais alguma coisa no trabalho para progredir na carreira ainda que os filhos passem mais tempo com estranhos do que com os seus pais, nunca como agora se pergunta "casar? não, estamos juntos, enquanto nos sentirmos bem assim". Receio que a mensagem que está a passar às Mães é que um filho é só mais uma conquista pessoal que faz parte da vida quando, para mim, e para alguns mais talvez, é a maior dádiva do mundo. O pai é importante, é inegável que sim! o pai deve fazer parte da vida do seu filho, o mais possível! o pai deve partilhar deveres de casa/tarefas, óbvio, desde o momento em que são casal! Mas por favor, um filho é acima de tudo uma benção. Não é tão importante quem, como e quando cozinha, limpa ou trata das tarefas, é importante quem se dedica a amar! É isso que fica!

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    1. Sofia, não sei se consegui entender muito bem a sua perspectiva. Um filho é uma benção. Mas é também uma mudança muito grande nas nossas vidas, que nem sempre fácil. Para termos espaço e tempo para amar, de coração, para termos tempo para brincar, para estarmos a dar banho sem pensar no que ainda temos de fazer em casa, é mais fácil se houver partilha de tudo o resto. Para termos sempre paciência, para que possamos aproveitar o pouco tempo que temos para eles, a dois, a três, há que partilhar tudo o resto. Não como um fardo. Como uma necessidade. Para que cada um possa educar, estar perto, abraçar, beijar, se forem uma equipa, tudo fluirá com mais naturalidade. Seremos pais e mães mais presentes, porque o tempo parece multiplicar-se.
      Beijinhos

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  10. Hahaha! Engraçado teres escolhido essa foto, é de uma família amiga aqui de Londres :)
    E em relação a "ajuda" ou não só tenho a dizer que tenho um namorado em condições e que é um pai do caraças 😁

    Beijocas xx

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  11. Excelente texto. Aplica-se a tudo, não só ao papel de pai, como a todos os outros papeis em sociedade, sobretudo o de marido/companheiro/namorado.

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  12. Olá Joanas,

    O Albert Soler (um psicólogo espanhol) escreveu um artigo muito interessante exactamente sobre isto há pouco tempo: http://www.albertosoler.es/yo-no-ayudo-mujer-los-ninos-tareas-casa/

    Claro que o título do artigo deixou muita gente em polvorosa, mas o que é facto é que meteu mais uma vez este tema na agenda pública.

    Beijinhos x

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  13. Joana, pelo que eu percebi você está em Portugal, e eu no Brasil, e o incrível é que as questões são frequentemente as mesmas! Achei esse texto seu ao fazer uma busca no google por citações do meu texto, que escrevi há uns meses e teve boa repercussão: http://www.equilibrosa.com/blog/2015/5/21/no-ele-no-me-ajuda Leia, se puder! Estamos no mesmo barco! E é bom ver que estamos pensando sobre isso! Beijo!

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  14. Adorei!!concordo plenamente!
    Bjinho
    Patrícia

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  15. Até consigo concordar de certa maneira com este texto, mas a realidade é que cada caso é um caso e isso não é contemplado aqui, nem pouco mais ou menos, faz dos pais umas bestas e das mães umas sacrificadas, talvez seja o seu caso, talvez este texto seja a sua forma de descomprimir, ou talvez seja apenas para dar dinâmica ao blog.

    É importante frizar que pai não é mãe e mãe nao é pai, salvo casos infelizes em que um tem de fazer a vez dos dois. Se o pai arruma a cozinha ou faz o comer nao está a ajudar, está a cumprir uma tarefa que tambem é sua e a mãe já nao tem de o fazer e vice versa, se estiverem os dois fora o dia todo a trabalhar talvez as rotinas, a relação com os filhos e tarefas seja de toda a maneira igual, estando um em casa (não trabalha para nenhuma entidade, tem o trabalho doméstico que não é nada facil) e outro fora a trabalhar, as rotinas estabelecem-se de forma distinta e a relação com os filhos também, nada é tão simples e tachativo como pressupõe este texto pregando um valente pontapé no traseiro do pai qual parasita mandrião. Numa situação perfeita e a haver parasita faria algum sentido, mas na vida real soa a grito revolucionário e instigação das massas femininas contra os maridos gerando eventualmente graves problemas no seio familiar em que os unicos prejudicados são os filhos, para alem de encerrar um corte utopico com o sistema e sugerir a aplicação da lei 50/50, e não quero com isto tirar-lhe a razão acerca dos homens que não mexem uma palha, porque tambem os há, assim como há mulheres mas nisso ninguem fala, as mulheres não são todas umas coitadinhas vítimas dos maridos déspotas que fazem delas escravas. Porque senão vejamos, se o pai pode passar a ferro, porque pode, a mãe também pode carregar pesos, também pode fazer mecânica, consertar coisas, usar o berbequim, carregar os vinte e tal kilos de compras do supermercado enquanto o papá leva o bebé ao colinho, no fundo fazer de homem, se não sabe, também pode aprender, se é muito peso pois deverá considerar umas idas ao ginásio.

