1.08.2015

Shhhhhh! Mais baixo!

Antes de começar para aqui a revelar um pouco mais da minha insanidade mental, deixem-me só por-vos a par do contexto: tanto eu, como o meu marido, há mais de um ano que estamos 24 horas por dia em casa 7 dias por semana. Por isso, o que vocês devem sentir ao final do dia ou aos fins-de-semana, é o que eu sinto vezes mil (dado este contexto) e vezes mil outra vez por ser um bocadão ansiosa e maluquinha.

Há várias coisas que me enervam nisto do barulho: 

1º Por que é que é quando eles adormecem que acontecem os acidentes mais estúpidos cá em casa ou na casa dos vizinhos, para eles acordarem?

2º Por que é que é sempre quando ela está a dormir que chegam as compras que mandámos vir online e fazem um chiqueiro enorme com a porcaria dos tupperwares gigantes aos quais eles chamam de "caixas"? 

3º Por que é que parece que os pais não percebem que lá por não terem acordado uma vez com o estrilho de fechar a porcaria do microondas, não quer dizer que, para a próxima, não acordem se estiverem na fase de sono mais leve?

Nota-se? Nota-se que isto tem sido a fonte de muitas discussões cá em casa? Estou tão enervadinha que até já me doem os maxilares de estar a fazer tanta força com os dentes involuntariamente. 

O meu marido queixava-se muito de que sentia que nos andávamos a portar que nem maluquinhos por eu ser uma exagerada. Eu? Nãaaaaaao. Coisas que fazíamos: 

- evitar puxar o autoclismo (fosse nº1 ou nº2, nojento, eu sei), não fosse bicho acordar;

- deixar a loiça para tirar ou arrumar no dia seguinte;

- falar baixo no geral;

- encostar a porta sempre que estivéssemos na cozinha ou fechar (principalmente quando sabíamos que iamos usar a porcaria do microondas);

- baixar o volume da televisão sempre que era algo com volumes assimétricos (jogos de futebol, a voz da Teresa Guilherme, etc.);

- fechar ou encostar sempre a porta do quarto dela...

Enfim, acabei por ceder. Estou a curar-me aos poucos e a nossa sanita já está mais higiénica. Sempre que o meu marido faz um barulho qualquer, já não o chamo a atenção dizendo "a miúda está a dormir, pá!". Se continuo a sentir, por dentro, um ódio tremendo durante 3 ou 4 segundos por achar sempre que "não custava teres encostado a merd* da porta"? Sim, mas tal como todas as obsessões, creio que há de passar. Senão, vou continuar a fingir para manter o nosso casamento. 

Custa-me muito aceitar o "eles têm que se habituar aos barulhos normais da casa". Têm? Também têm de se habituar a que lhes partam o coração enquanto são novos para depois não lhes custar tanto quando forem adultos?

Isto é o tipo de exemplos que dou durante as nossas discussões e que deixam o meu marido com vontade de me esganar. Percebo. Estou a curar-me aos poucos. 


12 comentários:

  1. Nós é que precisamos de descanso, que apenas temos qd eles dormem, portanto se podermos transformar uma sesta de 45 minutos em 3h fazemos tudo o que esteja ao nosso alcance para o conseguir e isso inclui andar de meias porque os chinelos fazem barulho, fechar a porta da cozinha para arrumar a loiça, prever que alguem vai tocar à porta e abrir a porta antes, sussurar e passar de mansinho pelo raio do soalho flutuante que range por todo o lado. Isto, porque um acordado implica 2 acordados e isso ninguem quer naqueles 45 minutos que podem ser 3 maravilhosas horas de paz e descanso.

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    1. ... a não fazer barulho enquanto dormem há 6 anos!

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  2. Podia ser eu a escrever isto!! (com a ressalva que o marido vai trabalhar para a empresa 2 dias por semana, bem haja!!!)
    Até o sr. dos ctt express já me fez um olhar estranho, do tipo "estava mesmo ansiosa por esta encomenda, ãh?".
    E quando são putos a passar na rua? Têm mesmo de gritar? Não podem brincar e ser felizes sem gritar? E gritam mesmo aqui ao pé da porta porquê??
    E o cão da vizinha... o cão que é um terror e ladra muito, mesmo muito, alto, que parece que está cá em casa!

