1.05.2015

A prisão do arroto.

Sim, passei a maior parte da minha infância e adolescência e vá, também, alguma da minha vida adulta a idolatrar o arroto e as suas propriedades cómicas em determinados contextos, nomeadamente quando existe a tentativa de dizer algumas palavras como: autocarro, selim, nuvem, retrógrado e omnívoro.

Mais depressa me lembro do dia em que estava sentada em casa da minha avó materna na Rinchoa e que aprendi a engolir o ar e a arrotar de propósito do que o meu primeiro dia de aulas ou de quando descobri que o Pai Natal, afinal, é jajão (gosto desta palavra, o que querem?).  E, no meio disto tudo, o que tem mais piada é eu ter vivido na Rinchoa.

Mais tarde vim a relacionar o facto da minha barriga ser tão, mas tão proeminente à quantidade enorme de ar que engolia e que, talvez, me esquecesse de arrotar a seguir, mas isso é porque sou parva (e barriguda). 

Depois de ser mãe? A minha relação com o arroto é de amor-ódio. Só que sem a parte do amor.

Porquê? É ler mais.



Sabemos que eles têm de arrotar depois das mamadas porque senão ficam desconfortáveis e as cólicas ficam piores (por excesso de ar na barriga). 

Sabemos que, se não arrotarem, há mais possibilidade de se bolçarem todos e de (mãe paranóica) se afogarem a dormir por se bolçarem na boca (visto que agora se deve por os miúdos a dormir de barriga para cima, embora com inclinação, mas nada descansa uma mãe paranóica). 

No início, demoram mais tempo a arrotar do que um tipo de 40 anos a aperceber-se de que já não devia estar na tuna da faculdade, isto acrescendo ao tempo que demoram a mamar quando são recém nascidos (é um bocadinho cansativo, lembro-me de andar a correr o Facebook para trás e para a frente para me entreter com alguma coisa durante aquela hora e tal, até me tornei fã da Sofia Arruda porque já tinha chegado ao fim da internet - é mesmo verdade!). 

Tentamos todas as posições: sentados, em cima do ombro, em pé, tudo. Tentamos abaná-los um bocadito, dar umas pancadinhas nas costas. Passamos o bebé para o pai e também não funciona e, de repente, reparamos que a nossa vida está a ser dominada pelos arrotos. 

Quase que não há pior para pais de primeira viagem: "o miúdo não arrota, deito-o na mesma?", "estou a tentar que ele arrote há uma hora e meia e nada, já tenho que lhe dar de mamar outra vez".. 

Ele pode já ter arrotado e ninguém ter ouvido e estarmos ainda ali "feitas parvas". Merd* para o arroto, pá. 

Eu queria muito que a Irene arrotasse mas, ao contrário dos pais, parece que arrotava para dentro feito menina bem educada ou lá o que é. 

Confesso que me borrifei para isso algumas vezes, mas para os pais que venham a lutar com isto como eu, deixo-vos uma mensagem: eles, com o tempo, aprendem a arrotar e demoram muito menos! Há bebés (como a Irene) que até já arrotam a mamar que é por causa das coisas. 

E a minha dica para isto dos arrotos?

Ponham-nos a arrotar o tempo suficiente para vocês sentirem que tentaram ao máximo e que o mais provável é que, se calhar, nem precisem de arrotar (mais frequente com mama e praticamente impossível com biberão). 

Burp para vocês. 

PS - Há um fenómeno giro: quando se mete o miúdo a arrotar, toda a gente à volta (excepto animais de estimação) arrota involuntariamente (por sugestão, mas sem ter consciência disso). Ou, se calhar, era o meu marido a aproveitar para ajavardar. 

3 comentários:

  1. O Manuel também nunca arrotou. Eu bem tentei ao inicio e depois falei com a minha parteira e ela disse para não me preocupar. Com o tempo foi como a Irene... Nem bolçava...

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  2. Confere o PS. Quando ponho a miúda a arrotar, arroto sempre primeiro que ela!

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  3. Por a arrotar é de tudo isto da maternidade (doi meses e meio de Guilherme ) o que mais me irrita. Ele esta na maminha a dormir q nem um urso e era so mete lo na caminha e tumbas dormir a mae mais 1h ja que ele acorda de 2/2h.Mas não la vem mais 10 voltas para arrotar o puto até arrota mas acorda e a 1h passa a mais ou menos 7minutos.. mãe sofre ;)

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