    Podemos até subverter tudo o que diz respeito a homens e mulheres, ou seja subverter o sistema, e porque não serem as mulheres cavalheiras e abrirem a porta do carro aos homens? ou debaixo de frio intenso tirarem o seu casaco para porém nas costas do homem? ou comparem uma flor ao fundo da rua para dar ao seu marido? Porque não subvertemos tudo e vestimos os nossos filhos rapazes de saias e lhes pomos ganchinhos na cabeça, e lhes damos bonecas ou fazemos o quartinho todo rosa antes de nascer????? Sistema? Qual sistema? Isso não interessa para nada! !!!! Vamos todos fazer aquilo que nos dá na gana porque há é que lutar contra o sistema, mas na hora dos cavalheirismos do carinho e do cuidado, já interessa o sistema que tem séculos porque é romântico e bonito e tal!!! Ora tenha paciência cara Joana.... .

    Eu pessoalmente chego a saber costurar um pouco (a minha querida mãe sempre dizia: ha que saber fazer de tudo,o saber nao ocupa lugar) e sou eu que coso os bonecos e roupas da minha filha, gostava de saber se a Joana sabe pelo menos coser umas meias ou levantar uma bainha. E sim os maridos não têm de ajudar, têm de fazer, e fazer de tudo, baseados cada um na sua própria situação, gerindo dia à dia com a sua cara metade, agora meter num blog, que não é o único nem o primeiro, este tipo de texto feminista revolucionario para poderem fazer do pai um parasita, e os comentários é no geral sempre a denegrir a imagem do pai, mãe é super e o pai é um fardo, minhas Senhoras, tenham autoestima, sejam Mulheres com M Maiúsculo como a minha o é e verão que terão um homem à altura. O mal nunca está só num lado. Sejam felizes

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    1. Caro Nuno, só li agora o seu comentário. Entendeu o texto com a sua experiência, com o seu olhar. Percebeu muitas coisas mal. A minha filha tem um pai que é pai. E que é namorado. E que vive comigo. Ele ajuda-me e eu ajudo-o. Funcionamos assim. Dividimos algumas tarefas, outras é ele quem faz, algumas sou eu que faço. Ele passa a roupa dele, eu passo a roupa dele. Eu dou banho à Isabel, ele dá banho à Isabel. Ele formata computador quando é necessário (sou zero nisso e agradeço-lhe) e faz backups, eu levo o carro à oficina e mudo pneus se for necessário. Eu já lhe ofereci flores e levo-lhe o pequeno-almoço à cama. Ele oferece-me chocolates e leva-me torradas à cama. Levo, grávida, a filha ao colo e sacos de compras se assim tiver de ser. Não dividimos as coisas taxativamente, não achamos que alguma coisa é de mulher ou de homem só porque a sociedade assim o define. E é desta forma que quero, dentro do que considero razoável, educar a minha filha. A ter carros e a ter bonecas. E, se tiver um filho, não lhe vou dizer para não brincar com as bonecas na irmã nem que não se pode maquilhar e fazer penteados com ela. Brinca do que quiser, será o que quiser ser.
      O que eu não posso admitir (não consigo) é que em pleno século XIX haja ainda mulheres que têm de fazer tudo sozinhas. E pior, acham que têm de fazer tudo sozinhas, que é a elas que lhes cabe esse papel. Ainda por cima num mundo que perdeu a noção de rede e de comunidade (dantes havia vizinhos e portas abertas e entreajudas). Para mim, não faz sentido. Tal como não faz sentido dividir tarefas só porque "é de homem" ou "é de mulher". Há pais parasitas, sim. Ainda bem que não é o seu caso e eu não admitiria que fosse o meu, cá em casa. Há mulheres parasitas? Claro que as há (não conheço nenhuma, mas haverá).
      Diz "o mal nunca está só num lado", tal como eu mencionei no texto. São as mulheres que permitem que isto aconteça (e começa muitas vezes nas mães, na educação que estes pais recebem). Depois, as mães dos filhos muitas vezes também o permitem. Porque querem fazer, acham que lhes compete, porque não controlam e depois, quando querem reverter as coisas e se arrependem, já vão tarde (e muitas, como diz, para evitar "graves problemas no seio familiar" calam-se). Conheço uma que reconhece que errou em ter canalizado para si todos os afazeres domésticos/familiares.
      Se acha que fiz um discurso de "instigação" e feminista, muito bem. Que o seja, como lhe queira chamar. Escrevi o que penso e é para isso que um blog serve. Volte sempre.