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  3. Cara Joana.... não és a única a teres estes "tiques" de silêncio. Também me faz uma tremenda impressão ouvir aqueles vários barulhos domésticos nocturnos, sem se ter cuidado de pelo menos encostar a porta quando a miúda tá a dormir. Isso vai-se curando/melhorando, mas olha que acho que o hábito de zelar pelo silêncio, no fim de estar instalado, é duro de perder, falo por mim que continuo a senti-lo e minha pequena já tem quase 2 anos e meio eheheh por isso melhor levantar a bandeirinha branca :)

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  4. Já fui mais preocupada com os barulhos. Agora não...

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  5. Carla Paiva10:24 da manhã

    Para além da sanita nessas condições (só com o nº1), tenho ainda os armários da cozinha que agora estão quase sempre encostados, porque quem fez aquilo não se lembrou de meter um silenciador para quando abrimos a porta. O cão lembra-se sempre de raspar na porta quando ela adormece e as campainhas da rua estão tão baixas que não ouço ninguém a tocar a campainha e por vezes ficam que tempos à espera pois o telemovel obviamente está no silencio. Não és a única! :)

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  6. E quando o marido tá com gripe e a criança dá um salto cada vez que ele tosse ou espirra?! Leva logo um olhar matador..

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  7. Olá Joana.
    Compreendo e acho que isso dos barulhos enquanto dormem é aceitável (vá, moderadamente LOL).
    Lá em casa, quando ela dorme, fechamos sempre as portas que vão do corredor para a sala e para a cozinha e ligamos o intercomunicador.
    Falamos baixo, claro. A televisão também fica no mínimo necessário e indispensável, e quando passamos à porta, que claro está encostada, até abrandamos o andar para o parquet não ranger muito ;-)
    Se são difíceis de dormir acho que é normal isto acontecer, só queremos preservar as sestas o máximo possível.

    beijinhos.

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  8. Percebo-te, a sério. Quando estava grávida andavamos a "treinar " para não fazer muito barulho. Desde que ela nasceu a conversa é outra, passa-de tudo da mesma maneira, esteja ou não a dormir. Claro que nunca passamos dos limites, mas ela está mega habituada a tudo.
    Agora tenho também de confessar que tenho uma daquelas bebés que dorme mais de 12horas por noite... Como dorme como uma pedra não acorda.

    Mas compreendo o facto de seres mega [extremamente] cuidadosa, principalmente sendo ansiosa. Eu também sou a Maria dos Anseios ;)

    Beijocas


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  9. Exageradamente bom! :D Entendo e solidarizo-me desde já! Tenho dois Príncipes cá em casa, um que dorme profundamente, já com seis anos, e outro de três meses, que apesar de dar boas noites, faz sestas curtíssimas... E quanto ao resto (marido, sons e afins!) é como diz a Pink:
    (...) "At the same time, I wanna hug you
    I wanna wrap my hands around your neck
    You're an asshole but I love you
    And you make me so mad I ask myself
    Why I'm still here or where could I go?
    You're the only love I've ever known
    But I hate you
    I really hate you
    So much I think it must be
    True love, true love
    It must be true love" (...)

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  10. Primeiros conselhos que ouvi quando nasceu a pimpolha "durante o dia não baixes o som à televisão, não fales baixo e faz o barulho normal e tudo o que tenhas a fazer (sem exageros... claro) para a bebé perceber que é de dia e à noite então sim, tudo mais em silêncio". O conselho foi dado por uma amiga cuja filha era terrível para dormir e também pela pediatra. A verdade é que a habituei a isso e de dia não há barulho que a incomode... pode ser dela, mas como sempre dormiu super bem com barulho (incluindo o secador, máquina da roupa, exaustor, etc quando não conseguíamos adormecê-la) acho que dorme melhor as sestas quando sente presença do que ao contrário, em que dorme muito menos tempo ;) mas entendo a preocupação do barulho! se a minha não dormisse, e por consequência eu também não.... provavelmente estaria na mesma situação :/ bjs

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  11. Alguem que me compreende!!!!

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