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    2. E mais, acho que o Nuno tem demasiados preconceitos que poderia tentar "subverter" (termo que utiliza muitas vezes). Esse seu parágrafo do sistema e da subversão soa-me demasiado a mofo. Achava mesmo que toda essa catalogação homem/mulher - cavalheirismo/romantismo já estava um bocado demodé... dos casaquinhos, do frio e do abrir portas (já tapei o meu marido, já lhe abri portas e até acho ridículo estar a enumerar isto porque espero que não cause espanto em ninguém...), mas o Nuno parece continuar a defendê-la. Eu não. Devo gostar mesmo dessa coisa de "subverter o sistema", como diz. Mas faço a depilação, não se preocupe (tem dias!) hehe

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    3. Joana só agora li este post e estas suas respostas. Gostei muito e concordo em tudo consigo. Em minha casa é como na sua, o meu marido faz umas coias, eu faço outras, algumas é à vez e depois há outras que regra geral é um especifico (mas sem ser obrigatório claro). Ainda concordo mais consigo que devemos educar os nossos filhos assim, na igualdade, extendendo para brinquedos e brincadeiras.
      O meu filho é rapaz e adora brincar c as vassouras e claro que eu adoro! Ele também adora pintar as unhas e eu pinto, quero lá saber, mas cai me o mundo em cima. E o pior é que ele quer pintar, eu pinto e de repente vem da escola e quer tirar, há de se porque alguém lhe disse que era para meninas, e eu acho isso errado. Já disse a muitas primas do meu filho, que me perguntaram "porque ele tem as unhas pintadas? isso é de menina", que não era de menina, é de quem goata e não tem problema nenhum, e elas rapidamente concordam... enfim.
      Bjs

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  16. Resumidamente, claro que ninguém tem de ajudar ninguém. Cada um tem de fazer a sua parte... porque nenhum pai ou mãe "ajudaram" a fazer um filho...fizeram em conjunto certo? :p

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  17. Eu sou Mãe e Pai enquanto ele está ausente do país. No entanto, virtualmente ele continua a fazer o seu papel. E quando cá está, ele é o Pai-Pai! É orientar o mais velho de 12 anos (aí já tenho que dar umas dicas do que se passa no dia-a-dia) e tratar do mais pequeno de 10 meses (desde mudar fralda, embalar pra adormecer, dar o leite, dar a sopa, levar o carrinho quando vamos andar a pé, dar banho, arruma a casa toda... tudo isso, sem ter que lhe pedir. Tenho sorte de ser a rainha numa casa só com homens mas mais sorte ainda tenho por haver um companheiro, marido, amigo e Pai presente, apesar do seu trabalho fora de Portugal.
    Espero que de futuro, mais mulheres possam ter essa sorte e delegar as tarefas que são dos 2. O mais velho, também ajuda cá em casa. Afinal, moramos todos no mesmo sítio, não é?

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  18. Infelizmente estou numa relação em que o dito cujo acha que o papel da mulher na sociedade é de limpar a casa, tratar dos filhos e fazer refeições....ah e claro apoiar o marido!!!
    A última dele, que confesso que me arrepiou é que o que ele procura numa mulher é que lhe ponha a roupa na cama para quando sai do banho.
    Claro que eu sou vista pela família dele como a refilona, a que só sabe queixar, porque o pobre coitado trabalha!!!
    Confesso que até me esqueço por vezes que trabalho 10horas diariamente fora de casa...

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  19. Parabéns pelo texto, sou Pai e tenho muito orgulho nisso! Não ajudo ninguém no que diz respeito à minha pequena Eva, não procuro agradecimentos e muito menos estou à espera de Elogios, sou Pai e adoro ser Pai.
    Como Pai, gostava de deixar uma mensagem de reflexão a todas as Mães, deixem os Pais serem os Pais que são, não queiram fazer tudo à vossa maneira e depois esperar que os Pais "ajudem" ou "apoiem" dentro daquilo que vocês decidiram fazer.
    É muito fácil pedir e até mesmo exigir ajuda, no entanto lembrem-se que essa ajuda pode ser recusada por o simples facto de os Pais não estarem ali para ajudar mas sim para ser parte integrante da vida dos seus filhos, sentindo-se assim completamente deslocados quando colocados com "bengalas de apoio" para os momentos mais difíceis ou para aquele dia em que por alguma razão a Mãe não lhe apetece.
    Todos temos direito ao nosso espaço e tempo, inclusive as Mães, não partilho da ideia que a partir do momento em que uma mulher é Mãe toda a sua vida gira e volta dos filhos, uma Mãe é acima de tudo uma Mulher e como tal precisa também do seu espaço e tempo, no entanto, para que tudo funcione em harmonia para todos, é bom que também que se lembrem dos Pais nos momentos em que querem tomar decisões em relação à educação e acompanhamento dos seus filhos.
    Uma família bi-parental é composta por um Pai e uma Mãe (independentemente do género destes) e os seus respectivos filhos, por isso, vamos todos agir como tal.
    Obrigado!

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  20. O meu que até vai fazendo umas coisas quando lhe peço, se refilo porque tenho sempre de lhe pedir, diz logo que a maior parte não faz nada... Enfim... Nós queixamo-nos, mas vamos deixando e o mal é esse. Ainda agora com o material escolar nem se preocupou, porque sabia que eu trataria de tudo. A roupa aparece passada nas gavetas, é magia. O jantar aparece na mesa, magia também. As mulheres hoje em dia trabalham tanto ou mais que os homens, já nem essa desculpa têm!

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  21. Gostei muito do texto. O mais engraçado é que tenho essa discussão com a minha mãe e não com a sogra. A minha mãe reclama comigo quando vê o meu namorado a lavar a louça ou a cozinhar, que devia ser eu a fazer esse tipo de coisas. Já ele não se importa nada pois foi habituado assim desde cedo. Não sei do que a minha reclama já que eu lembro do meu pai ter sido Pai e ter feito muita coisa lá em casa, incluindo comida e arrumar casa. E é esse tipo de pai que espero que meus futuros filhos possam ter também, e sejam como o pai que eu tenho.

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  22. Gostei muito do texto Joana e penso da mesma forma. Cá em casa, eu e o meu marido e as nossas filhas somos uma equipa! Ajudamo-nos à medida do necessário e compreendo que algumas tarefas são mais minhas e outras mais dele...mas estamos de acordo... mas nem sempre foi assim. Um longo período de desemprego com filhas em casa levou à criação de algumas barreiras (que do nada se transformam em bolas de neve!!) mas também nisso soubemos crescer e viver o problema como casal - como eu e ele, um todo. Seria impensável ter como companheiro alguém que não partilhasse da mesma opinião...e isso ainda acontece na nossa sociedade.... mais não seja quando queremos oferecer uns tachinhos e panelas a um menino e a mãe chocada me diz para não o fazer pois o pai do menino não quer cá "dessas coisas!"....medo, muito medo desses comportamentos machistas...mas certamente será falta de informação...esse pai e marido esqueceu-se que a grande maioria dos grandes chefs são homens e que certamente, a grande maioria deles teve como inspiração a própria mãe ou avó!!! Felicidades!

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  23. Enquanto pai que cumpre os seus deveres em paridade com a mãe, concordo com tudo no texto menos com a parte de "sem as complicações hormonais". Testosterona, vasopressina e crianças pequenas não combinam nada bem. É preciso respirar fundo muitas vezes e fazer desporto para não elouquecer, mas o nosso cérebro habitua-se. Habitua-se a tudo por amor.

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  24. Entemdam-se com os maridos e deixam as sogras em paz. Näo se esqueçam de educar os vossos filhos nesse sentido,porque mäe és sogra serás.

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  25. Cá em casa costumo dizer que tem de ser "team work", até porque todos sujamos, todos desarrumamos, logo todos temos de limpar e arrumar. Tarefas partilhadas desde logo e tem resultado muito bem (já lá vão 16 anos e uma filha). Nenhum deve assumir um papel preponderante, nem a dianteira.

    Contudo, se não for assim, as pessoas também se educam, pelo que não desistam e não critiquem (que é sempre a parte mais fácil)...

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  26. As esposas e os eternos problemas com as legítimas Sogras... São ambas mulheres e basta!
    Queria aproveitar para dizer k quer Machismo, quer Feminismo são bacocos, sem que um seja mais k outro; e k nesta geração temos CLARAMENTE homens bem mais aptos para participar no trabalho de casa e no que é relacionado com os filhos, primeiro pk a sociedade os sensibilizou para isso nos últimos 10 ou 20 anos, segundo pk a mulher passou a ter um papel bem mais activo no mundo do trabalho, ganhando nao raras vezes ordenados melhores k o do homem (muito por causa das maiores habilitações académicas das mulheres)e claro, obviamente para não ter de vos aturar !
    Cada caso é um caso e não generalizar é uma questão de inteligência... Imaginem que estão sem trabalho e estão em casa a cuidar da mesma e do filho, e o vosso marido trabalha 8, 10 ou 12 horas por dia... Será k é correcto ele ainda vir para casa ""ajudar"" ou """participar nas tarefas"""?

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  27. Bem, o que posso dizer depois de ser pai e mãe semana sim semana não? Pai definição de bem educar, estar presente, saber comunicar mesmo quando estamos de rastos depois de um dia de trabalho e ainda chegar a casa e ter que fazer tudo. Pai é isto e muito mais.... a verdadeira missão de prazer e amor mesmo não estando no nosso país e sabendo que a única família que temos aqui é a minha filha. Amo ser pai
    Filipe

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